"Vivo da floresta, protejo ela de todo o jeito, por isso vivo com a bala na cabeça a qualquer hora, porque vou para cima, eu denuncio. Quando vejo uma árvore em cima do caminhão indo para uma serraria me dá uma dor. É como o cortejo fúnebre levando o ente mais querido que você tem, porque isso é vida para mim que vivo na floresta e para vocês também que vivem nos centros urbanos."

Zé Claudio, assassinado em maio de 2011.



sábado, 13 de outubro de 2012

Dia das Crianças: outras reflexões

Dia das crianças, mais uma data comemorativa que promete aquecer o mercado e endividar famílias pelo resto do ano e por todo o ano que vem. Quem costuma visitar este blog sabe bem que eu não sou um exemplar muito fiel da espécie humana. Abomino rituais, cerimônias e grande parte dos eventos sociais mais comuns. E dia de qualquer coisa para mim...é simplesmente mais um dia dos 365 do ano, incluindo meu aniversário.
 
 

Com o dia das crianças, assim como Natal, dia dos namorados e bla bla bla, não seria diferente. Mas tenho dois filhos, que apesar de viverem sob meu teto e minhas convicções, sofrem influências externas o tempo todo, de pessoas tão viciadas no capitalismo e consumismo, quanto se é possível. Não sou xiita integralmente, não acho que eles devam abraçar meus ideias severamente agora no primeiro ciclo da infância, mas ainda assim, acaba sendo natural para eles valorizar outras coisas e não apenas presentes comprados.

Por aqui costumamos plantar árvores para comemorar os aniversários. E ultimamente temos preferido fazer passeios, no lugar de festas. Eu também quero organizar uma festinha no Portinho, que é um lugar lindo, cheio de árvores, onde as crianças podem literalmente se esbaldar.

Nesta, nesta e nesta postagem deste blog já havia abordado o tema consumismo, com dicas práticas e esta postagem de hoje complementa as demais.

O movimento Infância Livre do Consumismo é uma iniciativa mega legal de um gupo de mães organizadas que busca a regulamentação da propaganda infantil, além de abordar questões e sugerir reflexões acerca de temas relacionados.

Em várias cidades do Brasil já acontecem feiras de troca de brinquedos. Uma iniciativa bem bacana, já que as crianças podem interagir, enquanto aprendem sobre o despreendimento.
 
Criança gosta mesmo é de brincar! De preferência a céu aberto, respirando ar fresco e tomando sol. Aos pais e familiares cabe essa grande responsabilidade: a de oferecer momentos assim. E vivendo nesse nosso tempo estranho, onde a maioria trabalha mais de 8 horas por dia e as escolas, já nos primeiros anos, importam-se mais com o futuro vestibular do que com a formação do cidadão, fica realmente bem difícil crescer.
 
Criança para ser feliz precisa de amor, atenção, orientação, limites. Precisa correr, aprender, desbravar. Precisa de amigos, ter contato com pessoas de todos os tipos, ter contato com a natureza, com os animais, com a terra. Precisa ser livre para criar. Criança precisa viver!
 
Passeios ao shopping, eletrônicos de última geração, brinquedos caríssimos e zelo demais, definitivamente não fazem parte de uma infância feliz.
 
Para atrapalhar um pouco mais, a publicidade infantil é invasiva, esmagadora e insana. Está em todos os canais de televisão, mesmo os pagos. Em cada atração infantil, em cada programa. Faz com que os ricos sempre queiram mais e os pobres queiram o que não poderão ter. É angustiante e deprimente!

Essa questão passa por outra: quantas horas por dia seu filho passa, em frente a uma tela (seja a de um computador ou da TV)??? A TV é uma grande aliada das mães, já que aliena e hipnotiza a criança, que prostrada no sofá, não há de atrapalhar a mãe em suas tarefas diárias (intermináveis).

Não acho que a TV e a propaganda são aos maiores vilãs do mundo. Meus filhos assistem TV, mas por aqui a tela mágica é sempre a última opção. É uma escolha deles, eles sempre preferem brincar. A TV por aqui funciona  mais em dia chuvosos, para assistir a um filme que eles querem muito ver, ou algum ou outro programa preferido. De resto eles passam longe e eu morro de orgulho!

Permita que seus filhos brinquem com tinta, com a terra, deixe que pisem no chão descalços, que subam em árvores, que corram. Deixe que eles te ajudem na cozinha, na escolha dos alimentos. Leia para seus filhos, sobrinhos, afilhados, netos...

Porque são nesses momentos que podemos reforçar que o SER sempre será mais importante que o TER!!! E que as melhores coisas da vida, realmente, não são coisas!!!
 
E é sempre bom lembrar que animais, de nenhum tipo, deveriam ser classificados como mercadoria. Pássaros engaiolados são a representação máxima do egoísmo e eu acredito que não é isso que os pais devam ensinar a seus filhos. Se a criança já vem pedindo um bichinho de estimação, aproveite essa chance para ensinar bons valores. Se você estiver disposto a assumir a responsabilidade de cuidar de outra vida, não vá a um criador, defina critérios estéticos, passe o cartão e vá embora com sua mercadoria. Primeiro olhe ao redor: pode haver algum filhote de cachorro ou gato precisando de um lar por perto. Há feiras e ongs que certamente indicarão vários tipos e personalidades de bichinhos. Ensine seus filhos que você é capaz de estender a mão a um ser-vivo que precisa e não resolve tudo na vida, apenas abrindo sua carteira.

Porque crianças aprendem com os adultos. Muito menos com as palavras proferidas e muito mais com os atos cotidianos. Enquanto pais, temos essa grande e árdua tarefa de melhorarmos dia após dia, simplesmente para sermos bons exemplos para esses pequenos, que crescem enquanto nos vêem agir.



 
 





quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Dia dos Animais

Hoje, dia 4 de outubro, é o dia de São Francisco, um homem grandioso, com uma vida exemplar, que entendia que animais são nossos irmãos.
 
 
 
Quando eu era criança e me desesperava em noites frias e chuvosas, pensando nos animais de rua, meu padastro tentava me confortar, dizendo que esses animais têm o bem mais precioso do mundo: a liberdade.
 
Isso não deixa de ser verdade. Quantos seres-humanos, podem dizer que são realmente livres? Somos algemados pelo sistema de tal forma, que a liberdade não passa de um sonho utópico.
 
Enquanto isso, os animais de rua têm o mundo a desbravar, sem responsabilidades, obrigações e rituais enfadonhos.
 
Nós (protetores e simpatizantes dos animais) tendemos a fragilizá-los mais do que o aceitável. Animais tem seus instintos e habilidades preservados. A maioria dá conta de viver sem a proteção humana. O problema é que a liberdade tem seu preço. E grande parte das pessoas que habitam esse planeta tem um prazer inexplicável de fazer o mal.
 
E isso numa visão otimista. Uma fêmea de médio porte costuma parir pelo menos 6 filhotes e frequentemente entre 8 e 10. O que elevaria bastante esses números expostos.
 
Animais de rua correm muito mais riscos. São atropelados e abandonados para morrer aos poucos. São torturados de diferentes formas, E como, na maioria dos casos, também não são castrados, contribuem cada vez mais para a superpopulação dessas espécies tidas como domésticas. Aliás, esse é outro grande problema. Cansei de separar briga de cachorro, por causa de uma fêmea no cio. Já vi cachorros extremamente debilitados por brigas assim, cachorros que ficaram cegos, tiveram infecção generalizada por causa dos ferimentos e muitas outras histórias tristes e chocantes.
 
Não me cansarei jamais de falar sobre a adoção. Comprar animais é confirmar que você acredita que possa possuir uma vida, que tem o direito de ser dono de um ser-vivo. E se for adotar, que seja por amor, genuíno, pelo prazer de cuidar de um ser-vivo, pelo prazer de dividir e compartilhar, de estar presente, de oferecer carinho, além de abrigo, comida, água e proteção.
 
Costumo divulgar a adoção, as feiras de adoção, as ongs e etc. Mas minha verdade é simples: acredito que quem ama verdadeiramente os animais, passa pela rua e não ignora um cão sarnento, machucado ou desnutrido e então adota um animal. Essas pessoas não querem "ter" um bichinho de estimação. Essas pessoas resgatam e salvam uma vida!!! Simplesmente.
 
Canso de ver animais adotados ou comprados, de raça ou SRD, vivendo em condições absurdas, proporcionadas pelo tutor que um dia resolveu o abrigar. Cachorros aprisionados em lugares mínimos, acorrentado dia e noite, sem água, entre suas próprias fezes, que não recebem carinho, nem atenção e tantas vezes, apenas surras frequentes.
 
O que me faz lembrar da frase do meu padastro. No final, os de rua, acabam tendo uma chance maior. Podem ir e vir, recebem carinho de pessoas como eu, que não ligam para pulgas, que tiram os carrapatos com a própria mão, que oferecem um pouco de comida e uma vasilha com água.
 
É por isso, que independentemente da situação do animal, dos animais, os de rua, os domésticos, os selvagens, ou mesmo os que vivem o holocausto da indústria alimentícia ou do entretenimento, os torturados pela ciência e pela estética, minha esperança é de que as pessoas acordem, saiam do pedestal que coloca os humanos numa posição acima de todo o resto do planeta e entendam que os animais são nossos irmãos e merecem condições decentes para viver, respeito e amor!
 
A castração é um ato de amor. Evita doenças, crias indesejadas, abandonos futuros e consequentemente maus tratos.
 
Seja consciente! Animais não vieram ao mundo para corresponder  as nossas expectativas, nem atender  aos nossos caprichos!!
 
Você não precisa amar todos os animais do mundo, mas tem a obrigação de respeitar cada um deles!!!

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