"Vivo da floresta, protejo ela de todo o jeito, por isso vivo com a bala na cabeça a qualquer hora, porque vou para cima, eu denuncio. Quando vejo uma árvore em cima do caminhão indo para uma serraria me dá uma dor. É como o cortejo fúnebre levando o ente mais querido que você tem, porque isso é vida para mim que vivo na floresta e para vocês também que vivem nos centros urbanos."

Zé Claudio, assassinado em maio de 2011.



quarta-feira, 31 de março de 2010

Licenciamento Ambiental, eis a questão!

Licenciamento Ambiental

A principal função de um licenciamento ambiental é conciliar desenvolvimento econômico com a conservação do meio ambiente. Estabelecido  pela Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981 que estipula a obrigatoriedade do empreendedor em buscar licenciamento ambiental junto ao órgão competente, desde as etapas iniciais do planejamento de seu empreendimento e instalação até a sua efetiva operação.

O Licenciamento Ambiental deve ser uma ferramenta para que o poder público possa controlar instalação e operação das atividades visando a preservação do meio ambiente.

A Licença Ambiental, conforme definido pela Resolução do CONAMA nº 237/97, "é o ato administrativo pelo qual o Poder Público, via órgão ambiental competente, estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental a serem cumpridas pelo empreendedor para a implantação de empreendimentos ou atividades utilizadoras dos recursos naturais, efetiva ou potencialmente poluidoras".

Estapas do Licenciamento
 

  •  Licença Prévia (LP) - é a licença concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, e atestando sua viabilidade ambiental;


  • Licença de Instalação (LI) - é a licença que autoriza a instalação do empreendimento ou atividade;


  • Licença de Operação(LO) - é a licença que autoriza a operação do empreendimento ou atividade, cumpridas as restrições e condicionantes das licenças anteriores e resguardadas as medidas de controle ambiental do projeto.
Apenas os empreendimentos que afetam a jurisdição de dois ou mais Estados são licenciados pelo IBAMA através da Diretoria de Licenciamento Ambiental. Aqueles que se restringem a apenas um Estado, devem ser licenciados de acordo com a legislação específica deste Estado e pelo órgão competente do Estado. Aqui em São Paulo, por exemplo esse órgão é a CETESB (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) que é ligada à Secretaria de Meio Ambiente do Estado de São Paulo.

É muito importante lembrar que todos os Estados têm como parte integrante do licenciamento uma consulta à opinião pública através das audiências públicas, onde são expostos os processos de licenciamento e as características do empreendimento e QUALQUER CIDADÃO tem a oportunidade de se inteirar sobre o assunto e participar expressando sua opinião.
AIA - Avaliação de Impactos Ambientas

A avaliação dos impactos ambientais é feita através de dois documentos:


  • EIA - Estudo de Impactos Ambientas: é um estudo quantitativo e técnico desenvolvido por diversos especialistas (geólogos, biólogos, engenheiros, arqueólogos, sociólogos, advogados, entre outros) avaliando todas as alterações que a instalação pode causar à região.

  • RIMA - Relatório de Impacto do Meio Ambiente: é uma versão reduzida e simplificada do EIA, voltada ao público em geral, visando explicar as alterações e as medidas mitigadoras e servindo também de base para a Audiência Pública.
Vale lembrar, também, que o IBAMA corre o risco de ser fragmentado a partir da Medida Provisória 366/07, deixando de ser o órgão responsável pelas unidades de conservação federais. (mais uma iniciativa dos bandidos engravatados com anel de doutor e sua fome insaciável pelo dinheiro.)

Na teoria tudo é muito claro e funcional, mas na prática as leis são burladas, as pessoas corrompidas e os licenciamentos nem sempre adequam o progresso a preservação. Exemplos disso aconteceram com a polêmica licença prévia emitida pelo IBAMA para a construção da Hidrelétrica Belo Monte, que inclusive, resultou em pedidos de demissão de funcionários do órgão que não concordaram com o andamento do projeto. Em Santa Catarina há muitos pontos não esclarecidos que envolvem o estaleiro de Biguaçu da OSX.

Convido aos mais qualificados na área para complementar essa postagem e incitar questionamentos e debates e esclarecer pontos escusos sobre a real situação dos licenciamentos no Brasil através dos comentários. Conto com a colaboração de vocês!



segunda-feira, 29 de março de 2010

Feiras e Eventos do setor em 2010

Esse post reunirá feiras e eventos ligados ao setor ambiental para o ano de 2010. Conto com a participação de todos para ampliar as indicações.

SETEMBRO

EcoBusiness

Feira e Congresso Internacional de Econegócios e Sustentabilidade

31/08 e 1, 2/09 de 2010
das 13 às 21 horas
Centro de Exposições Imigrantes - Pavillhão de Convenções
São Paulo - SP



EXPOSUCATA

Feira e Congresso Internacional de Negócios da Indústria de Reciclagem

28 a 30 de setembro
das 13 às 20 horas
Centro de Exposições Imigrantes - São Paulo




NOVEMBRO

III Seminário de Áreas Verdes

BIODIVERSIDADE E SUSTENTABILIDADE: EXPERIÊNCIAS, PLANOS E AÇÕES

Local do Evento: Auditório do Museu de Arte Contemporânea - MAC

Parque do Ibirapuera – Portão 3 - São Paulo
Pavilhão Ciccillo Matarazzo, 3º andar
Data: 4, 5 e 6 de novembro de 2010.
Horário: das 9 h. às 12:00 h. e das 14 h. às 17 h

FIMAI e SIMAI - Feira Internacional de Meio Ambiente Industria e Sustentabilidade

9 a 11 de novembro de 2010
das 14 às 21 horas
Expo Center Norte - Pavilhão Azul
São Paulo/SP

Site: FIMAI








    domingo, 28 de março de 2010

    Asfalto poroso - mais uma solução

    Desenvolvido pela Escola Politécnica da USP o asfalto poroso pode ser a melhor alternativa para frear as castástrofes ocorridas devido as enchentes.

    Sãos dois tipos: um feito com placas de concreto e outro com asfalto comum misturado a aditivos.
    Nos dois tipos acontece uma maior retenção da água, fazendo com que ela retorne para o solo e não cause  enchentes.

    Os experimentos aconteceram num estacionamento da própria USP e o resultado apontou para uma absorção de 100% da água da chuva.

    “A impermeabilidade do asfalto comum é uma das grandes vilãs do meio ambiente urbano, pois não permite que a água seja absorvida pela terra e ajuda a causar as enchentes. Os pavimentos que desenvolvemos são diferentes, pois são capazes de devolver parte da permeabilidade ao solo e consegue absorver a água com muita rapidez”, explica o o professor e coordenador da pesquisa José Rodolfo Scarati Martins.

    Testes ainda deverão ser feitos para avaliar o tempo de desgaste do asfalto e a qualidade da água retida. A Prefeitura de São Paulo também apoia o projeto.

    Fonte: Agência USP de Notícias

    Além dos asfalto poroso desenvolvido pela USP, algumas empresas também já usam pneu reciclado como piso, a qualidade é boa, a estética atraente e este tipo de piso também é permeável, absorvendo assim a água da chuva, o que pode tornar sua casa além de sustentável mais segura.








                                                                                                                                                    CIAFORM

    São apenas dois exemplos de empresas que fazem esse trabalho. Pesquisando voccê pode encontrar muitos outros fornecedores e vários outros tipos de aplicações.

    sexta-feira, 26 de março de 2010

    A resposta da Nestlê

    Recebi ontem, do Greenpeace, um e-mail que relata a postura da Nestlê em relação a campanha que a ong iniciou "Peça a Nestlê para dar um tempo às florestas".

    A Nestlê chegou a pedir para que o YouTube tirasse o vídeo do site, o que só não ocorreu porque muitos sites e blogs também hospedaram o vídeo e ficou impossível o retirar na internet.

    Até agora, mais de 600 mil pessoas já assistiram ao vídeo e 100 mil pessoas enviaram seu e-mail exigindo que a Nestlê mude sua atitude e páre de compactuar com a destruição das florestas na Indonésia.

    Usuários do Facebook visitaram a página da Nestlé para perguntar se a empresa iria parar de comprar de fornecedores que desmatam para plantar dendê e receberam respostas mal-educadas. Apesar da tentativa da Nestlé de abafar o caso, inúmeros sites e blogs deram a notícia.

    Como 600 mil pessoas já assistiram ao vídeo, mas apenas 100 mil se manisfetaram e enviaram o e-mail, ainda dá tempo de fazer o seu protesto. Clique aqui para assistir ao vídeo e fazer a sua parte! Os orangotangos agradecem!

    quinta-feira, 25 de março de 2010

    O mar vai estar para peixe...

    Todas aquelas latas encontradas no fundo do mar, logo após o carnaval da Bahia, chamaram, também, a atenção da Skol, que resolveu tirar uma onda verde com a história e gerar um marketing positivo para a empresa. Nada mais justo, posto que são os seus resíduos que ficariam submersos se não fosse a intervenção dos meninos da Global Garbage

    A operação Fundo da Folia, divulgada hoje no site da Skol, acontecerá nos dias 27 e 28 de março, próximo final-de-semana, das 8 às 16 horas, quando  as praias do Porto da Barra até a Praia do Cristo receberão mergulhadores profissionais, promotoras, conscientizadores, catadores e voluntários para promover um mutirão de limpeza das praias.

    Conclusão

    Vale muito a pena a gente se manifestar, fazer denúncias e provocar reações...ela acabam acontecendo...
    Os meninos foram incríveis, mas a ajudinha virtual de todas as pessoas, que também se irritaram com a situação foi de extrema importância. E enfim...mobilizou uma grande marca que  saiu do seu habitual conforto e resolveu agir em favor do meio ambiente! Que sirva de exemplo!

    Avatar e a síndrome do invasor - por Marina Silva

     Não gosto, mas peguei o jeito para replicar textos inteiros por aqui...Brincadeiras a parte, esse texto também vale muito a pena e por isso também vale a cópia. O texto foi escrito por Marina Silva no dia 2 de março deste ano e está disponível em seu blog, que eu também indico e recomendo que visitem, até porque ela está muito mais apta que eu para tratar dos assuntos que são explanados por mim, por aqui.

    O texto faz uma analogia entre o filme Avatar e a trajetória da candidata a presidência da República. Com trechos que deixam claro que uma sólida educação, voltada para o ser e não para o ter, rendem bons frutos e que o progresso forçado e turvo, não traz benefícios, apenas cegueira e tortura.


    Aviso: O texto a seguir menciona partes da história do filme Avatar de James Cameron e, por isso, pode tirar a surpresa de quem ainda não o assistiu.


    Teve um momento, vendo Avatar, que me peguei levando a mão à frente para tocar a gota d´água sobre uma folha, tão linda e fresca. Do jeito que eu fazia quando andava pela floresta onde me criei, no Acre.

    Lembranças

    A guerreira na’vi bebendo água na folha como a gente bebia. No período seco, quando os igarapés quase desapareciam, o cipó de ambé nos fornecia água. Esse cipó é uma espécie de touceira que cai lá do alto das árvores, de quase 35 metros, e vai endurecendo conforme o tempo passa. Mas os talos mais novos, ainda macios, podem ser cortados com facilidade. Então, a gente botava uma lata embaixo, aparando as gotas, e quando voltava da coleta do látex, a lata estava cheia. Era uma água pura, cristalina, que meu pai chamava de água de cipó. E aprendíamos também que se nos perdêssemos na mata, era importante procurar cipó de ambé, para garantir a sobrevivência.

    Me tocou muito ver a guerreira na’vi ensinando os segredos da mata. Veio à mente minhas andanças pela floresta com meu pai e minhas irmãs. Ele fazia um jogo pra ver quem sabia mais nomes de árvores. Quem ganhasse era dispensada, ao chegar em casa, de cortar cavaco para fazer o fogo e defumar a borracha que estávamos levando. A disputa era grande e nisso ganhávamos cada vez mais intimidade com a floresta, suas riquezas e seus riscos.

    A gente aprendia a reconhecer bichos, árvores, cipós, cheiros. Catávamos a flor do maracujá bravo pra beber o néctar, abrindo com cuidado o miolinho da flor. Lá se encontrava um tiquinho de mel tão doce que às vezes dava até agonia no juízo, como costumávamos dizer.

    É incrível revisitar, misturada à grandiosidade tecnológica e plástica de Avatar, a nossa própria vida, também grandiosa na sua simplicidade. Sofrida e densa, cheia de riscos, mas insubstituível em beleza e força. Éramos muito pobres, mas não passávamos fome. A floresta nos alimentava. A água corria no igarapé. Castanha, abiu, bacuri, breu, o fruto da copaiba, pama, taperebá, jatobá, jutai, todas estavam ao alcance. As resinas serviam de remédio, a casca do jatobá para fazer chá contra anemia. Folha de sororoca servia pra assar peixe e também conservar o sal. Como ele derretia com a umidade, tinha que tirar do saco e embrulhar na folha bem grande, que geralmente nasce em região de várzea. Depois amarrava com imbira e deixava pendurado no alto do fumeiro para que o calor mantivesse o sal em boas condições. Aprendi também com meu pai e meu tio a identificar as folhas venenosas que podiam matar só de usá-las para fazer os cones com que bebíamos água na mata.

    Ficção e realidade

    O filme foi um passeio interno por tudo isso. Chorei diversas vezes e um dos momentos mais fortes foi quando derrubam a grande árvore. Era a derrubada de um mundo, com tudo o que nele fazia sentido. E enquanto cai o mundo, cai também a confiança entre os diferentes, quando o personagem principal se confessa um agente infiltrado para descobrir as vulnerabilidades dos na’vi. E, em seguida, a grande beleza da cena em que, para ser novamente aceito no grupo, tem a coragem de fazer algo fora do comum, montando o pássaro que só o ancestral da tribo tinha montado, num ato simbólico de assunção plena de sua nova identidade.

    O filme também me remeteu ao aprendizado ao contrário, quando fui para a cidade e comecei a aprender os códigos daquele mundo tão estranho para mim. Ali fui conduzida por pessoas que me ensinaram tudo, me apontaram as belezas e os riscos. E também enfrentei, junto com eles, o mal e a violência da destruição.

    Impossível não fazer as conexões entre o mundo de Pandora, em Avatar, e nossa história no Acre. Principalmente quando, a partir da década de 70 do século passado, transformaram extensas áreas da Amazônia em fazendas, expulsando pessoas e comunidades, queimando casas, matando índios e seringueiros. A arrasadora chegada do “progresso” ao Acre seguiu, de certa forma, a mesma narrativa do filme. Nossa história, nossa forma de vida, nosso conhecimento, nossas lendas e mitos, nada disso tinha valor para quem chegava disposto a derrubar a mata, concentrar a propriedade da terra, cercar, plantar capim e criar boi. Para eles era “lógico” tirar do caminho quem ousava se contrapor. Os empates, a resistência, a luta quase kamikaze para defender a floresta, usando os próprios corpos como escudos, revi internamente tudo isso enquanto assistia Avatar.

    A ficção dialoga muito profundamente com a realidade. Seres humanos, sem conhecimento sensível do que é a natureza, chegam destruindo tudo em nome de um resultado imediato, com toda a virulência de quem não atribui nenhum valor àquilo que está fora da fronteira estreita do seu interesse imediato. No filme, como o valor em questão era a riqueza do minério, a floresta em si, com toda aquela conectividade, toda a impressionante integração entre energias e formas de vida, não vale nada para os invasores. Pior, é um estorvo, uma contingência desagradável a ser superada.

    Síndrome do invasor

    Encontrei na tela, em 3D e muita beleza plástica e criatividade, um laço profundo e emocionante com a nossa saga no Acre, com Chico Mendes. E percebi que, assim como no filme, éramos considerados praticamente alienígenas, não humanos, não portadores de direitos e interesses diante dos que chegavam para ocupar nosso espaço.

    É uma visão tão arrogante, tão ciosa da exclusividade do seu saber, que tudo o mais é tido como desimportante e, consequentemente, não deve ser levado em conta. É como se se pudesse, por um ato de vontade e comando, anular a própria realidade. Como se o que está no lugar que se transformou em seu objeto de desejo, fosse uma anomalia, um exotismo, uma excrescência menor.

    E, afinal, essa arrogância vem da ignorância e da falta de instrumentos e linguagem para apreender a riqueza da diferença e extrair dela algum significado relevante e agregador de valor. Numa inversão trágica, a diferença é vista apenas como argumento para subjugar, para estabelecer autoritariamente uma auto-definida superioridade. Poderíamos chamar tudo isso de síndrome do invasor, cujo principal sintoma é a convicção cega e ensandecida, movida a delírios de poder de mando e poder monetário, de ser o centro do mundo.

    No Acre nos deparamos com muitos que viam nossos argumentos como sinônimo de crendices, superstição. Coisa de gente preguiçosa que seria “curada” pelo suposto progresso de que eles se achavam portadores. Por outro lado, também chegaram muitos forasteiros que, tal como a cientista de Avatar e o grupo que a seguiu, compreenderam que nosso modo de vida e a conservação da floresta eram uma forma de conhecimento que poderia interagir com o que havia de mais avançado no universo da tecnologia, da pesquisa acadêmica e das propostas políticas de mudanças no modelo de desenvolvimento que eram formuladas em todo o mundo. Com eles, trocamos códigos culturais, aprendemos e ensinamos.

    Avatar nos leva a tomar partido

    Fiquei muito impressionada como esse processo está impregnado no personagem principal de Avatar. Ele se angustia por não saber mais quem é, e só recupera sua integridade e identidade real quando começa a se colocar no lugar do outro e ver de maneira nova o que antes lhe parecia tão certo e incontestável. Sua perspectiva mudou quando viu a realidade a partir do olhar e dos sentimentos do outro, fazendo com que a simbiose presente no avatar, destinado a operar a assimilação e subjugação dos diferentes, se transformasse num poderoso instrumento para ajudá-los a resistir à destruição.

    Pode-se até ver no filme um fio condutor banal, uma história de Romeu e Julieta intergalática. Não creio que isso seja o mais importante. Se os argumentos não são tão densos, a densidade é complementada pela imagem poderosa e envolvente, pelo lúdico e a simplicidade da fala. Se houvesse uma saturação de fala, de conteúdos, creio que perderia muito. A força está em, de certa maneira, nos levar a sermos avatares também e a tomar partido, não só ao estilo do Bem contra o Mal, mas em favor da beleza, da inventividade, da sobrevivência de lógicas de vida que saiam da corrente hegemônica e proclamem valores para além do cálculo material que justifica e considera normais a escravidão e a destruição dos semelhantes e da natureza.

    Achei meu “povo”

    E, se nada mais tenho a dizer sobre Avatar, quero confessar que aquele povo na’vi tão magrinho e tão bonito foi para mim um alento. Quando fiquei muito magra, na adolescência, depois de várias malárias e hepatite, me considerava estranha diante do padrão de beleza que era o das meninas de pernas mais grossas, mais encorpadas. Sofria por ser magrinha demais, sem muitos atributos. Agora tenho a divertida sensação de que, finalmente, achei o meu “povo”, ainda que um pouco tarde. Houvesse os navi na minha adolescência e, finalmente, eu teria encontrado o meio onde minhas medidas seriam consideradas perfeitamente normais.

    Valeu o não valeu a cópia???

    domingo, 21 de março de 2010

    Economia Verde - Linha de crédito para projetos sustentáveis

    Lançada e apresentada no dia 15 de março desse ano, no  1º Seminário Economia Verde, na capital do estado de SP a Linha Economia Verde. Ela concede crédito a projetos que apresentem alternativas sustentáveis.

    Vantagens

    • Taxa de juros: 6% ao ano, corrigido pelo IPC-FIPE.
    • Prazo: até 5 anos, com até 1 ano de carência
    • Financiamento de até 100% do projeto.

    Itens financiáveis pela Linha Economia Verde:


    Agroindústria

    • Substituição ou adaptação de equipamentos movidos a diesel por biodiesel;
    • Substituição ou adaptação de equipamentos movidos a gasolina por etanol;
    • Substituição ou adaptação de equipamentos movidos a óleo por gás natural;
    • Substituição ou adaptação de equipamentos movidos a GLP por biogás;
    • Relocalização de unidades de processamento para áreas próximas à produção;
    • Instalação de biodigestores para tratamento de resíduos que realizem o aproveitamento energética.

    Mudança de combustíveis

    • Substituição de fontes de energia não renováveis por fontes renováveis;
    • Substituição dos combustíveis: carvão por gás natural; carvão por óleo; óleo por eletricidade; óleo por gás natural.

    Saneamento, tratamento e aproveitamento de resíduos

    • Geração de energia elétrica ou térmica com biogás de aterro;
    • Adaptação de sistemas de tratamento de esgoto para processos anaeróbios com recuperação e queima do metano;
    • Instalação de centrais de reciclagem de resíduos.

    Energias renováveis

    • Compra e instalação de equipamentos para produção de energia renovável: placas solares, aerogeradores, caldeiras a biomassa,equipamentos para pequena central hidrelétrica, biogás de aterro e outros.

    Eficiência energética

    • Redução de perdas na produção e transmissão de energia elétrica; isolamento de tubulações; sistemas de recuperação de calor; instalação de equipamentos que reduzam o consumo energético; melhoria de sistema de iluminação e refrigeração.

    Transporte

    • Troca de combustível fóssil para combustível mais limpo para transportes públicos e privados: gás natural, biodiesel, etanol, eletricidade, outros; renovação de frota de caminhões; troca de combustível da frota de ônibus de diesel para biodiesel, etanol ou elétrico.

    Processos Industriais

    • Equipamentos e modos de produção que reduzam o uso e a geração de CFCs, HFCs, HCFCs, PFCs, SF6;
    • Retrofit de equipamentos de refrigeração, substituição de gases na produção, redução de perdas.

    Recuperação florestal em áreas urbanas e rurais

    • Criação e recuperação de áreas verdes por aflorestamento ou reflorestamento com espécies nativas; recomposição de matas ciliares e nascentes com espécies nativas;
    • Reflorestamentos para compensação de emissões.

    Manejo de resíduos

    • Queima de biogás em aterros; geração de energia a partir de resíduos; combustão de resíduos orgânicos; gaseificação de resíduos; aeração de aterro; redução de geração de resíduos na fonte; tratamento de esgoto doméstico, industrial e de resíduos rurais; compostagem para produção de adubo; reciclagem.

    Na Construção Civil

    • Edificações com parâmetros de construção civil sustentável - reuso de água, eficiência energética; retrofit de edifícios existentes.

    Outros

    • Elaboração de inventário de emissões de gases de efeito estufa;
    • Elaboração de Projetos de MDL.

    Para entrar nessa ou saber mais, acesse: Nossa Caixa Desenvolvimento

    sexta-feira, 19 de março de 2010

    Meio Ambiente 4 X 0 Bunge/Yara Fertilizantes

    Não é, nem um pouco, do meu feitio replicar notícias escritas por terceiros diretamente no blog. Sou uma dessa nerds que pesquisa várias fontes e monta a postagem com muito suor e as custas do meu português fraco. Mas essa matéria vale a cópia, até porque indicarei o site aqui e nas sugestões e a organização responsável pela conquista.

    Liminar obtida pela ONG Montanha Viva mantém embargo da Bunge e Yara Fertilizantes em Anitápolis, SC

    Serra do Rio dos Pinheiros

    O empreendimento milionário do complexo de produção de superfosfato, uma joint-venture entre a mineradora norueguesa Yara e Bunge, continua embargado pela justiça federal de Santa Catarina. Os réus recorreram quatro vezes ao Tribunal Regional Federal da 4ª Região, buscando suspender a decisão, porém a liminar foi mantida.

    Após a concessão da liminar, o BNDES manifestou não saber da existência de nenhum contrato de financiamento com a Bunge ou Yara Fertilizantes.

    O empreendimento tem como objetivo a mineração e a produção de ácido sulfúrico no Município de Anitápolis, SC, envolvendo considerável impacto ambiental sobre uma das mais belas áreas do Estado, berço e nascente de importantes rios da região. O complexo atingirá áreas de preservação permanente, unidades de conservação, lagunas, áreas costeiras e todos animais que nelas vivem, impactando de forma significativa em mais de vinte e um municípios catarinenses.

    “A natureza está dando sinais de esgotamento. Ou fazemos algo ou sucumbiremos. O ano de 2010 recém começou e será um ano eleitoral, onde os futuros representantes, eleitos pelo voto popular, devem considerar a questão ambiental de forma urgente. É ano também de novas audiências públicas. Laguna e Tubarão merecem participar da discussão”, alerta Eduardo Lima, advogado da ONG Montanha Viva


    Enfim, uma notícia que se encaixa no mundo onde queremos viver: pessoas sérias desempenhando um excelente trabalho, funcionários públicos justificando muito positivamente os seus salários e uma justiça adequada ao sistema. Consequência: não adianta ser um bilionário irresponsável e destemido, dessa vez vocês não vão comprar o mundo, começando por Santa Catarina.

    A notícia está divulgada no site Instituto Justiça Ambiental, uma organização não-governamental sem fins lucrativos, formada por profissionais atuantes na área do direito ambiental e na área técnica, destinada a promover a proteção do meio ambiente. Visitem o site para saber mais sobre o trabalho deles.

    A Associação Montanha Viva tem por finalidade a defesa, preservação e conservação do meio ambiente e dos recursos naturais e paisagísticos brasileiros, a recuperação de áreas degradadas e a promoção de ações sócio-ambientais que visem o desenvolvimento sustentável. Descubram os que eles têm feito e participem dessa luta também!

    O debate que tratará da transparência nos licenciamentos ambientais, que acontecerá no Twitter, será dia 25/03/2010 às 20 horas. Aos interessados basta usar a tag #transparencia_licenciamento Participem e divulgem! Mais informações @MontanhaViva

    A foto da postagem foi retirada do site da Associação Montanha Viva.

    quarta-feira, 17 de março de 2010

    Nestlê: mais uma vilã da história

    Assista o vídeo e tire suas  conclusões:



    A Nestlé compra óleo de dendê para seus chocolates da empresa Sinar Mas, que destrói a floresta da Indonésia para plantar dendezeiros e eucalipto para produzir papel. A sobrevivência de comunidades locais e dos orangotangos, nativos da floresta, está ameaçada.

    Clique aqui e partcicipe enviando uma carta para a Nestlê exigindo o fim desse crime!

    Vale lembrar que somente em dezembro de 2009 a Unilever rompeu com seu fonecedor de óleo de palma, a mesma empresa Sinar Mas. A Unilever é a maior compradora de óleo de palma do mundo e a empresa Sinar Mas é responsável pela emissão de 113,5 milhões de toneladas de C02 por ano. Além da Nestlé, Kraft e Procter & Gamble são outras empresas que ainda utilizam o óleo de palma fornecido pela empresa.


    Bituca de cigarro: dá para reciclar?

    Parece inacreditável e surreal, mas é fato: é possível sim reciclar as bitucas de cigarro descartadas tão irresponsavelmente por fumantes no Brasil (e mundo) inteiro. Ontem mesmo, fui levar minha filha na escola, fazendo o trajeto de volta de bicicleta, pela orla da praia, a maré alta trouxe centenas de bitucas que já apodreciam vagarosamente dentro do mar. E não consigo não me indignar. É tão difícil assim para as pessoas simplesmente trazerem consigo o que na praia consumiram???

    Enfim, o assunto não tem a ver com minha revolta e sim com a possível reciclagem deste resíduo vilão. Marco Antônio Barbosa Duarte, em 2003, então aluno do curso de Biologia da Universidade de Brasília, sob a orientação da professora do Instituto de Artes Thérèse Hofmann e do professor do departamento de química Paulo Suarez, desenvolveu um projeto de reaproveitamente das bitucas pós uso.

    Porque acreditem, mas os filtros de cigarro descartados pelas indústrias e ainda não consumidos já são transformados em papel. A Embrapa de Pernambuco recebe as sobras da Filtrona Brasileira Indústria e Comércio, para testar o uso do material na absorção e retenção de água em solos secos. A empresa tem o ISO 14.002 e, portanto, assegura que todo material gasto na produção é de alguma forma reutilizado.

    Como o problema desse resíduo é definitivamente o pós consumo, a idéia do Marco Antônio é muito mais eficiente e abrangente, inclusive. "Aproveitamos toda a bituca: o filtro e o tabaco fornecem as fibras que dão origem ao papel e as cinzas podem servir de base no processo", explica o inventor.

    O processo basicamente consiste em  separar as pontas e os filtros que são misturados a soda cáustica e água oxigenada e então cozidos. Essa pasta resultante é colocada para secar e  origina o papel. O reaproveitamento é de 100%, uma bituca que pesa em torno de 0,4 g resultará em 0,4 g de papel reciclável.

    É genial ou não é? E o melhor pode ser feita em casa. Ou seja, não precisamos esperar que alguma grande indústria invista em tecnologia para transformar esse resíduo, cada fumante pode fazer sua parte em casa: pára de contribuir com mais lixo para o planeta e ainda têm o seu momento artesão.

    Thérèse Hofmann é professora de artes do Instituto de Artes da Universidade de Brasília (UnB), tem como alvo de pesquisa a produção de materiais para a área de artes, como tinta, pincéis e papel, a partir de resíduos variados. Um trabalho realizado em parceria com o Instituto de Química e o Departamento de Engenharia Florestal da universidade.


    Saiba mais sobre ela e os outros projetos de reciclagem desenvolvidos na UnB nessa matéria da Folha Online

    Outras notícias: Universidade de Brasília
                            Ambiente Brasil

    Fonte: Setor Reciclagem

    segunda-feira, 15 de março de 2010

    Aprovada Política Nacional de Resíduos Sólidos


    Desenove anos depois...finalmente foi aprovada pela Câmara do Deputados, em 10 de março de 2010, a Política Nacional de Resíduos Sólidos. O projeto segue agora para o Senado, sendo aprovado por lá, só restará ser sancionado pelo presidente Lula.

    A Política estabelece que quem gera o resíduo, fica responsável por sua destinação final, o que certamente ampliará o mercado da reciclagem e reduzirá o número de lixões. Além de garantir o conceito de responsabilidade compartilhada, ou seja, cada integrante da cadeia, geradora do resíduo, sejam fabricantes, distribuidores, comerciantes e até consumidores sejam atuantes e responsáveis por todos esses resíduos gerados.

    Fabricantes terão que colocar no mercado embalagens recicláveis e que gerem menos resíduos. Também será obrigatória a estruturação e a implementação de sistemas de logística reversa para agrotóxicos, seus resíduos e embalagens, e para outros produtos considerados perigosos . Pilhas, baterias, pneus, óleos lubrificantes, lâmpadas fluorescentes de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista, além de produtos eletroeletrônicos e seus componentes também deverão integrar a cadeia reversa, ou seja, percorrer o caminho da reciclagem até sua etapa final.

    O projeto também define regras para a Coleta Seletiva, que priorizará catadores de baixa renda e cooperativas que já fazem esse trabalho. Os serviços de coleta urbana, deverão oferecer um esquema de separação de recicláveis e orgânicos, facilitando o descarte para o consumidor final, garantindo assim que a reciclagem de fato aconteça.

    A proposta também prevê incentivos fiscais para as pessoas jurídicas que atuam na área de reciclagem e para a pessoa jurídica que presta serviços de aterro sanitário e industrial.



    “Após 19 anos, finalmente, a Câmara dos deputados aprovou a legislação há tanto tempo requerida pelo setor ambiental e toda a sociedade. Uma diretriz ambiental e socioeconômica para que o lixo, problema ambiental e social, se transforme em alternativa de geração de renda, empregos, oportunidades de negócios e de sustentabilidade”, deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP)

    Enfim uma boa notícia ambiental...com tantos magnatas em Brasília querendo marginalizar o Código Florestal, uma aprovação deste nível, mesmo que quase depois de duas décadas, vai beneficiar o país inteiro. Aprenderemos, enfim, que é possível gerar dinheiro com a reciclagem, garantindo ao planeta que não sofra as consequências catastróficas do nosso péssimo hábito de descartar o que pode ser reaproveitado em qualquer lugar na natureza.

    Legal ver que ainda exista quem trabalha em Brasília, num ritmo certamente bem mais lento, que a grande maioria dos brasileiros, mas acho que podemos confiar em pelo menos uma meia dúzia.

    Aproveitando a chance, não deixem de participar da Campanha da SOS Mata Atlântica: Exterminadores do Futuro ( o banner está localizado no lado superior direito do blog) clique lá, entenda a iniciativa, particpe e divulgue. Vamos saber direitinho quem são os bandidos que querem alterar o código florestal brasileiro e todos os inimigos do meio ambiente. A luta continua, sempre!

    sábado, 13 de março de 2010

    Paraíso Frágil


    Produzida pela Discovery Channel US e BBC e transmitida pela Animal Planet a série PACÍFICO SUL, exibida no ano passado em 6 episódios relatou a situação do maior oceano da Terra, como foi a formação das ilhas, as ilhas  distantes e vulcânicas,  a imensidão de suas águas e os seres que o habitam.


    No sexto episódio denominado Pacífico Sul - Um Paraíso Frágil  foram apresentadas as consequências da pesca predatória, o quanto a interferência humana já degradou, modificou e destruiu corais e peixes do oceano Pacífico.

    Apenas 1% de todo o Oceano Pacífico é protegido, sendo proibida qualquer atividade de pesca. Todo o restante é zoneado e explorado por diversos países, sendo que a avassaladora maioria das embarcações pesqueiras continuam num regime predatório, utilizando redes ou km de linha, que capturam qualquer outro animal que por ventura cruzar esse caminho. Entre esses animais:  tubarões, tartarugas e aves, principalmente o albatroz.


    O Greenpeace, hoje, vigia uma área do Oceano Pacífico, antes liberada para a pesca, documentando as condições das embarcações, onde são encontrados milhares de tubarões cruelmente capturados para que sejam vendidos no oriente para os apreciadores da famosa sopa de barbatana, na tentativa de mostrar ao mundo a importância de se criar leis  de proteção tanto aos oceanos quanto às espécies que estão se extinguindo devido ao nosso consumo completamente  insustentável.

    Mas como apesar de tudo, nós ainda podemos contar com pessoas que, inacreditavelmente, interferem no meio ambiente de forma positiva, em Fiji, já existe o que podemos chamar de Jardinagem de Corais. Um projeto piloto onde as pessoas fazem a manutenção dos corais, cultivando espécies e replantando onde já não existe mais vida. Queria eu ter um emprego como esse e que bom que existem pessoas atuando assim no meio ambiente.

    O que a gente espera é que esse trabalho continue gerando vida! E não seja massacrado por homens querendo que toda essa vida, continue gerando apenas dinheiro. Os corais chegaram a ser implodidos pelo homem, que de uma forma absurdamente ignorante, utilizava dinamites para capturar os peixes. Estimativas dizem que 1500 km2 de recifes estão desaparecendo todo ano, desde 1960

    A dica da série Pacífico Sul vale muito a pena. Quem tiver a oportunidade: assista!

    Esse vídeo mostra como trabalham os jardineiros dos corais.



    A manutenção da vida, dentro dos oceanos ou fora deles, não é apenas uma questão de preservação de espécies ou proteção dos animais. É também uma questão de sobrevivência.O que o homem retira da natureza, de maneira irresponsável e em proporções cavalares, atingirá também nossa espécie.

     A harmonia em que viviam os animais e que gerava a manutenção de todas as espécies refletia um mundo de abundância, mas tanta interferência, hoje reflete o caos. Vai chegar o dia em que não haverá mais o que comer e não teremos como culpar a mais ninguém.

    Se comemos carne é porque ela percorre um longo caminho até chegar dentro do nosso prato, em pedaços. Se tivessemos que matar esses animais, da mesma maneira como fazem esses pescadores, acredito que muito poucos homens ainda seriam carnívoros.

    O nosso consumo alimenta essa indústria. Cada um tem a sua parcela de culpa. Pensemos nisso para provocar mudanças.

    quinta-feira, 11 de março de 2010

    O que sobrou do carnaval...

    A notícia, infelizmente, não chegou aos principais veículos de informação. Nenhum jornal ou emissora se interessou em divulgar o que sobrou do carnaval da Bahia, mas na internet o assunto ferveu e foi replicadíssimo. Por esse motivo ele também está aqui. Se para a mídia isso não interessa, para mim e, certamente, para vocês além de interessar, indigna, revolta, desanima...

    Publicado com o título de O fundo da Folia, o artigo de Bernardo Mussi no site Global Garbage, revela  detalhadamente  o que acontece quando os irresponsáveis fuliões voltam para a casa, mas deixam como herança um amontoado de lixo que fatalmente chega até o mar.

    Assim que os mergulhadores perceberam o "tesouro" encontrado no fundo mar, trataram de documentar a situação na esperança de tornar público o que as pessoas teimam em esconder por debaixo dos tapetes. mas ninguém lhes deu atenção.

    Como cidadãos atuantes, sobrou-lhes a tarefa de retirar do mar, o que não pertence ao mar, o que é consequência da nossa forma errada de viver.

    Visitem o site, leiam a reportagem, vejam as fotos, que documentam incrivelmente bem, o que acontece quando terminam festas, aparentemente inofensivas.

    A foto utilizada nessa postagem foi retirada de lá.

    quarta-feira, 10 de março de 2010

    Termelétrica inaugurada em Cubatão

    A Usina Termelétrica Euzébio Rocha, construída em Cubatão será inaugurada hoje pelo presidente Lula, na cerimônia ainda estarão presentes os ministros Edison Lobão e Dilma Roussef, além do presidente da Petrobrás Sérgio Gabrielli.


    A usina foi construída dentro da Refinaria Presidente Bernardes-Cubatão (RPBC) e será responsável pelo abastecimento de energia da própria Petrobrás, além de revender o excesso de eletrecidade que não vai utilizar.

    A capacidade de geração da termoelétrica será de 208 MW e 415 toneladas diárias de vapor a partir da queima de 1,2 milhão de metros cúbicos (m3) de gás natural.

    A refinaria deverá consumir 47 MW e o excedente será colocado à disposição do sistema nacional, que obviamente pagará por isto. A construção da Termelétrica Euzébio Rocha demandou investimento de R$ 1,032 bilhão e faz parte do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento).

    Com funciona uma termoelétrica?

    Usinas termoelétricas são instalações industriais que geram energia através da queima de combustíveis fósseis.

    Uma caldeira com água é aquecida, essa água se transforma em vapor, que com sua força movimenta as pás de uma turbina responsável por movimentar o gerador.

    A maneira de aquecer essa caldeira é feita a partir da queima dos combustíveis fósseis (gás natural, carvão ou óleo). Quando queimados estes combustíveis liberam gases responsáveis pelo efeito estufa.(Outra forma de conseguir esse aquecimento é utilizando energia nuclear, através da quebra do urânio.)

    Depois de ter movimento essas turbinas o gás é enviado para um condensador onde é resfriado, transformado em água que volta para a caldeira onde inicia um novo ciclo.

    E o que a gente ganha com isso?

    Mais de R$ 1 bilhão foi destinado a uma obra que vai sim trazer a aceleração: a aceleração do aquecimento global, a aceleração dos lucros de uma minoria que se empenha na destruição ambiental como fonte única de renda e a aceleração da estupidez humana compactuando com escolhas erradas feitas por décadas e mantidas por nós até hoje.





    segunda-feira, 8 de março de 2010

    Mulheres que fazem a diferença

    Desculpem, mas como mulher que sou, não poderia deixar de ser óbvia numa postagem em pleno dia 08 de março. E aqui vou me dedicar a agradecer mulheres de verdade, que lutam e lutaram em favor do meio ambiente, de políticas mais justas tanto ao ser-humano quanto aos animais.

    Pensei em não citar nomes para não parecer injusta, mas algumas mulheres devem e serão lembradas aqui, pois desenvolveram ou desenvolvem trabalhos de uma relevância altíssima, merecendo assim a minha menção.

    Marina Silva, dispensa maiores explicações, mulher que venceu as dificuldades sociais e trabalha com afinco e dedicação para preservar o meio ambiente e garantir que a vida seja respeitada em todas as suas manifestações. Marina, até os 15 anos era analfabeta, ainda assim ingressou no Mobral e chegou a faculdade. Parceira de Chico Mendes, com ele fundou a CUT. Sua vida política iniciou-se em 1988 quando foi eleita a vereadora mais votada de Rio Branco, posteriormente foi senadora e  recentemente ministra do meio ambiente, por não compactuar com as políticas descabidas do governo Lula, renunciou ao cargo. Hoje é candidata a Presidência da República pelo PV. Marina já ganhou vários prêmios internacionais por seu trabalho na área ambiental.
    "Vamos atravessar esse novo século discutindo meio ambiente e desenvolvimento, queiram ou não queiram" (Marina Silva)

    Ingrid Newkirk, co-fundadora da ong intenacional PETA (People for the Ethical Treatment of Animals ), dedica a sua vida em favor dos animais, luta para que estes bichinhos sejam tratados com ética e dignidade e felizmente já alcançou muitos objetivos. Várias grifes famosas acabaram com suas coleções que utilizavam peles, depois dos tantos protestos veementes feitos pela ong. Também conseguiu que a GM párassse de realizar os testes de colisão com os animais. Mostrou ao mundo técnicas alternativas para dissecação de animais e conscientiza as pessoas sobre vegetarianismo e os direitos dos animais.
     "Os matadouros deveriam  ser nos restaurantes e supermercados. Deveriam ter uma parede de vidro para que as pessoas vissem os animais e escolhessem. Olhar nos olhos do animal e dizer: "muito bem, cortem o pescoço daquele". (Ingrid Newkirk)

    Dorothy Stang, a Irmã Dorothy, norte americana, que se naturalizou brasileira. Desde 1966 atuava na Amazônia junto aos trabalhadores rurais da Região do Xingu, onde lutou pela geração de renda e reflorestamento de áreas degradadas. Ajudou a fundar a primeira escola de formação de professores na rodovia Transamazônica. Foi ameaçada de morte inúmeras vezes e antes de ser assassinada, aos 73 anos com 7 tiros,  chegou a declarar: "Não vou fugir e nem abandonar a luta desses agricultores que estão desprotegidos no meio da floresta. Eles têm o sagrado direito a uma vida melhor numa terra onde possam viver e produzir com dignidade sem devastar". Ela se foi e ficaram seus assassinos, homens marginais e cruéis, protegidos por seus milhões em suas contas bancárias.

    Brigitte Bardot, foi um ícone da beleza na década de 50. Desde o início manifestava sua preocupação com os animais, mas por ser mulher e símbolo sexual, não foi muito ouvida. Em 1973 encerrou sua carreira e passou a se dedicar a defesa dos animais. Tornou-se vegetariana mostrou ao mundo o massacra dos bebês focas no Canadá. Em 1986 ergueu a Fondation  Brigitte-Bardot. Atuou também contra as caça das baleias, o uso de casacos de pele e a utilização de animais em testes.
    "Eu dei minha beleza e minha juventude aos homens. Agora dou minha sabedoria e minha experiência aos animais. " (Brigitte Bardot)


    Peço desculpas a todas as outras grandes mulheres ligadas as causas ambientais não mencionadas aqui: as famosas ou anônimas, as que muito fizeram e as que estão começando. Agradeço a toda mulher que com qualquer pequena atitude já está mudando a forma como as pessoas tratam o planeta e os animais.

    Obrigada por terem nascido mulheres, por terem escolhido o ativismo e por sonharem e lutarem por um mundo mais digno tanto para os humanos quanto para os animais. Sinto-me feliz e honrada  por pertencer a um lugar onde existem mulheres desse nível. Obrigada por existirem! 



    quarta-feira, 3 de março de 2010

    Vaso sanitário feito com garrafa PET

    Aproveitando a onda da reciclagem da PET, vou divulgar nessa postagem uma novidade que foi noticiada em dezembro do ano passado: alunos de engenharia projetaram um vaso sanitário feito com garrafa PET reciclada.

    Bruno Barbosa e seus colegas Bruno Claudio, Douglas Malia, Fabio Makin, Gabriel Bueno, Luiz Gustavo Balzan, Marcelo Moreira Smith e Raffael Sueza Raffa, alunos que no ano passado, estavam no último ano do curso de Engenharia Mecânica na FEI, mesmo com as dificuldades impostas pelo pouco material disponível sobre a garrafa PET e a ausência de um financiador que dê continuidade ao projeto, desenvolveram o vaso sanitário feito com garrafa PET reciclada.

    O vaso é constituído por várias  peças ( caixa, tampa, canal de ligação, cuba, sifão e estrutura).O que permite a troca das peças, se houver algum problema, sem a necessidade de trocar o vaso inteiro, como acontece com o convencional. Além disso é possível escolher entre meia vazão ( que utiliza 3 litros de água na descarga) ou vazão inteira, que utiliza 6 litros.

    Para chegar ao produto final, a garrafa PET deve ser moída, transformada em flake e então moldada no formato desejado. Bem simples.

    Espero, sinceramente, que algum financiador se interesse pelo projeto e em breve esse vaso, muito mais  ecológico, esteja disponível no mercado. Parabéns aos inventores!


    terça-feira, 2 de março de 2010

    Desmatamento da Caatinga ultrapassa 45%

    "O mundo inteiro se preocupa com a Amazônia, nós também nos preocupamos com a Amazônia, mas a caatinga e o cerrado têm pouca proteção. A caatinga está sendo destruída num ritmo mais acelerado que a Amazônia. Eu não quero que daqui a alguns anos o que restou de caatinga vire deserto" Carlos Minc.

    Caatinga para os índios significa mata branca, dos biomas brasileiros é o único exclusivo, o que significa que nenhum outro país do planeta possui uma vegetação assim. A Caatinga ocupa 11% do nosso território, o que equivale a uma área de 826.411 km2 que se estende pelos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Bahia e norte de Minas Gerais.

    Todas essas informações não interessaram a siderúrgicos e outros empresários. E esse descaso e desrespeito ao resto do país que se preocupa e defende o meio ambiente estão traduzidos pelo número de 45,39% de toda a Caatinga brasileira desmatada.

    "O principal fator de desmatamento da caatinga é energético, é conversão de mata nativa em lenha e carvão", disse Minc.

    As principais financiadoras do desmatamento são siderúrgicas que utilizam carvão, extraído da Caatinga, além de indústrias do polo gesseiro e da cerâmica, concentrados principalmente em Minas Gerais, Espírito Santo e Nordeste. Como não poderia ser diferente uma parcela desse desmatamento deve-se também  as atividades agropecuárias.

    Um típico caso de coronelismo, onde empresários ricos liquidam o que estiver na sua frente para fazer mais dinheiro, empresários arcaicos e mesquinhos, que continuam a enriquecer dessas maneiras obtusas e ilegais. Ainda assim o governo permaneceu por todos esses anos de mãos atadas, compactuando direta ou indiretamente com essa devastação.

    "Não haverá solução para a defesa da caatinga sem mudar a matriz energética", disse o ministro Minc, indicando inclusive uma saída: a energia eólica, tão simples e eficiente. O problema é que para esses coronéis, essas alternativas, certamente, não serão tão baratas quanto explorar a natureza e a mão de obra da população, alienada, querendo qualquer trocado para sobreviver, mesmo que isso represente a sua própria decadência.

    Depois que praticamente metade desse bioma foi desmatado, o governo começa , agora, a fazer o monitoramento da Caatinga. Tanto o relatório, quanto o monitoramento fazem parte do que o governo chama de Plano de Controle do Desmatamento da Caatinga que vai acontecer em Juazeiro e Petrolina. Será lançado também o Fundo da Caatinga, que será gerido pelo Banco do Brasil do Nordeste e proverá recursos para projetos de combate à desertificação e promoção da conservação e do uso sustentável dos recursos do bioma. Paralelamente o IBAMA realizará 25 operações para combater o desmatamento.

    Indico o Blog Piauí - Governo do Desmatamento, que está inativo hoje, mas possui uma seleção de imagens que ilustram muito bem como é esse comércio bandido   do desmatamento. Como se trata do Piauí, além da caatinga, mostra o que também acontece no Cerrado. Eu gostei! Acho que as fotos deveriam valer como provas para incriminar alguns desses salafrários. A foto usada nessa postagem, eu extrai de lá.

    Saiba mais:
    Fonte:
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