"Vivo da floresta, protejo ela de todo o jeito, por isso vivo com a bala na cabeça a qualquer hora, porque vou para cima, eu denuncio. Quando vejo uma árvore em cima do caminhão indo para uma serraria me dá uma dor. É como o cortejo fúnebre levando o ente mais querido que você tem, porque isso é vida para mim que vivo na floresta e para vocês também que vivem nos centros urbanos."

Zé Claudio, assassinado em maio de 2011.



terça-feira, 2 de março de 2010

Desmatamento da Caatinga ultrapassa 45%

"O mundo inteiro se preocupa com a Amazônia, nós também nos preocupamos com a Amazônia, mas a caatinga e o cerrado têm pouca proteção. A caatinga está sendo destruída num ritmo mais acelerado que a Amazônia. Eu não quero que daqui a alguns anos o que restou de caatinga vire deserto" Carlos Minc.

Caatinga para os índios significa mata branca, dos biomas brasileiros é o único exclusivo, o que significa que nenhum outro país do planeta possui uma vegetação assim. A Caatinga ocupa 11% do nosso território, o que equivale a uma área de 826.411 km2 que se estende pelos estados do Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Sergipe, Alagoas, Bahia e norte de Minas Gerais.

Todas essas informações não interessaram a siderúrgicos e outros empresários. E esse descaso e desrespeito ao resto do país que se preocupa e defende o meio ambiente estão traduzidos pelo número de 45,39% de toda a Caatinga brasileira desmatada.

"O principal fator de desmatamento da caatinga é energético, é conversão de mata nativa em lenha e carvão", disse Minc.

As principais financiadoras do desmatamento são siderúrgicas que utilizam carvão, extraído da Caatinga, além de indústrias do polo gesseiro e da cerâmica, concentrados principalmente em Minas Gerais, Espírito Santo e Nordeste. Como não poderia ser diferente uma parcela desse desmatamento deve-se também  as atividades agropecuárias.

Um típico caso de coronelismo, onde empresários ricos liquidam o que estiver na sua frente para fazer mais dinheiro, empresários arcaicos e mesquinhos, que continuam a enriquecer dessas maneiras obtusas e ilegais. Ainda assim o governo permaneceu por todos esses anos de mãos atadas, compactuando direta ou indiretamente com essa devastação.

"Não haverá solução para a defesa da caatinga sem mudar a matriz energética", disse o ministro Minc, indicando inclusive uma saída: a energia eólica, tão simples e eficiente. O problema é que para esses coronéis, essas alternativas, certamente, não serão tão baratas quanto explorar a natureza e a mão de obra da população, alienada, querendo qualquer trocado para sobreviver, mesmo que isso represente a sua própria decadência.

Depois que praticamente metade desse bioma foi desmatado, o governo começa , agora, a fazer o monitoramento da Caatinga. Tanto o relatório, quanto o monitoramento fazem parte do que o governo chama de Plano de Controle do Desmatamento da Caatinga que vai acontecer em Juazeiro e Petrolina. Será lançado também o Fundo da Caatinga, que será gerido pelo Banco do Brasil do Nordeste e proverá recursos para projetos de combate à desertificação e promoção da conservação e do uso sustentável dos recursos do bioma. Paralelamente o IBAMA realizará 25 operações para combater o desmatamento.

Indico o Blog Piauí - Governo do Desmatamento, que está inativo hoje, mas possui uma seleção de imagens que ilustram muito bem como é esse comércio bandido   do desmatamento. Como se trata do Piauí, além da caatinga, mostra o que também acontece no Cerrado. Eu gostei! Acho que as fotos deveriam valer como provas para incriminar alguns desses salafrários. A foto usada nessa postagem, eu extrai de lá.

Saiba mais:
Fonte:

Nenhum comentário:

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...