Antes fossem flores...mas não são, muito pelo contrário. Há cimento cobrindo minha cidade inteira a todo instante. O Brasil certamente é o país das obras. Absolutamente tudo as justificam: geração de empregos, progresso, melhoria de locomoção, assistência a população e por ai vai...
Como já cansei de mencionar aqui, minha cidade adora uma boa obra. E este ano elas estiveram em alta. A cidade virou um inferno, primeiro com as alterações do sistema de esgoto feitas pela Sabesp. Tardiamente, é óbvio. Só no Brasil, primeiro se constróem altíssimos edifícios para depois quebrarem tudo novamente, modificando o esquema de tratamento de esgoto.
As obras da Sabesp tornaram a cidade um inferno, para motoristas, ciclistas e pedestres.E até para os trabalhadores, os debaixo da pirâmide do capitalismo, sabe? Aqueles que fazem muuuitas hoas extras para conseguir ganhar um salário beeem meia boca. As contas de água atuais, já dobraram seu valor, porque para variar a conta para o cidadão chega antes. Pagamos mais caro, mas os esgotos continuam jorrando uma água imunda e fétida, estão espalhados por toda a orla e enporcalham ainda mais nossa praia.
A Sabesp já começou a arrecadar mais e agora é a vez da Prefeitura. Toda a avenida principal da cidade foi reformada. Vivemos num inferno e a população ainda agradece. A cilclovia foi construída no meio das duas vias o que faz com que todos os carros necessitem percorrer vários outros quarteirões a mais, porque não poderão cruzar a ciclovia para entrar na rua em que desejam. Sustentabilidade, pero no mucho.
foto extraída do blog De olho em Praia Grande |
Mais trabalhadores suando a camisa de verdade, enquanto o povo encontra o progresso e a prefeitura e empreiteras enchem os bolsos.
Com essa obra, muitas majestosas árvores foram simplesmente assassinadas. Mas tudo bem, porque há mais de 3 anos ouvi de um servidor público da secretaria do meio ambiente, que a prefeitura começaria a plantar árvores nativas nas ruas da cidade. E eu continuo esperando, sentada, é lógico.
Enquanto isso a cidade continua oferecendo apenas uma biblioteca para uma população de mais de 250 mil habitantes.
Além de continuar marginalizando os moradores da chamada terceira zona. Em muitos bairros ainda não há túneis de ligação entre estes bairros periféricos com o lado mais abastado da cidade. Quem vem a pé só pode cruzar a rodovia pelas poucas passarelas...e quem está de carro, tem que rodar vários kilometros para achar o retorno mais próximo.
E nessa postagem eu nem vou mencionar os gigantes edifícios, da cidade, onde existem mais caçambas do que árvores nas calçadas.
Parece realmente que o progresso está chegando aqui...sinto que muito em breve...eu terei que me mudar...
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