"Vivo da floresta, protejo ela de todo o jeito, por isso vivo com a bala na cabeça a qualquer hora, porque vou para cima, eu denuncio. Quando vejo uma árvore em cima do caminhão indo para uma serraria me dá uma dor. É como o cortejo fúnebre levando o ente mais querido que você tem, porque isso é vida para mim que vivo na floresta e para vocês também que vivem nos centros urbanos."

Zé Claudio, assassinado em maio de 2011.



terça-feira, 17 de julho de 2012

Feira de Sementes e Mudas dos Quilombos do Vale do Ribeira



http://catarse.me/pt/projects/803-feira-de-sementes-e-mudas-dos-quilombos-do-vale-do-ribeira-sp#embed


O que é a Feira?
É uma iniciativa do Instituto Socioambiental – ISA em parceria com as associações das comunidades quilombolas, EAACONE- Entidade de Articulação das Associações das Comunidades Negras do Vale do Ribeira, FACQUIVAR- Federação das Associações das Comunidades Quilombolas do Vale do Ribeira, ITESP- Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo, FF- Fundação Florestal do Est. SP, USP-Leste e Prefeituras de Eldorado, Iporanga, Apiai, Itaóca e Registro.
A feira de trocas de sementes e mudas visa reforçar a importância da roça na manutenção da cultura quilombola do Vale do Ribeira para garantir a segurança alimentar das comunidades envolvidas. Este evento mobiliza as comunidades, a população da cidade de Eldorado -SP e os convidados, resultando em troca de sementes, mudas e outros produtos tradicionais. O trabalho agrícola é a principal atividade produtiva nos quilombos do Vale do Ribeira. Empenhados em produzir alimento para o sustento das famílias, homens e mulheres cultivam arroz, feijão, milho, mandioca, cana, banana e uma variedade de outros tubérculos, verduras, hortaliças e frutas. O reconhecimento da importância das roças para a subsistência e segurança alimentar das comunidades quilombolas é notório e recorrente. A atividade de cultivo supõe um conjunto de relações, saberes e práticas que, ancorados em valores compartilhados, serve de base para a organização sociocultural quilombola. A roça é o centro deste sistema agrícola e por isso, se decai, leva consigo uma série de outros aspectos caros à manutenção do patrimônio cultural das comunidades quilombolas.
Antecede a Feira um Seminário, que terá como tema o papel da roça na segurança alimentar e na cultura quilombola, prevê a participação de cerca de 100 pessoas, representando as 25 comunidades presentes, instituições parceiras, outras comunidades tradicionais e gestores públicos. Espera-se do conjunto de relatos dos quilombolas uma discussão a respeito da questão das roças, inserção dos jovens nas atividades tradicionais e políticas públicas de valorização e conservação das roças e sementes.

Data e Local:
Seminário – Data: 17/08/2012
Feira – Data: 18/08/2012
Local: Praça Nossa Senhora da Guia no município de Eldorado, Vale do Ribeira (SP)
Durante a feira grupos culturais vindos das comunidades se apresentarão.

Você sabe o que é uma comunidade quilombola?
É uma comunidade negra rural habitada por descendentes de africanos escravizados, com laços de parentesco, que vivem da agricultura de subsistência, em terra doada, comprada ou secularmente ocupada por seus antepassados, os quais mantêm suas tradições culturais e as vivenciam no presente, como suas histórias e seu código de ética, que são transmitidos oralmente de geração a geração.

Por que precisamos da sua doação?
Para garantir a realização da V Feira de Trocas de Sementes e Mudas e o Seminário de trocas de experiência.
Durante 4 anos a feira foi realizada e os resultados obtidos foram positivos no sentido de garantir a segurança alimentar dessas comunidades, dada a importância queremos dar continuidade e realizar a V edição da feira para isso precisamos de você!

Ajude a realizar este evento, faça a sua doação!
Confira o orçamento na aba atualizações!
Visite o nosso site: www.socioambiental.org 

domingo, 15 de julho de 2012

Árvores da minha infância - e da Mata Atlântica também -

São apenas quatro espécies, das quais três são bastante populares e ainda encontradas por São Paulo. A outra é a minha favorita, entre as quatros.

Jabuticabeira



Já falei dela aqui... Esta da foto, lembra muito bem a espécie da minha infância. Ficava assim num quintal, de uma casa no meio de São Paulo. Minhas lembranças incluem um avô sempre sereno, colhendo as frutinhas para minha irmã e para mim e umas dezenas de pássaros cantando em volta.

Pitangueira



A mais comum. Até hoje encontro pelas ruas do bairro onde morei em São Paulo. Havia um pé na escola onde estudei. E pude experimentar as frutas, pela primeira vez, colhidas no pé, antes de encontrá-las na feira.


Jerivá



Ou coquinhos, como chamei por toda a infância. Esses caíam aos montes, cobriam o chão, acertavam a cabeça e os exemplares eram muito altos...(ou talvez grandes demais para mim, que ainda era uma criança). Ao lado da minha casa há um pé altíssimo, onde vez ou outra aparece um gavião carijó para fazer ninho e afugentar qualquer roedor que aparecer pela redondeza...


E a mais querida:

Uvalha - uvaia -



Tive a sorte e o privilégio de estudar por 12 anos numa escola repleta de árvores, no pé da Serra da Cantareira, onde havia um pé de pitanga e outros tantos de jerivá, mas a minha preferida era a de uvaia.

O fruto é amarelo, aveludado e o gosto bem azedinho. Eu amava. Nas minhas recordações ela era muito maior e mais frondosa, do que nas descrições da espécie que tenho lido.

Lembro de ter levado algumas frutinhas para casa e, na hora, minha você reconhecê-las como uvalha - que eu entendi como ovalha, propaguei como ovalha e ouvi  de todo mundo que essa  fruta não existia. Hoje sei que minha avó estava certíssima, eu entendi errado e a maior parte das pessoas que ouvir o nome correto, ainda assim não vai saber do que se trata.

Vou redobrar minha atenção às árvores e espero muito encontrar essa espécie por aqui. Hoje ela vem sendo muito usada na recuperação de áreas degradadas e eu espero colher muitos frutos entre setembro e janeiro para cultivar várias mudinhas.

Colher essas frutinhas que possuem muito mais vitamina C do que as laranjas - que nem do Brasil são e normalmente são cultivadas em monocultura com muito agrotóxico - é um sonho que eu pretendo realizar.

Quando vou a feira não entendo como pode ser abundante a oferta de kiwi e morango, por exemplo, mas a gente não encontrar pitanga ou jabuticaba - em qualquer época do ano -.

A gente ainda não descobriu o verdadeiro sabor de cada estado, de cada região, de cada lugar...

Todas essas árvores são endêmicas da mata atlântica, o bioma que me cerca e que aprendi a respeitar e amar.



segunda-feira, 9 de julho de 2012

Portinho - Praia Grande

O Portinho é uma atração turística em Praia Grande, às margens do Mar Pequeno, repleto de árvores, próximo a Avenidade Ayrton Senna, onde fica o Portal de entrada da cidade.


Há dezenas de quiosques com churrasqueiras e um restaurante para o público. Como não sou nada fã de churrasco e prefiro a minha comida, não utilizo o espaço para botar fogo em carvão e tostar a carne. Fazemos pic nics, normalmente. No chão, embaixo de uma árvore. Ainda não conheci crianças que não gostem de passeios desse tipo.

Por lá também há um parquinho onde os pequenos podem se esbaldar. Além de um campo de futebol e a escolinha de remo e vela.

Há atividades de pesca e passeios de barco, por um preço que eu considero salgado.

Mas o motivo da postagem é o de divulgar o Museu da Mata Atlântica, sediado dentro do Portinho.

A entrada é gratuíta e há um estagiário em Biologia para acompanhar os visitantes e esclarecer dúvidas.

Além do Museu, funciona o Núcleo de Educação Ambiental, formado por profissionais que atuam nesse setor. Esse núcleo oferece cursos, também gratuitos, onde qualquer pessoa pode se inscrever. Dentre os cursos oferecidos estão os de horta em garrafa pet, artesanato com recicláveis, brinquedos com material reciclável, etc. Os cursos variam e é necessário ligar ou ir pessoalmente para se inscrever.

Também há um viveiro de mudas, onde o visitante pode descobrir, por exemplo, que o pé de alface, também floresce.

(As mudas não podem ser levadas pelos visitantes - infelizmente - são doadas apenas para trabalhos ligados a educação ambiental em escolas e/ ou outros projetos).

logo na entrada uma ilustração sobre a importância das árvores


para adoraradores da Mata Atlântic como eu

algumas espécies de cobras, encontradas pela polícia ambiental, pescadores ou turistas por diversos motivos
parte dos ossos de uma baleia, encontrada na praia, no final dos anos 80, que eu acompanhei a remoção na época, ao lado do meu avô.

carretel de fio repaginado numa das oficinas oferecidas



Endereço: Rua Paulo Sérgio Garcia, 18531 - Tude Bastos (Sítio do Campo)
Telefone do Núcleo de Educação Ambiental: (13) 3496-5357

domingo, 8 de julho de 2012

Compostagem II

Mais vida encontrada na compostagem...

Dessa vez as beterrabas resolveram dar o ar da graça

assim como as batatas

feijão ( e dessa vez sei que se trata do roxo)


pequeno pé de cuca, que minha filha pegou na rua para brincar, foi párar na compostagem e brotou


E a compostagem segue cheia de vida...


Desde que moro sozinha reciclo meu lixo, mas a compostagem só comecei a fazer certinha, há um ano. E durante todo este período o lixo que minha família, de 4 pessoas, produz, ficou reduzido a uma sacolinha plástica por semana. E o melhor de tudo é que acabo tendo um berçario de mudas variadas, sem nenhum trabalho.











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