"Vivo da floresta, protejo ela de todo o jeito, por isso vivo com a bala na cabeça a qualquer hora, porque vou para cima, eu denuncio. Quando vejo uma árvore em cima do caminhão indo para uma serraria me dá uma dor. É como o cortejo fúnebre levando o ente mais querido que você tem, porque isso é vida para mim que vivo na floresta e para vocês também que vivem nos centros urbanos."

Zé Claudio, assassinado em maio de 2011.



sábado, 13 de março de 2010

Paraíso Frágil


Produzida pela Discovery Channel US e BBC e transmitida pela Animal Planet a série PACÍFICO SUL, exibida no ano passado em 6 episódios relatou a situação do maior oceano da Terra, como foi a formação das ilhas, as ilhas  distantes e vulcânicas,  a imensidão de suas águas e os seres que o habitam.


No sexto episódio denominado Pacífico Sul - Um Paraíso Frágil  foram apresentadas as consequências da pesca predatória, o quanto a interferência humana já degradou, modificou e destruiu corais e peixes do oceano Pacífico.

Apenas 1% de todo o Oceano Pacífico é protegido, sendo proibida qualquer atividade de pesca. Todo o restante é zoneado e explorado por diversos países, sendo que a avassaladora maioria das embarcações pesqueiras continuam num regime predatório, utilizando redes ou km de linha, que capturam qualquer outro animal que por ventura cruzar esse caminho. Entre esses animais:  tubarões, tartarugas e aves, principalmente o albatroz.


O Greenpeace, hoje, vigia uma área do Oceano Pacífico, antes liberada para a pesca, documentando as condições das embarcações, onde são encontrados milhares de tubarões cruelmente capturados para que sejam vendidos no oriente para os apreciadores da famosa sopa de barbatana, na tentativa de mostrar ao mundo a importância de se criar leis  de proteção tanto aos oceanos quanto às espécies que estão se extinguindo devido ao nosso consumo completamente  insustentável.

Mas como apesar de tudo, nós ainda podemos contar com pessoas que, inacreditavelmente, interferem no meio ambiente de forma positiva, em Fiji, já existe o que podemos chamar de Jardinagem de Corais. Um projeto piloto onde as pessoas fazem a manutenção dos corais, cultivando espécies e replantando onde já não existe mais vida. Queria eu ter um emprego como esse e que bom que existem pessoas atuando assim no meio ambiente.

O que a gente espera é que esse trabalho continue gerando vida! E não seja massacrado por homens querendo que toda essa vida, continue gerando apenas dinheiro. Os corais chegaram a ser implodidos pelo homem, que de uma forma absurdamente ignorante, utilizava dinamites para capturar os peixes. Estimativas dizem que 1500 km2 de recifes estão desaparecendo todo ano, desde 1960

A dica da série Pacífico Sul vale muito a pena. Quem tiver a oportunidade: assista!

Esse vídeo mostra como trabalham os jardineiros dos corais.



A manutenção da vida, dentro dos oceanos ou fora deles, não é apenas uma questão de preservação de espécies ou proteção dos animais. É também uma questão de sobrevivência.O que o homem retira da natureza, de maneira irresponsável e em proporções cavalares, atingirá também nossa espécie.

 A harmonia em que viviam os animais e que gerava a manutenção de todas as espécies refletia um mundo de abundância, mas tanta interferência, hoje reflete o caos. Vai chegar o dia em que não haverá mais o que comer e não teremos como culpar a mais ninguém.

Se comemos carne é porque ela percorre um longo caminho até chegar dentro do nosso prato, em pedaços. Se tivessemos que matar esses animais, da mesma maneira como fazem esses pescadores, acredito que muito poucos homens ainda seriam carnívoros.

O nosso consumo alimenta essa indústria. Cada um tem a sua parcela de culpa. Pensemos nisso para provocar mudanças.

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