"Vivo da floresta, protejo ela de todo o jeito, por isso vivo com a bala na cabeça a qualquer hora, porque vou para cima, eu denuncio. Quando vejo uma árvore em cima do caminhão indo para uma serraria me dá uma dor. É como o cortejo fúnebre levando o ente mais querido que você tem, porque isso é vida para mim que vivo na floresta e para vocês também que vivem nos centros urbanos."

Zé Claudio, assassinado em maio de 2011.



sábado, 25 de dezembro de 2010

O presente é cinza, mas o futuro é verde...


Há alguns dias o Jornal Hoje apresentou uma reportagem sobre a Lapônia, cidade no extremo norte da Finlândia, oficializada como a cidade do Papai Noel.

É para lá que milhões de crianças de todo o mundo enviam suas cartinhas para o Papai Noel.

A responsável por ler as cartinhas em português, para a minha surpresa e alegria, revelou que as crianças brasileiras têm um diferencial: a grande maioria não pede presentes pessoais, mas sim para que todas as pessoas do mundo tomem conta do meio ambiente!

O nosso presente é cinza...mas pelo visto o futuro há de ser verde... 

Que essas crianças cresçam e não percam essa essência...que ocupem as faculdades de engenharia, as cadeiras do congresso, os laboratórios...cada pedaço deste planeta!


Para elas: um feliz natal e um futuro repleto de árvores, oceanos limpos e cheios de vida, ar puro e uma rica biodiversidade!


"...I hear babies cry, I watch them grow,
They'll learn much more, than I'll never know.
And I think to myself,
What a wonderful world."

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Sobre o Natal...

Que me perdoem o pessimismo, na verdade, o realismo, em época natalina. Mas o fato é que não sou nada fã de datas comemorativas e o Natal é de longe a que mais detesto.

Do mesmo jeito que tenho a absoluta certeza de que Iemanjá não fica nada satisfeita com as oferendas em sua homenagem, que incluem de vidros de perfume a barquinhos de isopor, lançados ao mar...acredito que JC deve lamentar e muito o que fizemos com o Natal...

Felizmente não ando sozinha e por isso divido com vocês a mensagem de Boas Festas da ong Ecofaxina...um exemplo prático de cidadania e respeito em benefício não somente do planeta e dos animais...mas também de todos nós: seres-humanos.





Desejo um Natal com menos presentes e mais VIDA!!!

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Isso aqui é Brasil...

Em homenagem aos deputados e senadores, donos do Brasil e de suas riquezas, miseráveis de alma, sem valores, nem princípios, sem escrúpulos, nem perdão:


O ANALFABETO POLÍTICO

O pior analfabeto
É o analfabeto político,
Ele não ouve, não fala,
Nem participa dos acontecimentos políticos.

Ele não sabe o custo da vida,
O preço do feijão, do peixe, da farinha,
Do aluguel, do sapato e do remédio
Dependem das decisões políticas.

O analfabeto político
É tão burro que se orgulha
E estufa o peito dizendo
Que odeia a política.

Não sabe o imbecil que,
da sua ignorância política
Nasce a prostituta, o menor abandonado,
E o pior de todos os bandidos,
Que é o político vigarista,
Pilantra, corrupto e lacaio
Das empresas nacionais e multinacionais.


Bertold Brecht



"Esse projeto amplia o abismo entre o Parlamento e a sociedade. É advocacia em causa própria. O percentual de 62% para os parlamentares e mais de 130% para presidente e ministros, diante da realidade brasileira, é evidentemente demasia" -  deputado Chico Alencar (PSOL-RJ).

"Gostaria de manifestar minha posição contrária. O mais correto seria um ajuste equivalente à inflação, como defende o PSOL" - Marina Silva

Marina gritou sozinha, durante a votação no Senado, apontou a média (demasiadamente baixa) salarial do país, a necessidade de corte dos gastos  públicos, defendida inclusive pelos mesmos ministros que verão sua conta bancária extrapolar o bom-senso. Justificou sua posição enfatizando que nenhum outro trabalhador recebe um aumento que se aproxime dos 60%.
 
O único partido contrário ao reajuste foi o PSOL...

Em todos os outros partidos a avassaladora maioria tratou de garantir a bolada mensal.


Para dar nomes aos bois e descobrir quem ficou contra e quem foi a favor do reajuste clique aqui.

Enquanto isso: contente-se com o seu salário mínimo. Com os ônibus e metrôs lotados, com a decadência das escolas e universidades públicas, com os hospitais que nos tratam como lixo!

Qualquer manifestação, mobilização, passeata pode contar com meu apoio, além do espaço neste blog para divulgação. 
 
 

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Chove chuva...

Mais uma vez a chuva não pára. Leva com ela o que estiver na frente. É o ciclo da natureza, um ciclo que além de não entendermos, também não respeitamos e ainda assim, queremos achar culpados! Como nossa arrogância nos impede de assumir nossa culpa, pautada pela forma como construímos o progresso, preferimos acreditar que a natureza se vinga.

Não a natureza não se vinga! Ela não se resume aos sentimentos baixos, que somente nós: os humanos, sabemos sentir! A natureza continua fluindo, morrendo, renascendo numa harmonia invejável, que nunca conseguiremos aplicar, seguindo estes modelos de desenvolvimento atual.

Construir casas em encostas, em morros, as margens do rio e culpar a natureza por uma suposta vingança é uma ignorância descomunal.

Assim como petrificar constantemente as cidades do mundo inteiro e estranhar as enchentes que assolam estas mesmas cidades.

Uma estupidez leva a outra e quem leva a fama é a natureza.

 
Praia do Góes

Na praia do Góes, no Guarujá, os moradores ficaram ilhados, quem está lá não sai, quem está fora não entra. A culpa é da chuva e da maré...já que a Codesp não confirmou que o resultado da dragagem do Porto de Santos despejada lá, tenha ligação com o que está acontecendo.

São Pedro: a culpa é sua! Vamos te julgar e talvez te condenar! Mas fique tranquilo a justiça dos humanos, principalmente dos humanos brasileiros costuma além de tardar, falhar também. Contrate um bom advogado, de preferência  da cúpula da OAB e terá os seus crimes perdoados...

Porque a dragagem do Porto de Santos não vai párar, ainda mais agora com o petróleo do pré-sal. Mais portos serão construídos, mais resíduos de dragagem depositados em várias outras praias brasileiras...e mais do teórico e suposto crescimento que surge junto com estas megaconstruções: mais ocupações irregulares, mais lixo, mais esgoto...muito mais destruição.

 
E a culpa vai continuar sendo da natureza...

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Agroecologia

Em tempos de corrida para o desmatamento, bancada ruralista sedenta e alterações no código florestal, a agroecologia surge como a grande (r)evolução para plantar sim, produzir muito e garantir renda sem patrocinar a devastação de nossos biomas.

As monoculturas, além de equivocadas são um retrocesso, que os grandes ruralistas teimam em defender.

Neste sistema, onde uma enorme área é utilizada para o plantio de uma única espécie vegetal as desvantagens são ambientais (exaure  solo e reduz  ou dizima  a biodiversidade), sociais (reduz a mão-de-obra, portanto dispensa trabalhadores, muitas vezes explorados e até escravizados neste sistema) e econômicas (já que a simples desvalorização do produto ou uma praga específica podem destruir o produtor rural).


A luz no fim do túnel

Baseada num sistema que seja socialmente justo, economicamente viável e ecologicamente sustentável, a agroecologia, como o próprio nome sugere, concilia plantio e preservação, seguindo alguns critérios básicos:

Sistemas Agroflorestais (SAF´s): são sistemas de plantio que visam a diversidade biológica, combinando espécies agrícolas, florestais e animais em sucessão temporal e espacial, baseados nos critérios do clima e do solo.

Espécies pioneiras são usadas para cobrir rapidamente uma área e possibilitam o sombreamento necessário para o desenvolvimento das espécies secundárias. Podas e capinas seletivas servem para acumular biomassa  sobre o solo e aceleram a sucessão.

A agroecolgia permite a recuperação de áreas degradadas, com o novo plantio. Neste sistema é possível garantir lucro o ano inteiro, respeitando a época de colheita de cada produto. Esse lucro pode ser estendido quando o produtor também revende sementes e mudas ou comercializa produtos com os alimentos que planta, como no caso do juçaí, onde quem planta a palmeira juçara é quem comercializa a polpa deste fruto.

 Principais Vantagens

*Controle biológico de pragas e doenças, que garante a qualidade do alimento, livre de fertilizantes ou agrotóxicos
*Melhoria das condições químicas, físicas e biológicas do solo
*Redução de processos erosivos
*Equilíbrio do ciclo hidrológico
*Melhor aproveitamento da radiação solar
*Resistência aos efeitos adversos do clima
*Diversidade que garante produtos e serviços a curto, médio e longo prazo

A agroecologia representa principalmente a autonomia para o pequeno agricultor, que não mais precisa se basear nestes modelos adotados por grandes ruralistas, que copiando as monoculturas européias não garantem nem a qualidade dos produtos, muito menos a biodiversidade e a sustentabilidade do planeta.

E para não ficar só na teoria, estes vídeos mostram alguns exemplos de sistemas agroflorestais e casos de sucesso de pequenos produtores que passaram a ganhar muito mais dinheiro baseados nos conceitos da permacultura.

 




Estes são apenas dois vídeos, em uma reportagem de um grande canal de televisão, mas vários produtores, associações, cooperativas e núcleos estão desenvolvendo trabalhos semelhantes por todo o Brasil.

A agroecologia não é um conceito é uma prática. Os produtores que vivem dela não estão preocupados com a reserva legal ou alterações do código florestal. Eles simplesmente trabalham, produzem, disponibilizam um alimento de qualidade, mantém suas famílias, conservam o ecossistema e garantem que você e sua família tenham o que comer hoje e no futuro.



Para saber mais:
Projeto Mandalla
Portal Agroecologia
Embrapa
Rede Ecovida
IPESA

domingo, 12 de dezembro de 2010

Curso Gratuito em Cubatão

A Coordenadoria de Educação Ambiental CEA/SMA-SP dentro do Projeto Educação e Ação Comunitária – Desenvolvimento Local e Urbanização nos Bairros-cota iniciará nos dias 16 e 17 Dezembro de 2010, das 11h às 17h00, o primeiro módulo da formação Alternativas às Construções Civis baseadas em Aplicações Sustentáveis e de Baixo Custo.

Local: Ateliê no canteiro de obras da CDHU
Rua do Alojamento nº 160
Bairro Fabril - Cubatão

Os interessados devem enviar as seguintes informações para:  cea.capacita@ambiente.sp.gov.br:

1. Nome completo:
2. Idade:
3. Sexo: ( ) M ( ) F
4. RG nº órgão: UF: e  CPF nº
5. Escolaridade: ( ) Ensino Médio ( ) Ensino Superior
6. Área de formação:
7. Setor em que trabalha:
 Empresa privada ( ) Organização não governamental ( ) Estado ( )
8. Se servidor público, por favor, informe órgão, departamento
9. Profissão/atividade que exerce atualmente:
10. Se educador, instituição em que exerce a função:
11. Endereço residencial:
12. Município Bairro:
13. CEP
14. E-mail:
15. Telefone fixo: 16. Telefone celular:



Esta iniciativa está ligada ao Projeto Serra do Mar, que desde 2007 está urbanizando áreas irregulares de ocupação, como também deslocando famílias em áreas de risco, nos bairros Cota, em Cubatão.

Através dos conceitos da Permacultura, o curso visa orientar estas famílias na construção ou adaptação de suas casas.

O primeiro módulo será apresentado nos dias 16 e 17, mas o curso será retomado em meados de janeiro.

Mais informações:

MARIO MARIANO RUIZ CARDOSO

Especialista Ambiental
Coordenadoria de Educação Ambiental
Secretaria do Meio Ambiente - SP
e-mail: mariomc@ambiente.sp.gov.br
tel: 11 37232756

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Prêmio justo

O Greenpeace numa homenagem para lá de justa, premiou Kátia Abreu com o Troféu Motoserra de Ouro e olha que não faltam candidatos para este prêmio por todo o incansável empenho da senanadora em acabar com as florestas, num suposto apoio ao agronegócio.


Perceba a carinha de nojo da senadora, escondida por debaixo de seus óculos de sol 45X45cm e com seu penteado super na moda, num estilo Cassandra do extinto programa Saí de Baixo e de seus acessores, que pelo visto se consideram muito acima dos demais brasileiros.

O merecido prêmio foi entregue em Cancun, no lobby do hotel, onde a senadora está hospedada. Porque é assim que o Brasil planeja assumir metas favoráveis ao meio ambiente, enviando participantes como a rainha do agronegócio que acredita que plantação de eucalipto é a salvação do planeta.

Notícia na íntegra: Greenpeace

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Alternativas ao consumismo

Muitas são as opções para evitar o consumismo que gera o desperdício e de quebra fortalecem a economia local, o primeiro degrau da sustentabilidade.

*Prefira sebos ou mesmo bibliotecas quando precisar de um determinado livro.

*Visite brechós, custumize roupas antigas, faça reajustes com costureiras antes de se render aos impulsos da moda.

*Restaure ou modifique móveis antigos, descubra antiquários e lojas de móveis usados.


*Reinvente móveis e peças decorativas usando material reciclável e sucatas.


*Experimente presentear as pessoas com sementes e mudas de plantas, flores ou árvores nativas, ao invés de se render aos mesmos presentes de todo o ano, engavetados rapidamente.

Os vasos com plantas, flores ou futuras belas árvores...vão continuar vivos, capturando CO2, liberando oxigênio, enquanto as belas flores logo vão párar na lata do lixo e não enfeitam mais lugar nenhum.




*Não compre animais, não patrocine quem explora estes seres-vivos.


*Compre agendas, cadernos e material escolar que tenham sido reciclados ou pelo menos indiquem a procedência legal da madeira utilizada para os produzir.

*Troque os livros que seus filhos não vão usar mais por outros de que ainda vão precisar.

*Não se sinta obrigado a presentear as pessoas. Uma coisa é encontrar um presente que você identifique na hora quem vai adorar, a outra é a obrigação de comprar qualquer coisa para qualquer pessoa em nome de uma civilidade e boa educação mentirosas e fajutas.

*Faça um novo esquema de amigo secreto, sugerindo a troca de livros, cds ou dvs, por exemplo.

*Para presentear as crianças prefira os brinquedos mais instigantes, que as obriguem  explorar sua imaginação. E não eletrônicos que exigem pilha e bateria falam, mexem-se e se desdobram, mas depois ficam abandonados, quebrados num canto qualquer.

*Reaproveite embalagens e crie caixas de presente personalizadas, com muito mais estilo, bem mais baratas e originais.

*Organize feiras de troca com seus amigos, em seu bairro, nas escolas. Cada um leva o que não lhe serve mais, mas ainda pode ser útil para outra pessoa.

*Entre em contato com produtores agroecológicos, os mais próximos de sua região, para comprar diretamente com eles. Isso diminui os custos com impostos, deve eliminar embalagens insustentáveis, melhora a qualidade da comida que você consume e fortalece quem, além de plantar, cuida e preserva o meio ambiente.

*Valorize o artesanto local, as cooperativas que fazem lindos trabalhos manuais, as diversas pessoas que com criatividade produzem lindas e variadas peças, recicladas ou não, sem pertencerem as escravocratas multinacionais.

*Descubra a origem dos produtos que você consome, como é a cadeia produtiva, o material da embalagem.
Prefira as empresas que se preocupam com seus colaboradores, tanto quanto com o planeta e garantem além de uma cadeia sustentável, fonte de renda justa para os seres-humanos.

*Passeios e momentos agradáveis em família e com amigos não devem se restringir a shoppings e restaurantes. Descubra o verde que ainda resta na sua cidade. Faça pic-nics, ande de bicicleta, desfrute de tudo que é de graça, muito mais saudável e lindo.

As simplicidades da vida continuam garantindo a paz e a felicidade. Basta experimentar!

E lembre-se: quem gosta de você prefere sua companhia ao seu dinheiro...e quem preferir o seu dinheiro, obviamente não merece nem seu presente, muito menos sua companhia.

Neste Natal...repensemos nossa hipocrisia: uma carta sincera deve valer mais que um novo eletrônico...enquanto não for assim, nenhuma alternativa ao consumismo há de nos transformar em seres-humanos éticos e evoluídos.

Lixo Eletrônico

Numa visitinha ao blog da Carol Daemon, onde ela dá  as suas indicações para um natal mais sustentável, deixa também uma linda e valiosa dica:
que tal passar a ceia de Natal realizando alguma atividade assistencial?
Milhares de entidades e ongs realizam trabalhos lindos, que se estendem por todo o ano.
Você troca os rituais ditados pela vida capitalista...pela genuína vontade de ser útil e de poder ajudar.
Não dividir apenas a comida, mas o que ainda possui de bom dentro do coração.
E receber na mesma moeda: paz, amor e gratidão!


O que vale a pena na vida: é a vida!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Vale: de destruição!

O comercial da grandiosa empresa de mineração Vale, prega uma coorporação preocupada com o ser-humano e complementa este pensamento com a frase:

 "Não existe futuro sem mineração!"


Na vida real a empresa destrõe tanto o planeta quanto as pessoas...

E mais uma vez podemos atestar a ineficiência dos licenciamentos ambientais, mesmo com todas as leis vigentes, que não funcionam e não servem para nada. Não ajudam nem o meio ambiente, muito menos as populações. E esse é o futuro negro que eles querem nos enfiar goela abaixo!

Segue uma notícia da Época Negócios no dia 30 de novembro deste ano.

Os procuradores da República no Pará Felício Pontes Júnior e Bruno Soares Valente ingressaram ontem na Justiça Federal com ação que pede a suspensão das atividades da mineradora da Vale na mina Miltônia 3, em Paragominas, no sudeste do Estado. O pedido inclui também a paralisação da linha de transmissão de energia e do mineroduto de 244 quilômetros que transporta bauxita até a refinaria da Alunorte, em Barcarena, na região metropolitana de Belém. A acusação contra a Vale é a de não cumprir pré-requisitos do licenciamento ambiental que tinham o objetivo de amenizar impactos socioambientais causados pelo empreendimento à comunidade quilombola de Jambuaçu, em Moju, na região do nordeste do Pará.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), o empreendimento da Vale comprometeu 20% das terras da área quilombola, mas as famílias não foram recompensadas pelos prejuízos sofridos como estava previsto. Além disso, a empresa teria omitido o fato na Justiça. Pontes Júnior e Valente querem que a Vale seja obrigada a pagar imediatamente a cada uma das 788 famílias uma compensação mensal no valor de cinco salários mínimos, além de implantar um projeto de renda na comunidade. A empresa teria de pagar multa diária de R$ 1 milhão caso não cumpra a decisão.

A Secretaria de Meio Ambiente do Pará (Sema) impôs uma série de obrigações à Vale para licenciar a obra. Uma delas seria a apresentação de programas de geração de renda e diversificação da produção agrícola para as áreas impactadas pela mineradora. Nessa fase, 399 famílias seriam atendidas, mas a empresa resolveu entrar na Justiça contra os quilombolas, propondo acordo para beneficiar apenas 58 famílias.

"Essa proposta é pífia se confrontada com os danos sobre o território", criticam os dois procuradores, enfatizando que a mineradora omitiu do juízo, do Ministério Público do Estado do Pará e da comunidade a existência de pré-requisitos exigidos no licenciamento. De acordo com estudo realizado pela pesquisadora Rosa Acevedo Marin, da Universidade Federal do Pará (UFPA), o empreendimento tem implicações ambientais que começam com o assoreamento do rio Jambuaçu e seus afluentes. "Existe perda das condições de navegabilidade desse rio, além da alteração da qualidade das águas do rio e dos igarapés. A pesca desapareceu desses cursos d'água", afirma Acevedo.

Procurada pela reportagem, a Vale informou, em nota, que não tem conhecimento da ação movida contra ela pelo MPF. A empresa disse que aguardará a citação formal da Justiça Federal para apresentar sua defesa no processo.

domingo, 5 de dezembro de 2010

O discurso atemporal de Severn Susuki



Ela realmente calou o mundo por 5 minutos...e os nossos representantes continuaram a afunda-lo desde então e até hoje.

O Brasil tem um plano para as futuras gerações: a extração do petróleo no pré-sal.

Podemos ficar tranquilos...nossos governantes ignoram qualquer discurso deste gênero para continuar enriquecendo os mesmos empresários gafanhotos de sempre...

Às crianças no futuro que aprendam a se alimentar com petróleo!


sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

E o prêmio "Cidade Amiga da Bicicleta" vai para...

PRAIA GRANDE!

Sim!!!A minha cidade ganhou esse prêmio que valoriza a iniciativa de prefeituras que oferecem meios para facilitar a locomoção de quem prefere as bicicletas.

Ontem, dia 02 de dezembro aconteceu uma cerimônia em Sorocaba, onde o prêmio foi entregue ao Prefeito laranja Roberto Francisco.

A Praia Grande conta com mais de 70 km de ciclovias que passam por toda a cidade. Incluindo a orla da praia...onde você pode atravessar a cidade inteira de bicicleta pela ciclovia.

trecho da ciclovia no bairro de Solemar, o bairro mais agradável por ser um dos últimos que ainda não está infestado de altíssimos edifícios inúteis.

Iniciativa que, talvez seja a única da cidade, que valorize de fato os moradores e não os turistas.

O alerta fica para quem não é daqui ou para os moradores desavisados que resolvem caminhar pela ciclovia: NÃO FAÇAM ISSO!
A ciclovia é para os ciclistas...não para quem quer passear a pé!
Para as caminhadas existem as calçadas e o calçadão!

Perdi as contas de quantas vezes quase me matei para não atropelar cidadãos que caminham na ciclovia como quem estivesse pisando em nuvens!

Respeitem os ciclistas...que respeitaremos os pedestres...

Por um trânsito mais gentil: seja dentro de ônibus, nas motos, carros ou de bicicleta!

Eu como "caiçara" por opção, tenho a bicicleta como o meu transporte ideal - que só não é mais ideal porque não me permite levar uma leva de cachorros para mutirão de castrações - mas para todo o resto me serve muitíssimo bem...

Como ando muito de bike...só recorro a carros ou ônibus quando tenho a necessidade de percorrer distâncias que ultrapassem os 10 km...

Até os 10 km, mesmo que virem 20 com a ida e a volta...eu vou de bike! Feliz da vida porque mantenho a forma naturalmente, sem precisar pagar  academia, porque tomo sol  e sinto o vento na cara, além de ver a vida de perto e de verdade.

Posso estacionar em qualquer lugar, não serei multada, nem precisarei pagar! Carrego o que precisar levar, o que inclui meus filhos, os dois: um na cadeirinha e outro na garupa...e a gente vai que vai...sem medo de ser feliz, sem gerar CO2, sem pagar imposto...livres neste mundo que encarcera!
Raríssimas pessoas nesta cidade não circulam de bicicleta ou triciclos (as preferidas pelas senhoras)...
Dos mais pobres, sem grana pra comprar carro...aos mais ricos que optam pela bicicleta em distâncias mais curtas. A cidade plana garante a facilidade...e a ciclovia na orla da praia...garante também o bom humor para ir e vir!

E você? Vai de bike?

Notícia na íntegra: Blog Caiçara

O triste nessa história toda é a prefeitura ganhar um prêmio numa quinta-feira, dois dias antes de marcar uma assembléia EXTRAORDINÁRIA para aprovar mais um aumento, desta vez de 40% (QUARENTA) no IPTU na cidade, que já é um dos mais caros do Brasil...

Pagar esse exorbitante IPTU e só receber ciclovias de retorno, é no mínimo: uma PALHAÇADA!

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

27 de novembro: DIA SEM COMPRAS

Sim! Eu sei, estou atrasada! O Dia Mundial Sem Compras - 27/11 - , foi na semana passada e eu não consegui fazer a postagem no dia certo. Mas como o Natal já está ai...me sinto a vontade para falar sobre o tema.

O Tulio Malaspina, do Blog Atitude Eco, sugeriu que fizessemos uma blogagem coletiva sobre a campanha, cada qual com um texto condizente ao perfil do blog.

Acredito que muitos de vocês caríssimos leitores já viram as postagens de outros blogs, que diferentemente de mim, postaram na ocasião apropriada.

Por aqui, durante a semana passada, a  postagem com o vídeo "A história das coisas" foi propositalmente publicada no dia 26, até o texto "A culpa é dos golfinhos" acaba flutuando pelo tema..."Somos praga no planeta?", fechou com chave de ouro todo o conceito. Tudo está ligado ao consumo! E principalmente ao sistema voraz que utilizamos para produzir descartáveis num nível colossal.

O que deveria determinar utilidade, praticidade e tecnologia se transforma numa cadeia produtiva, que leva quase o mesmo tempo para fabricar, quanto para  tornar obsoleto.

O boom das famosas lojas de 1,99...que oferecem de tudo, objetos variados, que quase instantaneamente viram lixo e vendem como água. As multinacionais que produzem alimentos industrializados as custas da degradação ambiental de paises subdesenvolvidos, que vendem matéria-prima a preço de banana.

O trabalho escravo, semi-escravo ou quase isso...

A inconsequente forma devastadora de retirar do planeta mais do que ele pode nos oferecer.

Sabe...eu consigo entender a visão dos homens de negócio, no topo da cadeia, que visam apenas dinheiro, dinheiro, dinheiro...estão já com vários anos nas costas...logo seu dinheiro não vai mais lhe valher nada, mas acreditam que o patrimônio "conquistado" salvará seus filhos das consequências do mal, que ajudaram a construir. Estão vivos agora, querem muito dinheiro agora. Não importa para eles o que vai acontecer com você ou com seus filhos, que ainda não ganharam seus milhões.

E que não vão ganhar, claro! Porque o plano deles não é dividir suas fortunas com os zés e marias ninguém deste planeta. O plano é continuar centralizando o dinheiro nas mesmas mãos, gafanhotas (sim, eu adoro este termo), nem um pouco afim de iniciar negócios sustentáveis, porque estes não se encaixam a forma como eles tratam o planeta. Se tudo mudar...eles não manterão suas fortunas. E o que importa é o dinheiro no banco, as costas quentes e o mundo girando ao redor deles.

E para que o plano deles dê certo...o governo garante uma escola muito inferior ao que poderíamos chamar de medíocre, hospitais miseráveis, insuficientes, desorganizados e corrompidos. Não liberta quem no campo é oprimido, não garante que na metrópole as chances sejam oferecidas igualmente.

E assim continuamos gerando empregos, no comércio, que exige muito e remunera pouco. Os comércios, atravessadores, que pagam de quem fabrica, para vender mais caro. O mínimo esforço é o que rege a nossa economia.

A campanha certamente quer mais que um dia sem consumo. Até porque, devemos ser práticos e não hipócritas. As campanhas visam a conscientização e através de um dia simbólico reforçam o que deve ser um hábito. Apagar as luzes no dia da "Hora do Planeta", mas desperdiçar energia todos os outros dias, ou não comprar nem uma bala no dia 27 de novembro, mas ser movido por impulsos consumistas no resto do ano são atos sem eficiência e coesão.

Então vamos pensar sobre o assunto.

Você trabalha de sol a sol, ganha seu dinheirinho suado, chega neste blog, lê todos os meus devaneios e pensa: Mas trabalho para garantir meu conforto, uma vida estável e tranquila.
Sim...eu apóio o trabalho honesto e não quero interfirir na forma como você pretende gastar a tua grana...

Mas vamos com calma! Devemos começar, e já passou da hora, na verdade, a repensar nossas prioridades: o que precisamos e o que é inútil, o que garante o conforto e o que extrapola o bom-senso.

Há uma linda frase que pode sintetizar todas as minhas palavras:
"Aquele que sabe o que é suficiente, terá sempre o suficiente."
Lao Tzé

E o suficiente não é ter menos do que você merece, mas sim saber viver com o que você precisa. Exceções existem e todos tem o direito de fazer uma loucura, passar dos limites. O que não pode acontecer é a exceção virar regra.
Você sabe o que é suficiente para você? Você sabe a linha tênue que separa você de um consumidor consciente para uma marionete do mercado?
 
Há alguns dias minha flha lançou uma frase de deixar qualquer mãe ecochata orgulhosa:
"Os brinquedos que a gente vê nos comerciais não são iguais aos que vêm nas caixas que a gente compra. Eles mentem!"
Contive meu discurso anticapitalista completamente inapropriado para uma criança, mas tive que concordar: "Sim, eles mentem e mentem muito...a gente é que não pode acreditar!"

Apesar da pouca idade e alheia ao nosso sistema de consumo, minha filha teve a clareza de perceber o que nós ignoramos, seguindo reféns do mercado, em nome da econômia.

Pagando caro por serviços medíocres como internet e telefone.
Consentindo a mentira da embalagem que não faz juz ao que vem dentro.
Baseados na moda para vestir, na moda para usar, na moda para mobiliar...na moda!

E quanta porcaria existe na moda. E como são feias as roupas da moda. E como elas privilegiam moças que apenas aparecem em comerciais de cerveja, mas que na vida real você nunca verá com um copo na mão.

Se você já sabe o que é suficiente para você...esta postagem será um tanto quanto desnecessária. Mas se você ainda é guiado pelo o que os outros estão usando, consumindo, vestindo, falando...tá na hora de reaprender a viver.

Se você não consegue controlar seu cartão de crédito, se passear no shopping é a sua maior satisfação. Se você não sabe a origem da sua comida, se é fruto de desmatamento, trabalho escravo, crueldades variadas, se o cosmético que você usa foi testado em animais, seus novos móveis de fazer inveja a Revista Caras não tem procedência legal, se você não consegue viver sem seus casacos de pele, como afirma a involuída Jennifer Lopez...O Dia sem Compras deve ser um início. O início de  uma longa reflexão interna  que te faça entender a diferença do SER para o TER!

Inabalável diferença que separa os homens dos porcos (e que os porcos me desculpem a comparação!)

Assim você poderá mensurar o que é verdade do que é ilusão!

A palavra pode soar bonita, mas FARTURA é muito mais do que o suficiente, fartura gera  desperdício e o desperdício não alimenta ninguém!


 Mais feliz aquele que já aprendeu a viver mais leve nessa vida!

terça-feira, 30 de novembro de 2010

E toma mais essa...

Enquanto no Rio de Janeiro as comunidades ouvem os teóricos últimos disparos das balas que devem preceder a paz (será?) ...e o mundo permanece com os olhos voltados para a cidade maravilhosa...lá em Brasília a conversa é outra!

O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) aprovou, em sua 100º reunião ordinária a regulamentação dos procedimentos de licenciamento ambiental de empreendimentos que afetem unidades de conservação (UCs) ou suas zonas de amortecimento.

E o que significa isso?

A resposta mais clara seria: perda da biodiversidade, mais áreas desprotegidas e mais áreas degradas. Simples assim.

Antes de mais nada é necessário explicar duas coisas:

Planos de manejo: resumidamente o Plano de Manejo é um documento que define a implementação, manutenção e uso de uma unidade de conservação, com a finalidade clara de garantir o futuro destas unidades.

Zonas de amortecimento: é o entorno de uma unidade de conservação, onde as atividades humanas são restritas e devem seguir certas normas. Para também garantir a preservação da UC.

Em teoria tudo é sempre bonito. Mas na prática a nova resolução determinou que zonas de amortecimento, em UCs sem planos de manejo, serão reduzidas para 3 mil metros (não mais 10 mil metros, como era anteriormente) e isso apenas nos casos em que os empreendimentos sejam considerados de significativo impacto ambiental, após EIA/RIMA serem concluídos.

Quando o empreendimento não necessitar de EIA/RIMA a zona de amortecimento, em UCs também sem plano de manejo passa a ser de 2 mil metros.

Os orgãos federais, estaduais e municipais que administram essas unidades têm o prazo de 5 anos para apresentarem seus planos de manejo. Depois disso: é tudo deles. UCs sem plano de manejo simplesmente NÃO POSSUIRÃO zona de amortecimento!


Foto: Rodrigo Baleia - Greenpeace

Na vida real funciona assim: esta é uma foto da Floresta Nacional de Jamanxim na Amazônia, uma unidade de conservação. Com ou sem resolução é assim que as coisas acontecem por lá!



Quem serão os maiores privilegiados com esta história?
Se quiser dar nome aos bois..."o comentário" é todo seu!

Sério mesmo que alguém ainda espera alguma coisa da COP 16?


Leia mais: O Eco

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Prêmio Dardos

O blog Evolução Sustentável foi indicado pelos blogs Minha Casa Meu Mundo de Liete Alves, Diário do Verde de Antonio Gabriel Cerqueira Gonçalves  e A hora do Planeta é a sua hora da Thais, para receber o selo Prêmio Dardos.


Receber o prémio implica aceitar as suas regras, que neste caso são:
1 - Exibir a imagem do selo no blogue;
2 - Revelar o link do blogue que atribuiu o prémio;
3 - Escolher 10, 15 ou 30 blogues para premiar.

Os selos são uma forma de unir e aproximar os blogueiros (ambientais, no nosso caso), além de reconhecerem nosso árduo, voluntário e prazeroso trabalho...
Agradeço e faço as minhas indicações. Seguem por ordem alfabética:

Autossustentável - do Leonardo Borges.
Sempre indicando soluções e alternativas para tornar o dia-a-dia mais sustentável

Blog da Marília - da bióloga Marília Rebelo
Artigos que abrangem a biologia e se estendem pela defesa dos animais

Consciência com Ciência - da bióloga Daniela
O blog apresenta postagens de grande qualidade científica, mas feitas para leitores leigos entenderem. O que nos aproxima da biologia. A autora também aborda  vários outros aspectos ambientais.

Cantinho Vegetariano - de Elaine Martin
Uma ótima opção para vegetarianos, mas principalmente para quem deseja abandonar o consumo da carne e ainda não conhece receitas alternativas para comer bem, sem precisar de cadáveres no prato. Apesar de ser um blog sobre culinária, não podemos negar que o vegetarianismo é uma opção além de sustentável, bem mais humana.

Horizonte de jafa - da Janaína Forteza
O blog dela não é especificamente ambiental, mas ela é uma ambientalista naturalmente, o que faz com que a maioria das postagens esteja ligada ao tema. Os textos são de muita qualidade e ela também enfatiza o bem estar dos animais.

Afinal a vida deveria ser respeitada, em todas as suas formas.

Além do blog estar recheado de informações ligadas a preservação ou insustentabilidade do planeta. O espaço virtual, nada mais é que a continuação de um lindo trabalho feito na vida real. A ong organiza eventos periódicos de ecofaxinas em paraísos naturais acometidos pelo lixo.

Metano Verde - de Paulo Athayde
Notícias variadas sobre meio ambiente.

Mimirabolantes - de  Monique Futscher
Acho que todos conhecem a Monique, atuante, generosa e parceira verde, que dá dicas variadas de quem realmente põe a mão na massa pra ajudar o planeta.

Sustentável Mundo Novo - da jornalista Carmen Nascimento
É despretencioso e funcional. Notícias, indicações e alertas sobre os temas ambientais.

Virou Problema -  de Ana Luíza
Este blog é o mais especial da lista, já que sua idealizadora é uma garotinha de apenas 10 anos, que deixa claro que sua pouca idade não é um obstacúlo para ela fazer do planeta um lugar aonde, definitivamente, prefere viver.

São crianças como ela que eu quero ver neste mundo.

Estes são meus indicados, uma pequena lista dos muitos blogs que gosto, sigo e acompanho. De pessoas que através de suas palavras, idéias e ações fazem gerar mudanças...

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Guarujá: terra de ninguém

Na madrugada de hoje...foi assassinado mais um vereador da cidade do Guarujá. O fato não é isolado. Desde de 1997 já foram assassinados CINCO vereadores  no Guarujá e nenhuma destas mortes foi esclarecida, nem nenhum dos assassinos punidos.

O blog segue a temática ambiental, mas sempre se estenderá por assuntos políticos, principalmente os que envolvem toda a politicagem destes governantes, que deveriam olhar por nós, não por seus escusos interesses, que justificam ações criminosas e homicídios.

Luis Carlos Romazzini (PT), de 45 anos, já havia registrado um boletim de ocorrência sobre as ameaças de morte que estava sofrendo. Mesmo assim nada foi feito! Na noite anterior ao crime, a casa do vereador já havia sido invadida.

Desde 2006, o vereador já vinha sofrendo ameaças de morte. Em certa ocasião, seu automóvel foi cercado por homens encapuzados de moto, que abordaram o motorista. Assim que perecebram que não se tratava do vereador fugiram, sem qualquer justificativa.

O vereador Luís Carlos Romazzini atuava incansavelmente, numa oposição que denunciava os crimes da Câmara, como o caso do mensalinho, onde eram cobradas comissões para aprovação de projetos e recentemente colocou em pauta o descaso da Prefeitura com ambulâncias que padecem sem utilidade em estacionamentos. Enquanto os serviços de saúde, assim como todos os outros na cidade do Guarujá, são precários e ineficientes.

Até quando vamos assistir de camarote a esses assassinatos? Os poucos homens sérios na política sendo massacrados por coronéis sem escrúpulos, marginais homicidas, que não mensuram barreiras para atingir seus objetivos ilícitos.

Quantos Romazzinis, Celsos e até irmãs (Dorothy) vão pagar com suas vidas por serem cidadãos decentes?



Notícia na íntegra: Jornal Tribuna

Somos praga no planeta?

Mais um genial texto de Maurício Gomide Martins. Já havia postado aqui um texto de sua autoria  (Excesso Populacional), sem lhe dar os devidos créditos.

Maurício Gomide Martins, 82 anos, ambientalista e articulista do EcoDebate, residente em Belo Horizonte(MG), depois de aposentado como auditor do Banco do Brasil, já escreveu três livros. Um de crônicas chamado “Crônicas Ezkizitaz”, onde perfila questões diversas sob uma óptica filosófica. O outro, intitulado “Nas Pegadas da Vida”, é um ensaio que constrói uma conjectura sobre a identidade da Vida. E o último, chamado “Agora ou Nunca Mais”, sob o gênero “romance de tese”, onde aborda a questão ambiental sob uma visão extremamente real e indica o único caminho a seguir para a salvação da humanidade.

O livro "Agora ou Nunca Mais", está disponível para acesso integral, gratuito e no formato PDF, clicando aqui.

Ainda assim, o autor teve humildade e tempo suficientes, para responder, rapidamente, ao e-mail que lhe enviei, pedindo autorização para postar seu texto por aqui. E certamente, muitos textos dele, ainda ocuparão este espaço. Segue:


Somos praga no planeta?

Praga tem diversas acepções, mas a definição objeto de nossas considerações é simplesmente a que se refere à quantidade excessiva de um fator num sistema, desqualificando o próprio sistema. Em outras palavras: presença em quantidade superior à que um sistema coeso consegue suportar. Essa situação só pode ocasionar o desequilíbrio entre as forças de qualquer ambiente, causando o desarranjo harmônico entre as partes e, consequentemente, o caos.

Sobre esse princípio são construídas as principais máquinas destrutivas para a guerra. Um exemplo simples é o da granada. Contido em espaço restrito, numa situação de estabilidade, basta o conteúdo ser transformado em gás para que ele cumpra sua missão química de expansão, causando a desordem pontual e suas calamitosas conseqüências. O poder destrutivo da granada se deve à extrema rapidez – praticamente instantânea – da ocorrência das fases do processo.

No campo biológico, ocorre o mesmo roteiro apontado acima, só que em tempo muito mais lento. O dano, no entanto, pode ser considerado equivalente.

Quando um agricultor verifica que apareceram insetos sugadores (digamos, o percevejo verde) em sua lavoura de soja, contrata um agrônomo para cuidar do problema. O profissional comparece ao campo de plantio e faz uma análise da situação. Colhe uma amostra estratificada e faz seu ajuizamento, no qual pondera diversas circunstâncias: tamanho e estágio vegetativo da lavoura, índice da incidência dos insetos, cálculos sobre capacidade de produção, custos diversos, etc. Após ponderar os dados obtidos, formará um juízo técnico para a ocasião.

Poderá dizer ao agricultor que nada deve ser feito no combate aos insetos no momento. Acrescentará, naturalmente, que a invasão ainda não constitui uma ameaça à lucratividade da colheita estimada. Seu veredito vale para aquela visita, em função do aspecto econômico. Suas análises semanais posteriores guiarão as conclusões parciais ou definitivas.

Enquanto o agrônomo trabalha, os hóspedes indesejados, inocentes e alheios a tudo, continuam no seu labor natural de vida. Estão ali, num campo farto de alimento e cumprem o objetivo natural da reprodução. O instinto não lhes informa nem eles são capazes de medir as conseqüências do crescimento populacional. Prosseguem o roteiro natural, em obediência ao imperativo genético. Não sabem que, ao atingirem certo índice de infestação, o agrônomo decretará a mudança do seu nome: de percevejo para praga, nome genérico terrível que iguala todos os seres que se atrevam a serem protagonistas do desequilíbrio ambiental.

A reação será violenta. É uma situação extrema de luta de vida ou morte. Nessa qualificação de praga, a decisão do profissional não mais será a de tolerância, mas a de combate mortal com uso de todo o arsenal disponível, inclusive o químico. Assim, a tragédia da mortandade naquele ambiente agrícola será irreversível. Os agrotóxicos varrerão da vida todos os habitantes da cultura, inclusive os inocentes insetos benéficos que ali estavam tentando manter o equilíbrio biológico.

Se tal lavoura fosse deixada ao seu próprio destino, sem assistência do profissional, o prejuízo para o lavrador seria total. Como fonte alimentícia para o percevejo, tenderia ao esgotamento total, levando à inanição e morte toda a comunidade hospedeira. As disponibilidades ambientais se extinguiriam e a situação mudaria para um estado caótico em que a tragédia não pouparia ninguém e somente a Natureza saberia como estabilizar.

O animal humano, que se faz representar em todo o globo por sua população de quase 7 bilhões de indivíduos, com sua visão egoística e interferindo na dinâmica ecológica da terra, dos rios, dos mares, da atmosfera, provoca os mesmos danos que o percevejo da soja. A diferença é que, no exemplo citado, fizemos um enfoque no trabalho de um agricultor mantendo um objetivo produtivo. Já no enfoque da situação real por que passa o planeta em seus recursos, a fome dos humanos é contínua e geometricamente cumulativa: fome alimentícia; fome de lucro; fome de comodismo; fome de grandeza; fome de supérfluos; fome de entesouramento. Segundo os cálculos atualizados, as ações humanas retiram do planeta 40% a mais do que ele consegue disponibilizar pela dinâmica natural.

Há, portanto, uma queima de capital, um déficit de recursos, uma desproporcionalidade, um desequilíbrio ambiental gravíssimo. Estamos gastando o futuro para o qual nossos descendentes nascerão munidos da vã esperança de viver em ambiente sustentável.

Alguns animais demonstram possuir um instinto muito mais eficiente que a inteligência humana. Ante a visão crítica de uma superpopulação, certos animais procedem de modo inteiramente racional. O lemingue do norte-europeu resolve o problema com o suicídio em massa. As abelhas excedentes de uma colméia abandonam o lar numa revoada incerta, procurando formar nova colônia. As lulas entram em coma pré-morte sobre seus próprios ovos, numa fantástica demonstração de renúncia à vida-elo em beneficio à vida-corrente.

Não estamos recomendando suicídio a ninguém, mas sugerimos que o animal humano tem a capacidade mental de equacionar e solucionar seus problemas existenciais. Ainda há um tempo curtíssimo, mas alertamos que aos poucos ele se esvai, e a solução se tornará impossível.

Considerada a pegada ecológica, a população mundial equivale, no mínimo, a 100 vezes seu número nominal. Por isso, mudamos de nome. Não somos mais o animal racional, o rei dos seres vivos, o centro do universo; somos simplesmente praga. Deixamos de ser animais racionais para sermos predadores da própria mãe Terra, aquela que nos fornece, com amor e ternura, abrigo, alimento, vida.

Dois fatores incisivos nos levam a essa situação trágica: o antropocentrismo e a ganância. Nós nos esquecemos que o ecossistema inclui a biodiversidade e que nossa individualidade é transitória. Nós, como animal humano, não somos indivíduos, somos a humanidade, parte do todo planetário.

Nessa situação, só nos resta aguardar que um agrônomo celestial venha salvar a Vida planetária, tirando-nossa existência e toda a riqueza material que, paradoxalmente, teimamos em acumular.

Somos praga no planeta. Não aceitamos esse nome, pois o egocentrismo de espécie cega nossa razão. Contudo, essa cegueira não impede que sejamos praga e, nessa qualidade, já selamos nosso destino.


Minha maior recompensa com este blog, certamente é descobrir, cada vez mais, textos incríveis, escritores fantásticos e principalmente seres-humanos atuantes e engajados, escondidos pelas palavras...

É inexplicavelmente reconfortante e acolhedor poder ler algo que traduza tão perfeitamente nossas próprias teorias e concepções. Nossos valores e princípios. A nossa verdade!


Qualquer criatura do Universo, que tiver essa (ou semelhante) visão  do nosso planeta...concluirá que ele está morrendo aos poucos, vitimado por uma praga...composta por 7 bilhões de indivíduos.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

A história das coisas - o que você ainda não sabe, mas deve saber!

A história das coisas é um vídeo bastante conhecido e replicado por muitos blogs e sites que tratam de assuntos ambientais. Não poderia deixar de posta-lo aqui também, em sua versão legendada, já que o vídeo original é americano.



E você o que achou? Concorda com esta cadeia...a falsa cadeia ensinada nas escolas e o verdadeiro esquema que nos torna reféns e cúmplices de um sistema fajuto e imundo que exalta quem tem, mas não valoriza quem é!

E cabe a nós...que fomentamos este sistema e não mais somos vistos como pessoas, mas sim como CONSUMIDORES, começar a provocar mudanças que obriguem os homens do topo a perpetuarem negócios mais decentes e humanos.

Compre menos e viva mais! Qualidade de vida não se mede pela quantidade de carros que você tem na garagem...

terça-feira, 23 de novembro de 2010

A culpa é dos golfinhos - por Osíris Duarte

Já escrevi por aqui, sobre o estaleiro da OSX e suas possiveis consequências e também sobre sua repercussão na mídia.

Recentemente a OSX divulgou uma nota, desistindo de Biguaçu para instalar seu estaleiro, cansaram de esperar o parecer do ICMBIO...porque afinal de contas dá trabalho seguir toda a burocracia das leis...

Enfim, descobri este texto, quase sem querer, de um jornalista, que mora em Florianópolis, que sintetiza toda a minha opinião sobre o assunto e suas margens...

Eu não conseguiria escrever nada melhor, portanto, segue abaixo: leitura obrigatória!


Por Osíris Duarte - Jornalista

Os dóceis animaizinhos, alegres e simpáticos habitantes do mar, os golfinhos, nunca imaginariam que serviriam de bode-espiatório para as justificativas da imprensa e de alguns catarinenses em relação à mudança de endereço do futuro estaleiro do bilionário bonitão Eike Batista. Os pobres bichinhos, caçados até quase extinção em algumas partes do mundo, agora servem de argumento para diminuir a importância da não instalação desse empreendimento, que ameaçava a qualidade de vida de milhares de catarinenses, comprometendo fontes de renda importantes para o estado como o turismo. Colocar a culpa nos golfinhos é de uma conveniência argumentativa para os defensores do projeto que soa quase como piada.


Um dos principais pontos de defesa do “bendito” projeto do estaleiro são os tais 14 mil empregos que o empreendimento geraria no estado. Relembrando que a maricultura gera os mesmos 14 mil empregos, setor esse que ainda tem muito para se desenvolver em Santa Catarina e de forma sustentável. Mas vamos então debater esses tais 14 mil empregos. Primeiro que são pelo menos 10 mil empregos indiretos, gerados em todo o processo de construção e manutenção do estaleiro, que tem prazo para ficar pronto e, conseqüentemente, prazo para desempregar. Apenas 4 mil vagas seriam de empregos diretos, quantia irrisória comparado com a geração de empregos no turismo, que depende intimamente da conservação do patrimônio natural para continuar gerando renda no estado. Santa Catarina é um dos destinos ecológicos mais respeitados do Brasil, não só pelas belas praias como também pela mata atlântica litorânea preservada (um dos maiores percentuais de conservação no Brasil) e região serrana, com seus cânions, cachoeiras e mata nativa. Na verdade, me parece que o argumento de geração de empregos no Brasil serve hoje para justificar qualquer ação, mesmo ela sendo a mais estúpida possível dentro do atual contexto ambiental, social e humano do planeta. Basta dizer que serão geradas algumas dezenas de empregos para que apóie a derrubada de florestas, a privatização de áreas da União (como é o caso da região costeira e matas nativas) ou mesmo o “desenvolvimento nas coxas” promovido pela ocupação de áreas sem qualquer fiscalização, planejamento ou vislumbre de uma estrutura sustentável. Enquanto os empregos forem gerados à custa da qualidade de vida do cidadão, fomentando as diferenças sociais – já que a maioria deles são subempregos, de baixa renda e com características exploratórias – e a exacerbação da importância do consumo e da notoriedade dentro de uma estrutura capitalista selvagem, não poderemos vislumbrar a manutenção desse belo estado da forma confortável e acolhedora, durante muito tempo.


Quanto ao senhor Eike Batista, o bonitão bilionário autor do projeto, há de se ressaltar que ele é um empresário que tem o lucro como objetivo, não o bem estar do cidadão. Um fato curioso e recente a respeito desse senhor foi a doação de 2 milhões de Reais feita por ele na campanha eleitoral desse ano. E para quem? Um milhão pra Dilma e outro para o Serra! Isso não me causou surpresa, apenas reforçou o papel que esse senhor tem na sociedade e como ele o desempenha. Fica claro o interesse desse sujeito apenas nos negócios, sem comprometimento ideológico ou posicionamento político. Estamos cansados de saber que o financiamento de campanha é uma troca de benesses entre grupos de interesse que nada tem a ver com o desenvolvimento do país e qualidade de vida do brasileiro. Dentro da realidade do “business” Eike exerce seu direito no jogo de toma lá dá cá da realidade Tupiniquim, mais isso não deve mais ser considerado uma condicionante para ascender economicamente no país, nem mesmo deve passar despercebida aos nossos olhos e senso crítico. É preciso saber quem são esses sujeitos para que possamos saber opinar melhor e de forma menos fragmentada.


Algumas das opiniões que ouvi, favorável a vinda do estaleiro e desfavoráveis a atual situação, a ida do empreendimento para o Rio de Janeiro, são de uma ignorância (daquele que ignora os fatos, ou o fato) descomunal. Como o foco da imprensa tem sido o meio ambiente emperrando o desenvolvimento – fato esse que colabora para a condição atual do clima e da sustentabilidade ecológica do planeta – muita gente tem se armado de cinco pedras em cada mão para acertar o primeiro golfinho que ver pela frente. Opiniões como “se matarem uma pessoa o culpado pode até não ser preso (Nota minha: se for rico né!), mas se matarem um animal com certeza serão”, ou até responsabilizando o empresariado catarinense, dito sectário e ortodoxo por alguns, são algumas das críticas feitas por quem não mora perto da área nem vai ganhar nada com o estaleiro. Não entendo como o empresariado catarinense, um dos principais segmentos a serem beneficiados com tal empreendimento, poderia ter investido contra a instalação do mesmo. Culpar políticos também tem sido pauta no debate sobre o tema, logo eles que tanto fizeram esforços para que o negocio saísse! Mesmo com o anúncio da ida do Eike pro Rio, para fazer a lambança dele lá, o governador em exercício Leonel Pavan chamou a OSX para conversar, na tentativa de salvar “algum” nessa história para Santa Catarina. Mas de que Santa Catarina estamos tratando? A dos empresários e políticos ou a do povo do mar, pescadores, ecochatos – como alguns gostam – que se reuniram as centenas durante meses nas audiências públicas para debater o projeto, que engrossaram o coro de descontentamento junto ao MP e aos órgãos ambientais, que numa atitude pouco comum a nossa realidade, fizeram cumprir-se a Lei! Infelizmente no nosso país as Leis são exercidas de acordo com a posição social e conveniência, e mesmo o cidadão mais simples, que não ocupa altos cargos e ganha muito, repete o discurso de contravenção social em detrimento da organização pelo bem estar coletivo. É preferível burlar as Leis para gerar os tais empregos, do que segui-la consciente da existência dela como instrumento de preservação ao que pertence ao coletivo, não apenas a mais um empresa de um cara cheio da grana. E, enquanto navios saem no estaleiro, os golfinhos ficam com o ônus da ignorância humana. Somos todos seres vivos, e o benefício de uns não pode significar a morte de outros. Se assim como os golfinhos somos parte da natureza, porque ainda nos colocamos na posição de julgadores dos destinos dos seres da Terra? Porque para o lucro de alguns podemos matar outros? Se temos mais direitos sobre esse planeta do que as demais espécies, nossa responsabilidade deve ser proporcional a posição que nos colocamos. Acho que vou contratar um advogado para os golfinhos, coitados... Gerações e gerações usaram aquela baia como ponto de parada e agora são responsabilizados pela frustração de uma vontade imediatista humana. Acho que vou contratar o advogado para processar por calúnia e difamação aqueles que insistem em culpar os golfinhos pela ignorância do homem.



O autor é paraibano, mora em Florianópolis e me fez relembrar o episódio xenofóbico no twitter contra os nordestinos, logo após a eleição deste ano.

Enquanto a avassaladora maioria do povo do sul, resume os atos de destruir e consumir como fonte de renda e degraus para o progresso, enquanto o maior bilionário do país banca paralelamente, apenas as campanhas dos candidatos a presidência com maior chance de alcançar o poder "em nome da democracia" eu só espero que venham a público oponiões de nordestinos como o jornalista Osíres Duarte.

Porque não é de onde você vem e o que você tem, que servem para mensurar seu real valor nessa sociedade!
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