"Vivo da floresta, protejo ela de todo o jeito, por isso vivo com a bala na cabeça a qualquer hora, porque vou para cima, eu denuncio. Quando vejo uma árvore em cima do caminhão indo para uma serraria me dá uma dor. É como o cortejo fúnebre levando o ente mais querido que você tem, porque isso é vida para mim que vivo na floresta e para vocês também que vivem nos centros urbanos."

Zé Claudio, assassinado em maio de 2011.



quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Empresa de Eike Batista é denunciada por compra de carvão ilegal no MS

A notícia é do Estadão  e não requer nenhum comentário adicional da minha parte. Sempre bom ver estes veículos, tidos como sérios, contando a história verdadeira. Segue na íntegra:


O Ministério Público Federal (MPF) em Mato Grosso do Sul denunciou a siderúrgica MMX, do empresário Eike Batista, e mais duas empresas que atuam no estado por produção e comercialização irregulares de carvão.

Arquivo/AEMMX e outras duas empresas adquirem carvão vegal de fornecedor não licenciado pelo IbamaA MMX é acusada de comprar carvão vegetal produzido com desmatamento de árvores nativas. O carvão, adquirido de fornecedor não licenciado, vinha do município de Bonito, na entrada do Pantanal, onde a exploração de madeira para esse fim é proibida.

De acordo com o MPF, a empresa também foi flagrada recebendo 25 documentos de origem florestal (DOF) falsos de uma empresa envolvida em um esquema de fraudes do sistema eletrônico de controle de produtos florestais.

As empresas Black Comércio de Carvão Vegetal e HF Agropecuária também foram denunciadas pela extração de madeira nativa para produção de carvão. Segundo a investigação, as duas empresas retiraram madeira de uma área equivalente a mais de mil campos de futebol do interior da Terra Indígena Kadiwéu, na região de Corumbá, também no Pantanal sul matogrossense.

Na denúncia contra a MMX, o MPF pede que a empresa responda por crime ambiental por deixar de cumprir obrigação de relevante interesse ambiental, por operar em desacordo com licença ambiental concedida e por desobedecer um auto de infração do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

A Black Comércio de Carvão Vegetal e a HF Agropecuária Ltda deverão responder criminalmente pelo corte e transformação de madeira de lei em carvão. Além de multa, a lei prevê reclusão de um a dois anos.

Fonte: Estadão

Rio Sucuri - Bonito




quarta-feira, 29 de setembro de 2010

O melhor da política

Não consegui parar de rir, mas na verdade era para chorar. Veja algumas das respostas e perguntas de Weslian Roriz no debate de ontem, em Brasília.





Tomei a liberdade de transcrever o meu trecho favorito da entrevista, fazendo algumas pequenas observações, em alguns momentos.

Aprecie

"Eu teria assim uma acessoria técnica, eu diria para o senhor. Competente, responsável. Eu gostaria de dizer ao povo de Brasília que nós vamos ampliar o número de unidades  na hora que é o modelo com a instalação, pelo menos em cada região - ??? -. Administrativo - esse administrativo aqui foi uma tentaviva de incluir uma palavra habitual da política, para dar a sensação de que ela sabe o que diz -  do distrito federal e implantar a saúde dos servidores públicos       - como será que se implanta a saúde do serevidor? -. Nós chegamos na hora que nós temos que isso será feito em nosso governo e que isso vai ser combatido - a mão que afaga é a mesma que apedreja - tudo aquilo que a gente falar com certeza vai ser pra aquele que tá precisando  de tudo que nós, (t)seremos uma acessoria ténica - ela adorou acessoria técnica - pra cada lugar, de cada devido lugar, que vai ser necessário."

Weslian Roriz

Fala a verdade não é genial? Quando surgirem esses papos de política de fila se supermercado, elevador, vou lançar este discurso, fingindo que entendo tudo do que estou falando...vamos ver quem vai concordar comigo.

A Weslian é casada com o Joaquim, que fugiu da candidatura para correr do ficha limpa.

Sinto-me quase que privilegiada por não morar em Brasília.

Mas aqui em Sampa têm também o Tiririca...que em recente entrevista a Folha lançou as seguintes pérolas:

Folha - Por que você decidiu se candidatar?
Tiririca - Eu recebi o convite há um ano. Conversei com minha mãe, ela me aconselhou a entrar porque daria pra ajudar as pessoas mais necessitadas. Eu tô entrando de cabeça.

Folha - Sabe o que o PR propõe, como se situa na política?
Tiririca - Cara, com sinceridade, ainda não me liguei nisso aí, não. O meu foco é nessa coisa da candidatura, e de correr atrás. E caso vindo a ser eleito, aí a gente vai ver.

Folha - Mas tem algum projeto concreto que você queira levar para a Câmara?
Tiririca - De cabeça, assim, não dá pra falar. Mas como tem uma equipe trabalhando por trás, a gente tem os projetos que tão elaborados, tá tudo beleza. Eu quero ajudar muito o lance dos nordestinos.

Folha - O que você conhece sobre a atividade de deputado?
Tiririca - Pra te falar a verdade, não conheço nada. Mas tando lá vou passar a conhecer.


Estamos em boas mãos, hein?!?

Pra frente Brasil: salve a eleição!



Ás vésperas de mais uma eleição que determinará nosso futuro nos próximos quatro anos, nas redes sociais ficam evidentes as brigas de lavadeira, a manipulação, o lado podre e falta de propostas coerentes. A maioria dos candidatos não fala nada com nada e se esconde por trás de histórinhas, musiquinhas e bla bla bla de grandes partidos.

Mais uma vez como de costume surgem as celebridades, já sem grande visibilidade na mídia, que servem para chamar atenção para os partidos. Um bando de gente vota nessas criaturas, que não fazem a menor idéia do que estão fazendo ali.  Como cada canditado, para ser eleito precisa de um número X de votos, o restante de votos que excederem este número vai diretamente para o partido. E pegando uma carona nessa cauda de cometa, um bando de candidatos osbcuros acaba por se eleger também.

Aliás votar em partidos, como sugerem, inclusive, os comerciais, é a forma mais eficiente para eleger canalhas. Você vota na legenda, acreditado na "luta" de um partido e pode se estrepar durante quatro anos. Partamos para um exemplo prático: você não quer que o PT ganhe, vota na legenda do PSDB, leva em conta todo o meio ambiente, mas infelizmente seu voto vai parar nas mãos de um ruralista feroz, que planeja destruir tudo para criar gado. Pronto, com o seu voto na legenda você colocou a motosserra nas mãos dele (lembrando que o PSDB é o terceiro partido com maior número de parlamentares ruralistas, perdendo somente para PMDB e DEM).
Vote em pessoas, não as que cantam, brincam e riem, não as que repetem, sem saber o que dizem: saúde, educação e moradia, mas de fato não apresentam uma sequer proposta de como vão lutar pra te oferecer isto.

Temo pelo futuro do pais, quando penso que as pessoas votam e elegem pessoas que pretendem trabalhar por um país durante apenas 4 anos que podem virar oito e ampliar o período infernal. Há que se governar um país hoje para que ele continue crescendo, daqui a 4 ou 15 anos. Continuidade aos bons projetos...Isso deveria ser lei. O governo atual não vai afundar o que de bom fez o anterior e assim por diante, sempre!

O Plínio de Arruda fala muito bem sobre esse melhorismo, proposto tanto pelo PSDB, quanto pelo PT. Auxiliam emergencialmente, mas não garantem futuro nenhum, nem estável, nem economicamente saudável, muito menos sustentável. Garantem um hoje para quem quer ganhar agora e fazer parte do Partido dos Mamadores Oficais do Governo. E esse partido exclui qualquer cidadão do povo, os mesmos que pagam altíssimos impostos, os mesmos que não vêem  retorno algum: TODOS NÓS!

Eu, por aqui e pelo twitter já deixei bem claro em quem eu voto. Vou de Marina Silva sem pestanejar, porque não acredito na Dilma, porque não quero mais o PT, nem sua forma de acelerar a econômia assassinando também o planeta. Também não quero ver o país continuar estabelecendo relações e compactuando com ditadores asassinos em nome da econômia, como justificamos atrocidades em nome desta porra de economia.

Também não planejo ver o PSDB diminuir ainda mais a verba da educação, pregar os cursos técnicos alarmantemente, mas providenciar um ensino fundamental miserável e boçal. Também não quero a maioria dos ruralistas apoiadores do PSDB sambando nas leis ambientais para favorecer seus negócios e interesses pessoais. Nem quero continuar pagando o pedágio mais alto do Brasil...

Não voto na Marina porque ela é do PV, muito menos porque seu vice é o presidente da Natura, empresa que tenho lá minhas ressalvas, voto na Marina Silva porque acredito nela, porque respeito sua trajetória, porque ela já mostrou serviço e porque tem comprometimento com o meio ambiente, claro. Aliás é bem óbvio que candidatos que apresentam propostas para o meio ambiente, evidentemente tem propostas para todos os outros setores: saúde, educação,habitação e todo o resto do bla bla bla. Claro e simples assim!

Agora quem não inclue em suas propostas uma política de sustentabilidade estará planejando tudo pela metade.

Felizmente alguns artistas da grande mídia, têm se manifestado a favor da Marina (Caetano Veloso, Gilberto Gil,  Wagner Moura, Marcos Palmeira e até Gisele Bündchen),  o que acaba por competir com as terríveis e fajutas pesquisas eleitorais, que sempre promovem o mesmo museu de grandes novidades com base em meia dúzia de entrevistados, como se fosse o pensamento de nação inteira.

Essas pesquisas são ridículas e deprimentes, mais ridículo ainda que sejam transmitidas na televisão e muito mais deprimente quem se baseia nelas para escolher seu canditado.

Entendo que a grande maioria das pessoas não se interessa por política, por não entender, por desacreditar, por ter perdido a fé , a esperança  e o saco com nosso sistema corrupto, lento e imbecil. Nosso voto não é a salvação do país, como nos mostra a televisão. A maioria nunca defendeu a minha opinião. Mas o voto é sim a única forma que você têm para se manifestar. Uma arma que a maioria usa para se suicidar!

E é por isso que eu  voto em pessoas, porque sei de quem eu vou cobrar depois. Porque política não se faz apenas em período de eleição. É depois que esse oba oba acabar que eles têm que mostrar o serviço que prometeram e honrar seus altíssimos salários.

As manifestações populares nas redes sociais, em cada blog, me anima, me faz sonhar com um povo politizado, empenhado, preocupado. A televisão não mostra, mas o boca a boca na internet acaba por nos informar, nos obriga a descobrir mais e exigir também.

Talvez os alienados que eles buscam enganar estejam com seus dias contados, afinal já disse  o Socrátes (ídolo alvinegro) "Imagina a Gaviões da Fiel politizada?". Eu imagino, mais que imaginar eu sonho com isso! e sonhos não envelhecem...








terça-feira, 28 de setembro de 2010

Estaleiro OSX na mídia

Neste domingo o Domingo Espetacular da Rede Record exibiu uma matéria sobre o estaleiro da OSX (para quem não conhece a história clique aqui e entenda o dilema).



Finalmente a grade mídia toca neste assunto que parece estar tão abafado.

Fico surpresa por saber que ainda existem seres-humanos que não se vendem pelo dinheiro. Isso renova minha esperança na humanidade, aos índios:meu muito obrigada!

Mesmo não sendo, as empresas de mineração deste senhor, o foco desta postagem , é bastante curioso ele alegar que nunca teve ajuda do pai, mas operar extraindo minério exatamente nas mesmas regiões em que opera a Vale.

Também soa mais grave, ouvir de uma repórter na televisão que o parecer da ICMBio foi contrário a instalação do estaleiro em Biguaçu, quando somos nós, os zés e marias ninguéns defensores do meio ambiente, falamos ao vento, mas a verdade é clara e evidente.

A reportagem, infelizmente, não mencionou a sucessão de patifarias políticas envolvendo senadores e deputados de Santa Catarina, que têm fome de dinheiro, principalmente do dinheiro do Eike Batista.

Ainda assim considero que a reportagem foi realista, verdadeira e minuciosa. Gostei bastante!
e certamente muita gente deve ter odiado.

Enfim, tirando a parte ti ti ti da reportagem, já que não me interessa a vida particular do dito cujo, pouco me importa aonde o eike gasta seu dinheiro e quem são as senhoritas com quem se relacionam ele e seu filho. O que me interessa é ter o direito de optar por um capitalismo menos gafanhoto e covarde, onde as licenças sejam transparentes, onde os empresários não subornem o país inteiro para perpetuar sua fortuna.

Sim...sou a favor do crescimento, do tal progresso...que para mim incluem dignidade e respeito também as outras espécies, também as populações menos abastadas.

A verdade está ai. Para quem quiser ver e tirar suas próprias conclusões.

Bem-vindo(a) ao mundo real!

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Alimentos orgânicos - saiba onde comprar

Nas minhas andanças virtuais encontrei esta indicação de feiras de alimentos orgânicos no blog Sustentável Mundo Novo .



Como o interesse por alimentos orgânicos cresce a cada dia, mas não é uma tarefa simples encontra-los em mercados e outros estabelecimentos,  a Rede de Agricultura Sustentável disponibilizou na internet uma lista com endereços de feiras e comércios de produtos orgânicos, agroflorestais e agroecológicos em todos os estados do Brasil, além trazer informações sobre agricultura sustentável.

Para quem se interessa pelo assunto e planeja se livrar de alimentos venenosos o site é um prato cheio.


Uma observação: O Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA), realizado pela Anvisa, listou os 9 alimentos com mais quantidade de agrotóxicos:

1º Pimentão: 65,36%

2º Morango: 36,05%
3º Uva: 32,67%
4º Cenoura: 30,39%
5º Alface: 19,8%
6º Tomate: 18,27%
7º Mamão: 17,31%
8º Laranja: 14,85%
9º Abacaxi: 9,47%

Fique atento!

Para se aprofundar no tema indico o blog da Carol Daemon que sempre tem novidades e informações sobre o tema.

domingo, 26 de setembro de 2010

Ecocartoon

Estava assistindo o Repórter Eco na TV Cultura e uma das matérias do programa de hoje foi sobre ecocartoons, uma forma bem humorada -contestadora e irônica também- de colocar o meio ambiente em pauta.

Seguem alguns trabalhos de vencedores e participantes -todos geniais- das três edições do Salão Internacional Pátio Brasil de Humor sobre Meio Ambiente.

Omar Alberto Figueroa Turcius - Madri/Espanha (2009)
O meu favorito, já que representa brilhantemente a minha realidade local.
Quero homenagiar o poder público e os grandes construtores da baixada santista com este cartoon.
Senhores que erguem gigantes edifícios em frente ao mar, que chegam a tapar o sol na praia e são ocupados durante, no máximo, três meses, mas servem para encher os bolsos do munícipio com o IPTU mais caro do Brasil...

Edson dos Reis Junior -  MG (2008)

Jarbas Domigos - PE (2008)


Paulo Volmar Mattos Vilanova - RS (2009)


Luís Demétrio Calvo Solis - Costa Rica (2010)

Para acessar os trabalhos de outros  participantes clique aqui. Há cartoon sensacionais de artistas de todo os cantos do mundo...

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Baixada Santista em Ação

Neste sábado duas ongs estarão realizando mutirões de limpeza em Itanhaém e em Santos.
As ações são respectivamente organizadas pela ong Ecosurfi (de Itanhaém) e Ecofaxina (de Santos).





A iniciativa faz parte da ação internacional “Clean Up the World”, realizada em mais de 130 países, numa homenagem ao Dia Mundial da Limpeza em Rios e Praias


Dia 25 de setembro (sábado) das 9 às 11 horas da manhã.

Os mutirões acontecerão simultaneamente em 11 pontos de Itanhaém e visam recolher cerca de 10 toneladas de resíduos sólidos numa área que abrangerá 7,5 km.

Pontos de despoluição:


Suarão (Concentração Posto Bombeiro na Praia)
Savoy (Concentração em frente a Colônia Cabos e Soldados)
Centro (Concentração Quiosque Ventania)
Praia da Saudade - Trilha Sapucaitava (Concentração Praia dos Pescadores)
Praia dos Pescadores (Concentração Praia dos Pescadores)
Ilha das Cabras - Praia do Pescadores (Concentração Praia dos Pescadores)
Praia do Sonho - Faixa de Areia (Concentração Praia dos Pescadores)
Costão Praia do Sonho e Praia das Conchas (Concentração Praia dos Pescadores)
Cama Anchieta - Gruta nossa Senhora de Lourdes (Concentração Praia dos Pescadores)
Cibratel (Concentração Quiosque Correnteza)
Gaivota (Concentração Quiosque do Norberto)


Para saber mais acesse o blog da ong http://www.ecosurfi.org/




A organização Ecofaxina já é especialista em mutirões que acontecem periodicamente e retiram toneladas de lixo do meio ambiente.

E para comemorar o Aniversário de 25 anos do Dia Mundial de Limpeza Costeira vão realizar mais uma ação, também no dia 25 de setembro de 2010 no Jardim São Miguel a partir das 9 horas da manhã.

Há transporte gratuito e o ponto de encontro é na Rua Dr. Oswaldo Cruz, 266. Os participantes receberão lanche e certificado.

Para se inscrever neste evento clique aqui!

Para saber mais acesse o blog da ong: http://www.ecofaxina.blogspot.com/ 

Se você também tem informações sobre eventos deste tipo que vão acontecer na sua região divulgue nos comentários.

E mãos à obra...

Um privilégio contar com estas ongs atuantes na baixada santista, porque se for para esperar pela iniciativa das prefeituras....senta que lá vem história...

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Carro movido a óleo de cozinha

Esta precisosa informação eu encontrei no site Setor Reciclagem, segue o texto na íntegra.


Não é brincadeira: o carro de Fendel se movimenta, roda pelas ruas e estradas com o mesmo óleo de cozinha com que se fritam batatas, ovos, peixe... inclusive com óleo usado de fritura, filtrado"

Em 1897, o alemão Rudolf Diesel, utilizou óleo de amendoim no seu motor. E afirmou que “Os paises que utilizarem óleos vegetais com meu motor, obterão desenvolvimento sustentável”.

O engenheiro mecânico Thomas Fendel abraçou o projeto de Rudolf . E, há tempos, tentava regularizar junto ao DETRAN a alteração de uma das características de seu veículo automotor. Com pequenas adaptações no motor a diesel, seu carro passou a funcionar movido a OVN - óleo vegetal natural (a mais eficiente espécie do tão falado biocombustível**).

Mas o DETRAN – alegando incapacidade técnica – recusava-se a licenciar seu veículo.

Fendel não teve alternativa: requereu ao Poder Judiciário de vários estados autorização para adequar seus veículos ao uso do biocombustível OVN.

Ao analisar o processo, entendeu o juiz Domingos Paludo – da Vara da Fazenda Pública de Florianópolis - que a denegação do pedido na via administrativa, “não tem causa, pois nenhum ato de agente público pode ser praticado no evidente propósito de restringir direito, sem um motivo de Direito que o justifique”.

Além disso, sob a ótica do direito do consumidor, para ele “as leis devem ter sentido produtivo e não destrutivo das economias populares, bem como se devotarem todas e sempre à obtenção do bem comum, não se justificando nenhuma restrição a direito sem causa lícita, ou antes, com causa absolutamente singular, egoística, de proteger as concessionárias em detrimento de todos os consumidores”.

Hoje, Fendel, por força de uma medida concedida, tem o primeiro veículo movido a OVN - óleo vegetal natural – regularizado junto ao DETRAN no Brasil.

Não é brincadeira: o carro de Fendel se movimenta, roda pelas ruas e estradas com o mesmo óleo de cozinha com que se fritam batatas, ovos, peixe... inclusive com óleo usado de fritura, filtrado.

O momento é propício para divulgar esta boa nova porque, embora as discussões sobre os (limpos) combustíveis substitutivos da (suja) gasolina (fóssil) estejam na boca do povo, os nossos governantes só falam e investem no biodiesel que é uma mistura que contém óleo vegetal modificado, desnecessariamente mais caro e oligopolitizado.

Chegou a hora de o Brasil também falar e investir no uso de óleo vegetal puro pois existem vários exemplos de experiências bem sucedidas.

Com seu projeto sustentável em prática, Fendel:

1. obedecendo a postura internacional, contribui para o não aquecimento do planeta porque não está usando combustível fóssil. Ora, será que só um carro movido a OVN pode provocar alteração no efeito estufa? Claro que sim. Especialmente se este exemplo for multiplicado por outros usuários de veículos automotores. Afinal, cada um deve fazer a sua parte, pois os vegetais correspondentes fazem a sua parte muito bem feita, eles seqüestram graciosamente muito mais CO2 da atmosfera, do que o devolvido pelo uso das bioenergias;

2. está contribuindo para o sucesso da agricultura familiar. Cada agricultor poderá ser auto-suficiente na produção do combustível que utiliza e deverá poder vendê-lo livremente;

3. gastará R$ 0,08 para rodar 01 kilômetro. Isso, em relação à gasolina, representa uma economia de R$ R$ 0,16 por kilômetro rodado.

Esta brilhante decisão judicial é uma vitória para a sociedade. E é também uma vitória para o meio ambiente e para o bolso do consumidor!

Extra! Extra! Leitores, vamos replicar esta decisão em cada canto do Brasil! Fale conosco!

Ana Echevenguá - advogada ambientalista, coordenadora do programa televisivo Eco&Ação – Ecologia e Responsabilidade,
e-mail: ana@ecoeacao.com.br

** - segundo a Lei 11.097/2005 é “combustível derivado de biomassa renovável para uso em motores a combustão interna ou, conforme regulamento, para outro tipo de geração de energia, que possa substituir parcial ou totalmente combustíveis de origem fóssil”.



Uma solução simples, quase óbvia, que poderia ter sido barrada porque o DETRAN prefere defender interesses privados de uma minoria rica que não vai lucrar com a libertação social. A verdade é que não precisamos ser reféns das grandes companhias, nem dos mega extrativistas. Inúmeras soluções ecoeficientes podem nos trazer autonômia e independência, basta serem colocadas em prática!

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Asfalto Ecológico na Rodovia dos Bandeirantes

Tenho a insuportável mania de rechear este blog com notícias revoltantes e deprimentes. Felizmente hoje encontrei uma ótima novidade pela internet.


No dia 10 de setembro foi inaugurado o trecho ecológico da Rodovia Bandeirantes, eleita a melhor do país pela quinta vez pelo Guia Quatro Rodas.

Uma Usina Móvel, instalada no próprio canteiro de obras, opera retirando o asfalto velho, triturando-o e enriquecendo-o com cimento e  pó de pedra do próprio local. Na superfície o revestimento é feito com asfalto borracha, que nada mais é que a reciclagem de peneus velhos.

A empresa responsável pelo serviço é a Concessionária CCR Autoban, estima-se que neste trecho, entre os km 85 e 78, foram reciclados 450 mil pneus, que como bem sabemos poderiam levar 600 anos para se decompor.

Até 2011 cerca de 600 km de pista da mesma rodovia devem ser recuperados desta mesma forma.

Esperemos que este tipo de pavimentação vire referência nacional...

Notícia na íntegra: Planeta Sustentável
Site da concessionária CCR Autoban

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Produtores conciliam plantio e conservação de florestas

Abaixo, uma matéria do Estadão, que revela que existem produtores rurais que não almejam as alterações do código florestal como a salvação da lavoura e que com ações sustentáveis garantem seus lucros e a preservação do meio ambiente.

Por Fernanda Yoneya e Leandro Costa - O Estado de S. Paulo


Logo na entrada, a Fazenda Conquista, do Grupo Ipanema Coffees, em Alfenas (MG), encanta pelos seus belos e ‘finos’ cafezais e pela imensa área de reserva legal. Mas é do alto de um antigo mirante, estrategicamente preservado em meio à lavoura, que se pode apreciar um dos bens mais preciosos da fazenda: o lago de Furnas. O lago contorna a fazenda, de mais de 2 mil hectares, e é o principal responsável por criar o microclima ideal que protege as plantações de baixas temperaturas. Não à toa, o lago é um dos principais beneficiados pelo Projeto Ipê Amarelo, criado há alguns anos, que vai plantar mais de 500 mil mudas de espécies nativas nos próximos oito anos.

O grupo já plantou 200 mil mudas e ainda preserva uma área 250 hectares de mata atlântica com vegetação nativa. “Com a preservação das áreas de preservação permanente (APP), mantém-se a qualidade e o fornecimento das águas nas propriedades, além das APP funcionarem como um corredor de fauna, ligando-se às áreas de reserva legal”, explica o diretor de Novos Mercados da Ipanema Coffees, Edgard Bressani. “Há ainda que se considerar o alto índice de regeneração natural proporcionada pela separação das áreas destinadas à preservação que vão receber mudas de espécies nativas”, acrescenta o diretor-presidente da Ipanema Coffees, Washington Luiz Alves Rodrigues.

Distante da polêmica em torno do relatório do deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que propõe mudanças no Código Florestal, apresentado em junho em Brasília (DF), o grupo Ipanema Coffees tem 1.871,03 hectares (ou 31% da área total) de preservação ambiental, entre áreas de preservação permanente (636,94 hectares, ou 10% da área total da Ipanema) e reserva legal (1.234,09 hectares, ou 21% da área total), distribuídos nas Fazendas Conquista, Capoeirinha, Rio Verde e Santana. A área total da Ipanema, cujas fazendas localizam-se no sul de Minas Gerais, é de 6.095 hectares.

“É muito importante manter essa biodiversidade. Você cria um ambiente favorável, com insetos e animais que realizam uma espécie de manejo ecológico. Você dá condições ideais para o aumento dessas populações que ajudam a manter o equilíbrio do local, com a existência de inimigos naturais que controlam pragas e doenças na cultura do café. Se houver tatus na área, por exemplo, a população da cigarra que ataca a raiz do pé de café é controlada naturalmente”, diz Rodrigues.

Para o grupo, a produção de café precisa ser sustentável e aliar responsabilidade social e proteção ambiental, sem perder o foco econômico. “O Projeto Ipê Amarelo de Recuperação Ambiental, que estabeleceu um cronograma de plantio de 650 mil árvores de espécies nativas, possibilita à empresa atingir níveis de certificação ambiental e social internacionais. E isso de certa forma é recompensado pelo ágio de preço existente para os cafés produzidos segundo essas mesmas certificações. Não há uma compensação econômica direta, mas obviamente parte do esforço é compensado”, garante Rodrigues.

Futuro

O produtor de café Virgolino Adriano Muniz, da Fazenda das Almas, em Cabo Verde (MG), concilia preservação ambiental e boa produtividade e sabe que a manutenção de áreas de preservação permanente (APP) e de reserva legal é um investimento a longo prazo. “Não é algo que dá retorno financeiro imediato, mas os benefícios vão começar a surgir no futuro. Por enquanto, vejo que o plantio de árvores favorece a fauna silvestre, pois muitos bichos começaram a aparecer. Hoje tem macaco, quati, lobo-guará e várias espécies de aves. Isso não existia”, diz o agricultor. A área total da Fazenda das Almas – 250 hectares – é dividida em 138 hectares de café, 50 hectares de reserva legal e 34 hectares de APP.

Muniz conta que preservou a área de mata nativa que já existia na propriedade e investiu na recuperação de áreas degradadas. “Havia uma área de 12 hectares de APP que estava degradada. Por lei, não se pode cultivar nessa área. Limpei tudo e reflorestei”, diz o produtor, que investe em ações preservacionistas na fazenda há seis anos e orgulha-se de uma certificação internacional de boas práticas agrícolas. “Por enquanto, já plantei cerca de 11 mil árvores, de umas 70 espécies nativas.” O produtor explica, porém, que o investimento é alto. O plantio e a manutenção até três anos de 1 hectare de mata nativa custa em torno de R$ 10 mil. “Fico contente quando vejo os resultados, mas é um investimento alto para o produtor rural.”

Outro motivo de orgulho do cafeicultor são as 22 nascentes – “todas protegidas” – mantidas na propriedade. “Percebi que em determinados locais, por causa da mata, a umidade aumentou”, diz o produtor. “Nessas áreas, a infiltração da água de chuva no solo é maior, o que ajuda a abastecer o lençol freático. Além disso, com o solo protegido, não há risco de enxurradas e erosão”, justifica. A longo prazo, Muniz acredita também que a água da fazenda será de melhor qualidade. “Hoje, a lei protege no mínimo 30 metros nas margens dos rios e é isso o que garante a preservação e manutenção dessas áreas”, avalia.

Cana orgânica

Na área de cana-de-açúcar, a Usina São Francisco, de Sertãozinho (SP), conhece bem os resultados da busca por um sistema de produção sustentável. Criado em 1987, o Projeto Cana Verde, de conversão de agricultura convencional para orgânica, instalou, ao longo dos 7.500 hectares de lavoura de cana-de-açúcar orgânica certificados da São Francisco, ilhas de biodiversidade, integrando áreas nativas a áreas cultivadas, de forma a garantir o equilíbrio do ambiente. Além de conseguir elevar a produtividade em 25% em comparação ao rendimento do plantio convencional da cana – a produtividade da cana orgânica da São Francisco foi de 115 toneladas por hectare, ante 84 toneladas/hectare da média do Estado –, o combate natural de pragas tornou-se parte do manejo – a usina produz 1 milhão de insetos/dia, para controle biológico – e houve retorno de dezenas de espécies animais, algumas quase extintas na região.

Em pouco mais de 20 anos, a usina já plantou mais de 1 milhão de árvores, em margens de cursos d'água e em áreas de maior interesse ecológico, como várzeas, que são criatórios de peixes, aves, mamíferos e outros animais. “Com o retorno da biodiversidade, a natureza responde. Hoje, o canavial é cheio de insetos, mas não há danos à lavoura”, diz o diretor-agrícola da São Francisco, Leontino Balbo Júnior.

O inventário da fauna foi coordenado pela Embrapa Monitoramento por Satélite. Em 2002 e 2003, o foco foram mamíferos e aves; a partir de 2006, começou o trabalho voltado a répteis e anfíbios. A Embrapa concluiu que a biodiversidade no local é até quatro vezes maior em comparação a áreas convencionais. Foram feitas 1.474 incursões a campo. Em 2004, 247 espécies de vertebrados superiores – anfíbios, pássaros, mamíferos e répteis – foram identificadas. De 2004 a 2008, o número subiu para 325: o estudo fichou 26 espécies de anfíbios, 230 espécies de aves, 39 de mamíferos e 17 de répteis. Hoje, mais de 340 tipos de animais vivem e se multiplicam nas terras da usina. “Produzir de forma sustentável é mais que uma opção. É uma convicção”, resume Balbo Jr.

Menos pragas

A preservação de áreas de mata nativa ajuda a aumentar e a manter a biodiversidade do local, o que acaba favorecendo o equilíbrio ecológico do local, segundo a produtora rural Maria Selma Magalhães, da Fazenda Recanto, em Machado (MG). Prova de que Maria Selma tem razão é que enquanto a cigarra é considerada praga agrícola em fazendas de café da região, na Fazenda Recanto, os cafezais convivem em equilíbrio com a população do inseto. “Tem cigarra aqui na fazenda, mas somente na beira da mata. Aqui ela não causa prejuízos no cafezal, talvez porque a área seja mais equilibrada, com a existência de inimigos naturais. Aqui, o trânsito de animais silvestres é rotina”, fala a agricultora. “A consequência disso é que a necessidade de aplicar agrotóxicos na lavoura diminui consideravelmente em comparação a fazendas cafeeiras vizinhas.”

Representante da quarta geração de cafeicultores da família, Maria Selma diz que a preservação e recuperação da mata nativa criou um “microclima” na fazenda. “Monitoramos a temperatura e o índice de chuvas diariamente. A temperatura registrada na fazenda é de 3 graus a menos em relação à temperatura sentida na cidade, que fica a 15 quilômetros daqui. Além disso, aqui chove mais do que na cidade. Não é nada comprovado cientificamente, mas no dia a dia dá para notar a diferença”, diz Maria Selma. A Fazenda Recanto tem, hoje, de uma área total de 414 hectares, 150 hectares de café, 114 hectares de reserva legal e outros 61 hectares de APP, além de 13 áreas de nascentes. Cerca de 90 espécies de árvores nativas foram preservadas. “Como a região é muito rica em biodiversidade, cerquei a área e investi na regeneração natural da mata.” Sem desvincular preservação ambiental e alta produtividade, Maria Selma produz 39 sacas de café/hectare. “A média na região é de 25 sacas/hectare.”

O cafeicultor Amilcar Alarcon Pereira, de Franca (SP), confirma a tese de Maria Selma. “Nos últimos anos, notei uma diminuição na ocorrência de pragas na lavoura, favorecida pelo equilíbrio natural proporcionado pelos trechos de floresta existentes no sítio”, diz o produtor, para quem cuidar das áreas de reserva legal e APP sempre foi palavra de ordem na propriedade. “Desde que recebi a propriedade do meu pai, 20 anos atrás, fiz questão de conservar essas áreas.” Atualmente, além dos quase 10 hectares de florestas averbados como reserva legal, na propriedade de Pereira ainda há APP como topos de morro e margens de rio. “Há trechos onde a mata ciliar chega a 80 metros de largura. E o que a lei exige são 30 metros”, orgulha-se o produtor, que possui 27 hectares de plantação de café dentro dos 48 hectares de área total do sítio.

Pereira chama a atenção para as vantagens em se preservar as áreas de floresta dentro das propriedades rurais, a começar pela manutenção do recurso natural apontado pelo agricultor como o mais importante: a água. “Vi minhas reservas de água crescerem dez vezes em relação a propriedades que não possuem tantas áreas de floresta”, afirma. Em relação às discussões sobre a necessidade de mudanças no Código Florestal vigente, Pereira, que é membro do conselho e um dos fundadores da Cooperativa de Cafeicultores e Agropecuaristas (Cocapec), localizada em Franca, é categórico: “Sou contra mudanças, principalmente no que diz respeito à possibilidade de se reduzir a reserva legal. A humanidade já se comporta como gafanhoto, consumindo mais do que o planeta pode dar.” Para ele, a redução traria riscos à sustentabilidade do agronegócio. Mas reconhece a dificuldade dos produtores rurais em recompor áreas degradadas. “Se eu dissesse que esses 20% não me fazem falta, eu estaria mentindo. E olha que, em termos financeiros, minha propriedade está numa situação razoavelmente estável.”

Alternativas

Pereira admite que para um produtor pequeno perder dois décimos de sua área produtiva para cumprir a lei pode ser fatal para a sobrevivência da atividade. Por isso defende o uso de ferramentas que permitam remunerar o produtor que fizer o reflorestamento em nível suficiente para suprir as perdas de produtividade. “Porque o ônus da preservação não pode ficar nas costas do produtor. Esse ônus tem que ser assumido pelo governo também.”

Um das alternativas que o agricultor defende é a venda de créditos de carbono. “É uma forma interessante de trazer dinheiro de fora para tornar viáveis os reflorestamentos”, acredita. “O acesso a tecnologias de manejo para pequenos agricultores, que hoje estão com suas terras subutilizadas, também pode trazer ganhos de produtividade, compensando a perda de área de plantio”, sugere.

O gerente de Serviços Ambientais da ONG The Nature Conservancy (TNC), Fernando Veiga, também defende a manutenção do código atual. Para ele, a solução para a perda de área produtiva em função do reflorestamento, questão apontada principalmente pelos pequenos produtores, não está na redução do tamanho da reserva legal, mas sim na melhor aplicação das possibilidades já previstas no código atual. “Existem inúmeras opções para fazer o reflorestamento das áreas degradadas sem imobilizar as áreas de produção. O produtor pode, por exemplo, fazer o reflorestamento fora da sua propriedade, comprando uma área onde haja excedente de reserva legal. Ele pode escolher uma área onde o custo do hectare seja menor, o que ameniza essas perdas”, afirma.

Em relação ao custo para manter a um projeto de reflorestamento, Veiga lembra que a lei prevê que empresas que precisam reflorestar grandes áreas pagam pela manutenção de áreas já existentes. É a chamada servidão ambiental. “As possibilidades existem. Se no lugar de gastar energia para tentar mudar o código o setor produtivo focasse em transpor as barreiras burocráticas para colocar isso tudo em prática, essa questão já estaria encaminhada.”

Pesquisa

Para o biólogo Danilo Boscolo, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), o Código Florestal é o instrumento legal que mais contribui para a regulação e proteção de áreas de matas, campos e cerrados. “O código tem 45 anos e, obviamente, precisa ser reformulado. Mas deve-se ter cuidado para não descaracterizá-lo. Sua reformulação deve visar ao desenvolvimento sustentável do País, com base em conhecimento científico”, diz Boscolo, que possui doutorado em Ecologia. “O código tem uma função social e econômica. A conservação ambiental não é importante por ser algo bonito ou romântico, mas por ser uma necessidade econômica e de sobrevivência humana.”

Boscolo diz que os pontos mais perigosos da proposta de alterações no Código Florestal são aqueles que reduzem as APP e as áreas de Reserva Legal. A APP, além de ter a função de proteger rios, conecta fragmentos de floresta nativa e garante o fluxo entre as populações de insetos e animais silvestres. “A APP evita o que chamamos de erosão genética, que é a perda de diversidade genética provocada pelo isolamento de uma determinada população.” Isolada, explica o biólogo, a população passa a se reproduzir entre si, com riscos para a evolução daquela espécie. “Em populações isoladas, há ainda o risco de uma doença ou uma seca extinguirem todos os indivíduos.”

Portanto, o respeito aos critérios mínimos de manutenção das APP reduz o risco de grandes tragédias, como enchentes e deslizamentos, como os ocorridos no último verão. Já a Reserva Legal tem função própria; ela contribui para os chamados “serviços ecossistêmicos”, pois aumenta a qualidade, a produtividade e a longevidade de áreas cultivadas e garantindo, por exemplo, a disponibilidade de agentes polinizadores naturais, que podem reduzir os custos de produção de frutas e de grãos principalmente, avalia Boscolo.

Pela proposta de mudança do código, a proteção mínima cai para de 30 metros para 7,5 metros nas margens de rios e os Estados poderão decidir sobre cultivos em encostas e topos de morros. Várzeas deixam de ser consideradas APP. Para as áreas de Reserva Legal, o projeto propõe que propriedades com até 4 módulos rurais não precisam ter reserva. Nas propriedades que excederem 4 módulos, áreas de Cerrado na Amazônia podem ter reduzida a proteção para 20% da propriedade. Hoje, produtores são obrigados a manter a vegetação nativa em pelo menos 20% das propriedades; na Floresta Amazônica, a taxa vai para 80%.

Boscolo participa de um projeto em Mucugê (BA), na Chapada Diamantina, que pretende avaliar justamente de que forma “paisagens amigáveis” podem influenciar e maximizar a atuação de polinizadores naturais (as abelhas são os principais agentes polinizadores de cultivos agrícolas) no cultivo de maçã. O projeto, da Universidade Federal da Bahia, começou este ano e agora começam os testes de campo, em um pomar particular de 40 hectares. “Há um déficit de polinizadores naturais na região, o que resulta em menor produção e em mais frutos com defeitos.”

O biólogo explica que muitos dos polinizadores naturais usam os cultivos para se alimentar, mas que também precisam de abrigo para a reprodução. E esse ambiente eles só encontram em paisagens naturais. “São essas áreas que possibilitam a manutenção de populações de polinizadores, garantindo alimentação e local para nidificação e refúgio contra predadores”, diz, acrescentando que essas áreas devem ser próximas dos locais de cultivo. “Sem os polinizadores naturais, recorre-se à polinização manual, o que gera custos para o produtor. Na Bahia, muitos produtores também têm custo com o aluguel de colmeias para serem instaladas no pomar. Por que pagar por um serviço ecossistêmico que poderia ser de graça?”


Para o professor Gerd Sparovek, do Departamento de Ciência do Solo da Esalq/USP, não é necessário revisar o Código Florestal para permitir o desenvolvimento do setor agropecuário. O estoque de terras de elevada aptidão agrícola ainda cobertas por vegetação natural é relativamente pequeno, algo em torno de 7 milhões de hectares. “A maior parte das terras de elevada aptidão para agricultura já foram abertas. O estoque de terras de elevada e média aptidão agrícola que estão sob pastagens é de 60 milhões de hectares e esse estoque pode ser utilizado para a expansão agrícola. O desenvolvimento da agricultura não precisa das terras cobertas com vegetação natural para se desenvolver”, afirma o professor, referindo-se a uma das motivações para a revisão do código.

Sparovek, autor de um estudo sobre o Código Florestal com o doutorando da Esalq/USP, Alberto Barretto, o consultor Israel Klug e o professor Göran Berndes, da Universidade de Chalmers, da Suécia, acredita que o Código Florestal é o mecanismo principal de controle legal sobre um estoque que representa 55% da vegetação nativa do País. “São 294 milhões de hectares de estoque de mata nativa que, dependendo da legislação, podem ser destinados à alocação de Reserva Legal, por meio da averbação nas escrituras dos imóveis rurais ou de mecanismos de compensação fora da propriedade, à preservação ambiental em Unidades de Conservação (UC) ou terras indígenas, ou ao desmatamento.” Pelo Código Florestal atual, dos 100 milhões de hectares de APP, faltam 43 milhões de hectares de vegetação nativa. Já dos 233 milhões de hectares de Reserva Legal, o déficit de vegetação nativa é de 42 milhões de hectares. Ele diz que na pecuária brasileira, que ocupa 211 milhões de hectares, é possível adotar técnicas como integração agricultura-pecuária, manejo intensivo de pastagens, por meio de correção do solo e adubação, e a estocagem de forragens para evitar a sazonalidade da produtividade dos pastos. “A intensificação da produção, em vez da abertura de novas áreas para a produção extensiva, parece ser o mecanismo mais lógico de desenvolvimento neste caso. No modelo de não abertura de novas áreas, ao mesmo tempo em que a agricultura se expande ocupando terras de elevada aptidão agrícola atualmente cobertas por pastagens, a pecuária se intensifica e se torna mais produtiva."

 
Este artigo deixa bastante claro, que optar pela sustentabilidade não é o caminho mais fácil, mas de fato o mais inteligente, com resultados bastante claros. Se todos estes agricultores conseguem, os mega agropecuaristas também deveriam conseguir e não ficar justificando alterações de um código não cumprido, com a desculpa de estarem preocupados com os pequenos agricultores.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Pequena história sobre agroecologia

Hoje a participação especial é de Jean Carlos de Souza, técnico agrícola com especialização em agroecologia, um estudante de 17 anos, que no interior de SC teve a oportunidade de estagiar em diferentes propriedades agrícolas que o ajudaram a optar pela agroecologia.


Muito tem se discutido e debatido sobre agroecologia, mas pouco se sabe a respeito dela. Isso é normal, pois é uma forma de agricultura que surgiu há pouco tempo; no entanto isso está errado também.

Vou explicar: até 1970 os agricultores não tinham acesso à tecnologia agrícola, e quando digo isso, me refiro a tratores, implementos agrícolas e produtos químicos. Então, pela lógica, eles cultivavam os alimentos sem agrotóxicos.

Só que era muito difícil de fazer isso. Imagine você, com uma enxada na mão, capinado o dia inteiro. A vida dos agricultores naquela época era muito difícil e sofrida. E não haviam grandes áreas cultivadas, no entanto haviam grandes desmatamentos. Mas porquê? Simples! Observe pela lei do mínimo esforço: é mais fácil cultivar ou criar animais? Lógico que é mais fácil criar animais.

Para criar animais –especialmente bovinos – é preciso de pasto; se eu tenho um terreno todo cheio de floresta e quero criar gado, o que eu preciso fazer? Isso mesmo! Desmatar. E os agricultores daquela época achavam isso muito bom pelos seguintes motivos: maioria das terras sem donos, era só invadir e ocupar; tinha muita madeira, que é igual a muito dinheiro; depois era só tocar fogo (sem gastar nada com isso, pois o fogo é de graça) e semear a pastagem; então quando a pastagem brotava, soltavam os bois para ganhar muito dinheiro!

Viu que é mais fácil criar animais? Por isso que houve tanto desmatamento naquela época e é daquela época que ressurgiu o “costume” das queimadas para “limpar” a área.

Eis que surge a parte mal da história. A partir de 1970 vem para o Brasil a revolução verde. E com ela vieram os tratores, agrotóxicos, fertilizantes químicos, fungicidas, pesticidas e todos os “idas” da vida, ou melhor, da morte. Todos esses produtos eram chamados de pacotes tecnológicos. Com isso os agricultores ficaram muito felizes, pois agora podiam cultivar com mais facilidade.

Então os latifundiários “inteligentes” que antes desbravaram e consumiram com a floresta, ficando com uma grande área de terras e com muito dinheiro, começaram a comprar os pacotes tecnológicos e começaram a plantar soja, milho, enfim, principalmente grãos. Antes eles tocavam fogo para limpar a área. Agora eles aplicam dessecante (veneno) para matar a vegetação rasteira. Agora me responda: qual é o pior? Tocar fogo ou passar veneno?

Vejam quão grande foi a agressão à natureza. E o tempo foi passando, e mais pessoas aderiram aos pacotes e mais área foi devastada para a agricultura.

Então recentemente as pessoas começaram a ver que fazia mal comer alimentos contaminados com agrotóxicos, que isso poderia dar câncer e outras tantas doenças. É aí que surge a agroecologia, que na verdade sempre existiu, até mesmo antes da revolução verde.

A maioria dos agricultores têm uma horta nos fundos da casa. Se por exemplo ele produz tomate para vender, e no tomate ele passa agrotóxico, ele não come aquele tomate. Ele produz o próprio tomate na sua horta, separado da roça de onde é passado veneno. Ele não comia o tomate da roça (envenenado) porque sabia que iria fazer mal para ele.

E esse foi o motivo pelo qual alguns agricultores começaram a parar de produzir com veneno, porque muitos começaram a se intoxicar e até mesmo morrer. Mas o agricultor precisava ganhar dinheiro! Não poderia parar de plantar, porque senão iria morrer de fome (que ironia né?). Com isso ele começou a levar para a feira o produto que ele produzia sem veneno e fazia a propaganda de que aquele alimento não fazia mal.

A procura foi muito grande, que o entusiasmou a produzir mais e aumentar o valor do seu produto. Só que aí o agricultor agroecológico comprou uma briga com o agricultor convencional (que passa veneno). O agricultor convencional pensou: “como é que o agroecológico vende o produto dele mais caro que o meu e não gasta nada para produzir?”

Foi aí que o convencional começou a falar mal da agroecologia para as pessoas acharem que o produto orgânico sim é que fazia mal, que era todo cheio de parasitas que poderiam fazer mal à saúde, restringindo com isso mercado do agroecológico. Empresas que produzem agrotóxicos também falaram (e falam) mal da agroecologia e isso é lógico: se eu produzo agroecologicamente eu não vou passar veneno e não vou comprar veneno e se eu não comprar veneno a empresa não vai lucrar (Viva o capitalismo!).

Ano passado o governo federal quis lançar uma cartilha* “o olho do consumidor” que explicava sobre os alimentos orgânicos e na página 9 falava mal dos agrotóxicos. E “por acaso” ela não foi lançada. Sabe por quem? Simplesmente porque uma empresa (não vou falar o nome da empresa, pois não quero ser morto por um assassino contratado por ela) que produz dessecante foliar, que contém na sua fórmula química o glifosato, amplamente conhecido pelos agricultores, que tem propaganda na TV aberta defendendo o uso daquele veneno com da marca deles e não o da marca convencional... (se você digitar no Google “glifosato” o segundo resultado vai te dar o nome da empresa) afinal que essa empresa subornou pediu para o governo não publicar o material. Só que o material vazou! E houve uma polêmica enorme sobre isso e o governo acabou sendo obrigado a publicar a cartilha. A moral desse parágrafo é que a agroecologia parece que não vai pra frente por culpa dessas empresas que ficam atrapalhando o caminho.

Na atualidade há poucos agricultores agroecológicos se comparado com o convencional e o motivo é a lei do mínimo esforço. É mais fácil capinar ou passar veneno?

*Seria bom você ler essa cartilha que eu lhe falei, que está disponível na página do ministério da agricultura: http://www.agricultura.gov.br/images/MAPA/arquivos_portal/ACS/cartilha_ziraldo.pdf

Caro leitor: esse texto foi escrito de maneira didática para que você entender como que surgiu a agroecologia. Há muitos detalhes a mais nessa pequena história que não foi exposto. Aos críticos: “Todo o ponto de vista depende da vista do ponto.”

Jean Carlos de Souza

Técnico Agrícola com Habilitação em Agroecologia
 
 
Jean, agradeço seu texto e a sua participação neste blog. Este é o primeiro texto referente ao assunto, que pretendo abordar cada vez mais por aqui...

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

#pensenaamazonia



Dia 5 de setembro é o Dia da Amazônia. Participe desta comemoração usando a tag #pensenaamazonia no twitter durante toda esta semana.


Esta é uma campanha do Grupo de Blogueiros Ambientais. Participe também!

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Campanha de Conscientização - Clube dos Vira Latas

Achei esse vídeo no blog Lobo Repórter, onde temas relacionados a defesa dos animais são explanados exemplarmente. O vídeo é da ong Clube dos Vira Latas de Ribeirão Pires, que acolhe animais abandonados e os disponibiliza para adoção.



O vídeo mostra, mais uma vez, o que protetores do mundo inteiro não cansam de repetir. A importância da posse responsável, de não tratar animais como mercadorias, de cuidar, proteger e dar uma vida digna ao animal que resolveu adotar. Algo que deveria ser simples e óbvio, no entanto é raro e incomum.

Não valorize o mercado de animais, que trata seres-vivos como mercadorias.


 

Poder público é acusado de degradar área de proteção ambiental em Itanhaém



Caminhões da Prefeitura de Itanhaém e até da Prefeitura de Santos operando juntamente com tratores da Termaq, uma empresa de contrução civil, reponsável por praticamete todas as obras das prefeituras de todas as cidades da baixada santista (sei, sei) foram flagradas pela ong Ecosurfi, extraindo terra de áreas de proteção ambiental em Itanhaém.

A notícia, inacreditavelmente, foi transmitida pela Tv Tribuna (afiliada da Rede Globo, aqui na região) e a baixada santista inteira pode assistir a palhaçada municipal e privada que acontece a luz do dia para quem quiser ver.

A denúncia já foi feita ao Ministério Público. Itanhaém é a cidade da baixada santista com maior índice de desmatamento, por pura falta de fiscalização.

A Secretaria de Meio Ambiente confirmou que não havia licença ambiental para atividades naquela área.

Espero que a justiça cumpra seu papel e sonho que os culpados sejam punidos. Numa região, onde uma mesma quadrilha, costuma degradar tudo que está a volta em nome da construção civil.

Agradeço e parabenizo a ong Ecosurfi pelo trabalho realizado.


* Constituída em 2000, a Ecosurfi é uma ONG (Organização Não Governamental) sem fins lucrativos idealizada e fundada por surfistas. A entidade trabalha a Educação Socioambiental como princípio norteador para as suas ações.


quinta-feira, 2 de setembro de 2010

A reforma do Planalto...

Não estou devidamente em dia com este blog e pretendo mudar esta realidade neste mês de setembro. Muitas coisas estão acontecendo e eu pretendo comentá-las por aqui. Já que a mídia omite e disfarça, eu jornalista que NÃO SOU palpitarei a vontade sobre os temas que eu bem quiser.

E hoje, com notícia velha que me incomodou e certamente continuará a incomodar, ocupo meu tempo para falar da estúpida e descabida reforma do Planalto.

Foram gastos 111 milhões de reais para tornar o Palácio mais brasileiro e pomposo. Todos os móveis foram trocados por exemplares brasileiros, foi criada uma sala para a primeira dama, muito mármore, vidros blindados (porque quem deve teme) muita futilidade, estupidez e um cenário que não combina com a realidade brasileira.

No país onde apenas 5% do PIB é direcionado a educação, gastar mais de 100 milhões numa reforma como está que não vai beneficiar ninguém, nem porra nenhuma é um insulto, um recadinho assim para os brasileiros "Otários: morem em favelas que nosso luxo está grantido!"

Cem milhões no lixo e nenhuma alternativa um pouquinho mais ecológica que seja...Isso já era esperado num governo que acredita que o pré-sal é futuro e que Belo Monte é viável, nada mais óbvio que não incluir na reforma soluções simples e eficientes que minimizariam gastos e desperdício, tanto financeiros quanto ambientais.


O Greenpeace chegou a se manifestar "Faltou solar no Congresso", com uma verba como essa seria bastante justo e viável que o Planalto ficasse independente energeticamente utilizando placas solares...mas há que se justificar hidrelétricas, termoelétricas...e a energia solar não há de trazer lucros a estes santos homens...

Da próxima vez...liberem essa bolada aos cidadãos que pretendem se libertar das companhias elétricas e através de painéis solares garantir sua demanda energética...

Mais de 50 animais marinhos são encontrados mortos em Praia Grande

Cinquenta e sete pinguins-de-magalhães, duas tartarugas-verdes e um bobo-pequeno (ave marinha semelhante à fragata) foram encontrados nesta quarta-feira (01/09), em Praia Grande. Todos estavam mortos. Desde julho, foram achados 348 animais marinhos nas areias das praias da Cidade – apenas 19 deles com vida.

Conforme a veterinária Andréa Maranhos, do Grupo de Resgate e Reabilitação de Animais Marinhos (Gremar), a necropsia dos animais retirados nesta quarta-feira da praia revelou que eles tinham parasitas e lixo no estômago.

Como os animais estavam em avançado estado de decomposição, a veterinária precisou fazer a análise com base no material que se encontrava em condições um pouco melhores.

Uma das hipóteses a serem consideradas está relacionada ao defeso da merluza na Argentina, de acordo com Andréa. Para auxiliar os pescadores, o país teria aumentado a cota de pesca da anchovita, um tipo de pescado bastante consumido pelos pinguins na costa argentina. “Pode ser que esteja faltando lá para eles”.

O resultado das análises do material retirado dos animais deverá ficar pronto até novembro. Por enquanto, não é possível afirmar quais seriam as causas das mortes. “Estamos mandando o material para exames laboratoriais. Existem vários fatores sendo levantados”, destacou a veterinária.

Alto mar

Antes mesmo dos animais chegarem às praias, o pescador Israel Augusto Elias viu dezenas deles no mar, entre segunda e terça-feira, a cerca de sete quilômetros da costa.

“Eles estavam em decomposição. Não sei dizer quantos eram. Mas eram bem mais do que apareceu na praia”, garantiu o pescador.

Segundo Elias, quatro pinguins vivos chegaram a se aproximar da embarcação. “Eles estavam com muita fome, atacando a rede. Demos peixes para eles e aí eles foram embora”

Animais encontrados mortos na Cidade desde julho:

Julho – 241 animais

– 14 tartarugas-verdes (1 viva)
– 3 tartarugas-cabeçudas
– 1 tartaruga-de-pente
– 2 toninhas
– 1 golfinho-pintado-do-Atlântico
– 2 golfinhos-de-dentes-rugosos
– 1 raia-prego
– 211 pinguins-de-magalhães (6 vivos)
– 1 gaivota (viva)
– 1 albatroz
– 1 atobá (vivo)
– 1 mergulhão
– 1 batuíra (viva)
– 1 fragata (viva)

Agosto – 47 animais

– 1 tartaruga-cabeçuda
– 9 tartarugas-verdes
– 33 pinguins-de-magalhães
– 1 golfinho-nariz-de-garrafa
– 2 gaivotas (1 viva)
– 1 atobá (vivo)

Setembro – 60 animais

– 57 pinguins
– 2 tartarugas-verdes
– 1 bobo-pequeno

 
Por Suzana Fonseca/ A Tribuna
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...