"Vivo da floresta, protejo ela de todo o jeito, por isso vivo com a bala na cabeça a qualquer hora, porque vou para cima, eu denuncio. Quando vejo uma árvore em cima do caminhão indo para uma serraria me dá uma dor. É como o cortejo fúnebre levando o ente mais querido que você tem, porque isso é vida para mim que vivo na floresta e para vocês também que vivem nos centros urbanos."

Zé Claudio, assassinado em maio de 2011.



sábado, 30 de janeiro de 2010

Sociedade do Sol

A Sociedade do Sol é uma organização, sediada no CIETEC (Centro Incubador de Empresas Tecnológicas no campus da USP/IPEN) que desde 1999 desenvolve ASBC (aquecedor solar de baixo custo), projeto gratuito de um aquecedor solar de água, de 200 a 1.000 litros, destinado a substituir parcialmente a energia elétrica consumida.

No site da organização há um manual do usuário para a construção do ASBC disponível para os interessados em "fabricar" seu próprio aquecedor solar, além da divulgação de outros projetos do grupo, que incluem reuso da água da chuva, forno solar, aquecedores para escolas, entre outros.

 O site também oferece cursos, cadastra monitores e voluntários e está repleto de informações e dicas interessantes. Vale muito a pena visitar e quem sabe sair do computador e construir o seu próprio aquecedor solar.

Veja também:
Green Noise - energia gerada a partir de barulho
Brasil e energia eólica

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Green Noise: energia gerada a partir de barulho

Parece loucura, mas é realidade. O japonês Hung-Uei Jou revolucionou o mercado de energia limpa inventando o Green Noise que através do barulho gera energia elétrica. No mínimo: sensacional!


Entre as várias aplicações lógicas, a idéia é de utilizá-lo em aeroportos. Os ruídos produzidos por aviões são captados e convertidos em energia elétrica dentro do próprio aparelho e através dele, esta energia pode ser direcionada para qualquer fim. É possível ainda, visualizar a quantidade de ruído capturado e a energia convertida no visor do Green Noise.

O aparelho ainda não está à venda, mas comprova eficientemente, minha teoria sobre tecnologia aliada ao meio ambiente. Podemos perceber o quão fácil seria viver num planeta cuja conversão de energia seria simples e muitas vezes óbvia, sem a necessidade de utilizar orçamentos bilionários. Querendo, a gente chega longe!

OBS.: Idéias para utilização do Green Noise que eu apoiei: em shows e baladas. E eu ainda sugiro eventos esportivos e até shopping centers. Será que é possível???

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Vida Sustentável X Concrete Jungle

Assistindo ao Globo Repórter, sexta-feira passada, que mostrou a vida da populaçao ribeirinha das reservas de Mamirauá e Amanã, na Floresta Amazônica tive a oportunidade de conhecer uma comunidade, que diferentemente da avassaladora maioria dos brasileiros, vive em plena harmonia com a natureza, respeitando as épocas de cheia e seca do rio, o ciclo de vida dos peixes e os demais animais selvagens que habitam o lugar.

Uma sintonia perfeita. Pontes improvisadas garantem a locomoção das pessoas nas épocas de cheia, as crianças vão para escola de canoa e mesmo com tanta água, a qualidade dela não é boa, mas orientados pela equipe da Reserva de Mamirauá calhas instaladas nas casas levam a água da chuva para um reservatório, o que garante água potável pelo ano todo. Mais sustentável impossível.

 É claro que a vida deles não é fácil, ainda mais se comparada com a vida urbana que levamos, repleta de confortos e futilidades. O cotidiano dessas pessoas parece surreal para o modelo de vida que adotamos nas capitais. Eles têm privações que a grande maioria das pessoas nem sequer consegue imaginar e ainda assim vivem muito bem por lá.

 E o que podemos concluir com tudo isso? Por mais que vivamos rodeados por facilidades, serviços terceirizados, comodidades, tudo ao alcance das mãos, ainda assim não estamos insentos de também viver alagados, mas diferentemente do povo de lá, aqui a cada chuva, tudo pára, ficamos ilhados, perdemos tudo o que temos e também o que não temos, ficamos incomunicáveis, sem eira, nem beira e as coisas podem, e devem, piorar ainda mais, bem mais.

Esse sistema inventado para o consumo, essa idéia ilusória de evolução é tão frágil, com uma, duas ou tantas tragédias naturais podemos ficar a mercê da sorte. Não adianta ser o seu celular de última geração, nem seu carro 0 km; governos ficarão inertes e cada um, certamente, vai libertar seus instintos de bicho numa busca alucinante pela sobrevivência, simplesmente pelo fato de não conseguirmos ser nada, sem o que chamamos de sociedade organizada.

 Mas para onde essa organização está nos levando? Moramos em casas e prédios construídos em áreas de pântano, mangue, nas margens dos rios, encostas, orlas de praias, concretamos tudo o que nos está próximo e achamos que estaríamos livres do caos que obras irresponsáveis como essas irião gerar. Não respeitamos os ciclos da natureza e ficamos a esperar por um milagre, de que a natureza se modificaria porque somos nós os donos do mundo.

Mas a natureza não escolhe suas vítimas, caem árvores, morrem animais e o ser-humano é liquidado exatamente como qualquer outro verme do planeta. Ou mudamos ou morremos. Não há outra escolha! Já que nunca foi levado em conta o respeito e a consideração que deveríamos ter com toda a natureza e com todos os animais habitantes do planeta, agora precisamos mudar, simplesmente para sobreviver...

E enquanto construtores de todo o Brasil aumentam desenfreadamente suas riquezas, enquanto o governo libera licenças para termoelétricas, hidrelétricas, enquanto capitalistas selvagens exibem rótulos de empresas verdes, são pessoas que vivem da única forma sustentável, como essas populações ribeirinhas que terão que migrar, começar tudo de novo em outro lugar, para que mais uma hidrelétrica seja construída...para que eu, você e todo o resto do Brasil possamos assistir a mais televisão e ver de perto o mundo acabando para os outros, tomar mais banhos quentes e mais demorados,usar ainda mais o microondas, perder mais tempo no orkut acessando a internet, continuar assim...desse mesmo jeito insustentável!

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Tecnologia e Meio Ambiente

Quando pensamos em sustentabilidade e meio ambiente associamos a idéia de uma forma mais rústica, de se viver com pouco, reutilizar desde a água da chuva até as inevitáveis embalagens de consumo, comprar menos, prefirir alimentos não-industrializados e assim por diante. E a tecnologia parece não combinar muito bem com esse estilo de vida mais sustentável. Verdade?

Não, pelo menos para mim não. Eu, "riponga" de alma, natureba na medida do possível, apaixonada pela natureza e pelos animais, ainda assim amo a tecnologia e tudo o que ela nos proporciona e poderia proporcionar ainda mais... Lembro-me de acreditar que os computadores iriam, sim, substituir livros e cadernos nas escolas e na vida em um tempo curto...mas fui crescendo, crescendo e isso ainda não aconteceu. Ainda, pois eu continuo a acreditar que algum dia árvores não mais precisarão morrer para que possamos nos entreter, informar e aprender.

Os erros, que a maioria das empresas centenárias cometeu, com o descarte irresponsável de resíduos, por exemplo, não precisa e nem deve ocorrer atualmente. Uma prova disso são empresas como Nextel, Motorola, Nokia, Samsung e LG que já encaminham as baterias não mais utilizadas para a reciclagem. Cabe a nós utilizar esses serviços. Pois não adianta as empresas oferecerem esse esquema todo e as pessoas continuarem colecionando aparelhos velhos e inúteis em suas casas.

E que a tecnologia avance também nos setores de reciclagem. Máquinas melhores e mais modernas serão mais eficientes e portanto, mais utilizadas. Todo mundo ganha, inclusive o meio ambiente. Aliás, sou uma pessoa que acredita profundamente na riqueza desperdiçada nos lixos. Se o mercado da reciclagem tivesse a força das grandes empresas nacionais poderíamos extrair menos, destruir menos, aniquilar menos e reaproveitar tudo o que já descartamos no planeta, num ciclo sem fim. Fácil assim!

 Pesquisas e estudos, onde animais foram brutalmente torturados por décadas e mais décadas em nome da ciência e da longevidade da raça humana não precisam mais acontecer. Hojé é possível criar tudo sinteticamente para qualquer finalidade de pesquisa. Simples assim!

Existem milhares de alternativas sustentáveis e muitas delas só puderam acontecer porque possuimos a tecnologia necessária. A tecnologia foi certamente o maior passo dado pela humanidade rumo a evolução, mas quando a gente fala em humanidade é que se encontram os problemas.

 As pessoas preferem empregar a tecnologia em projetos bilionários, mesquinhos, tortos...tantas vezes. O mercado que nos permite assistir televisão aonde que que estejamos nos induz a comprar mais, a viver mais para comprar mais e descartar mais. Numa frenética e estúpida inversão de valores. Comprar para ser, ser para ter... E nesse caos, muitas vezes nos tornamos marionetes do mesmo sistema capitalista de sempre.

 Creio que o importante é ser consciente, não se deslumbrar (tanto) com as futilidades desenvolvidas e oferecidas graças a tecnologia avançada. Temos a faca e o queijo nas mãos. As escolhas são nossas. Podemos viver sim, em paz e harmonia com o meio ambiente, aliados a tecnologia, sem nos tornar reféns dela.

 Se você tem alguma informação sobre práticas utilizadas por empresas no setor de reciclagem, sabe de diferentes tecnologias que auxiliam na qualidade de vida do meio ambiente, não seja tímido(a) comente e reparta seu conhecimento conosco...é sempre bom aprender um pouco mais!

domingo, 17 de janeiro de 2010

Entendendo o pré-sal

A formação das reservas de petróleo sob a camada de sal teve início com o acúmulo de matéria orgânica no fundo dos lagos de Gondwana, o supercontinente que incluia o que hoje é a América do Sul, a África, a Índia, a Austrália e a Antártida e que existiu há mais de 130 milhões de anos. Essa camada se estende por 800 km entre os estados do Espírito Santo e Santa Catarina e envolve três bacias.

 O petróleo existente nessa área está numa profundidade superior a 7.000 mil metros abaixo da camada de sal. A estimativa do volume encontrado (petróleo e gás) pode chegar a 14 bilhões de barris, segundo informa a Petrobrás, o que dobrará a produção brasileira.

 A extração no pré-sal já vem sendo feita desde 2008 pela Petrobrás numa área denominada Parque das Baleias, ao norte da Bacia de Campos. A estatal deverá investir cerca de US$ 114, 4 bilhões para produzir 1,8 milhões de barris diários de petróleo e gás natural até 2020.

 A maior dificuldade para se extrair petróleo nessas condições é que a camada de sal, sob temperatura e pressão altas se comporta como material plástico, o que torna complicado garantir a estabilidade das rochas, impedindo assim a continuidade da perfuração dos poços. Com novas tecnologias empregadas a perfuração se tornou mais estável, reduzindo também o tempo gasto . O primeiro poço perfurado no pré-sal demorou mais de um ano e custou US$ 240 milhões, os mais recentes demoraram cerca de 60 dias e custaram, em média, US$ 66 milhões.

Governo 

O regime de exploração do petróleo no pré-sal não mais será realizado em regime de concessão, promovido pela Lei 9478/97, onde as empresas que venciam a licitação ficavam donas do petróleo e remuneravam a União com royalties e impostos, mas sim em regime de partilha de produção entre União, empresas ganhadores das licitações e regiões estratégicas.

 Além do novo regime, será criada a Petrosal, estatal responsável pela extração e o Fundo Social que vai gerir e distribuir os recursos. O BNDS liberou a maior verba da história para o projeto.

Petrobrás X Greenpeace

A Petrobrás responde a 10 perguntas sobre o pré sal , mas sinceramente nenhuma das perguntas que eu faria constam nessa lista. O Greenpeace defende que o pré-sal é nosso e a poluição também A Petrobrás chegou a anunciar uma tecnologia capaz de capturar o CO2 gerado a partir da extração, mas o fato é que esta tecnologia está em desenvolvimento e não estará disponível quando se iniciar o processo de extração.

O Greenpeace afirma que se o Brasil estiver usando todas as reservas estimadas do pré-sal estaremos emitindo ao longo dos próximos 40 anos cerca de 1,3 bilhões de toneladas de CO2 por ano, só com refino, abastecimento e queima de petróleo.

Perguntas que ninguém respondeu

Quais os impactos ambientais gerados para os municípios e a vida marinha nos locais de extração?

Quais iniciativas serão implantadas para poupar as espécies marinhas nos locais de extração?

Como serão controladas as emissões de CO2 durante a extração e com o refinamento do petróleo?

Numa época em que o mundo ruma para alternativas mais sustentáveis e busca energias mais limpas, não é um retrocesso investir tanto num projeto de extração de petróleo em nome do desenvolvimento do país?

 Há riscos de vazamantos durante a extração ?

Há algum relatório de órgãos ambientais sobre os impactos ambientais nas regiões de exploração?

O alto custo de extração não vai aumentar demais o valor de mercado do petróleo?

Há o risco das reservas serem unitizadas e mesmo que a extração seja em vários locas distintos a fonte ser uma só?

Por quê os lucros também serão divididos com os munícipios que estão longe dos pontos de extração, sendo que estes não sentirão as consequências nocivas que os municípios onde haverá extração irão vivenciar?

Enviei essas perguntas a vários setores da Petrobrás há mais de dois meses. Ninguém me respondeu!

Conclusão

Existem diversas alternativas para a geração de energia e combustível através de fontes limpas, que também gerariam empregos, lucros, independência e progresso, além de garantir a sustentabilidade. Ainda assim os governos preferem optar pelas mesmas fórmulas ultrapassadas, irresponsáveis e prejudiciais ao meio ambiente para justificar dinheiro, desenvolvimento econômico e progressso.

 Eu não acredito que desenvolvimento, progresso e geração de renda temporária justifiquem tantos bilhões nas mãos de poucos homens, tanta interferência ao meio ambiente, tanta política retrógrada e limitada.

A Petrobrás já deveria estar empenhada em se adaptar ao que há de novo e sustentável e não insistir nesses modelos arcaicos de extração de petróleo. E o governo deveria se deslumbrar menos com verbas liberadas e investir mais em tecnologias ambientais e na reciclagem, por exemplo. Desenvolvimento acelerado, acelera também a degradação do meio ambiente e consequentemente a nossa qualidade de vida. Não somos os donos do mundo. Uma hora a conta vai chegar! Saiba mais
 Entenda o pré-sal Pré-sal:benção ou maldição
O pré-sal e o meio ambiente
Preço é a maior barreira para captura e armazenamento de carbono
Petróleo no pré-sal
Notícia G1

sábado, 16 de janeiro de 2010

Árvores e cidades

" A Jardinagem Libertária não é um movimento. É uma idéia. Eu não sei de onde veio essa idéia, mas me parece que ela estava no ar, no subconsciente coletivo. É uma idéia de várias pessoas e ao mesmo tempo, não é de ninguém. Para alguns é uma idéia contagiosa, divertida e fértil, como se tivesse vida própria.

Para outros é irresponsável, um desrespeito à propriedade e à admnistração pública. Por muito tempo nós deixamos o controle das nossas cidades, das florestas e do mundo como um todo às autoridades. E o que aconteceu?

Nas últimas décadas temos assistido enquanto o mercado imobiliário transforma nossas cidades em puleiros claustrofóbicos de concreto. Enquanto indústrias poluem nossos rios e mares. Enquanto as árvores, parques, calçadas, praças e espaços de convivência comunitária em geral são cobertos por asfalto para beneficiar o transito barulhento de máquinas particulares. Esse não é o mundo no qual nós queremos viver, e nós estamos aqui para dizer aos donos do poder e aos donos do dinheiro que o mundo não é deles."
Jardinagem Libertária

  Descobrir que já existem tantas pessoas se dedicando ao plantio de árvores dessa forma simples e eficiente, além de me inspirar me fez pensar no desempenho insignificante e inativo das prefeituras em relação a manutenção das árvores.

Sei que é proibido cortar árvores em vias públicas. As pessoas podem plantar ou cortar árvores o quanto quiserem, desde que as mesmas estejam do seu portão para dentro. Qualquer pequena muda que se encontre em qualquer calçada tem seu direito de vida garantido por lei.

 Mas de fato não é o que acontece, as pessoas se irritam com as árvores por motivos fúteis e pequenos e resolvem a qualquer momento que determinada árvore está com seus dias contados e terá seu fim. Mesmo que ela já esteja ali há mais tempo que seus novos e péssimos vizinhos, mesmo que pássaros se afugentem e se reproduzam nela, mesmo que ela seja uma vida e mereça tanto quanto nós continuar onde está.

Quando minha vizinha cortou a árvore da minha calçada eu a denunciei, muitas e muitas ligações depois a secretaria do meio ambiente deu o ar da graça e trouxe uma notificação a ela determinando novo plantio. As consequencias não seriam muito penosas, como já poderíamos supor. Ainda assim ela teve que replantar. O que era uma ficus de tamanho médio, que proporcionava sombra e visitas de pásaros, hoje é apenas uma pequena muda( e enquanto eu estiver aqui ela terá o direito de viver!).

 E eu só continuo achando estranho: as pessoas que cortam as árvores e reclamam de suas folhas são as mesmas que estacionam seus carros embaixo da minha outra (linda e grandiosa) árvore em dias de muito sol, são as mesmas que reclamam que o calor está insuportável, são as mesmas que preferem engaiolar os pássaros...são as mesmas, sempre as mesmas, as mesmas infelizes de sempre.

Convido a quem quiser sair por ai espalhando sementes. E mesmo que as prefeituras não indiquem o plantio de árvores frutíferas, eu indico. Indico e espero que as ruas se tornem mais verdes, que mais pássaros livres possam cantar por entre elas. Que possamos colher frutas tranquilamente, sem que as pessoas façam disso também mais um motivo para guerra. Plantar uma macieira na Praça da Sé de fato geraria confusão, mas se em cada rua fossem plantadas algumas árvores frutíferas o mundo já ficaria bem melhor!


Observação: É necessário que estejamos atentos, e busquemos aprender mais, sobre as árvores nativas em cada região. Para começar a plantar corretamente, respeitando a determinação da própria natureza. Essa é a forma adequada de reflorestar todo esse cinza...

Procure a secretaria do meio ambiente da sua cidade e descubra quais as árvores indicadas. Embora as frutíferas não sejam indicadas, também não são proibidas, escolhendo a árvore ideal para o local onde será plantada, observando espaço, fiação, entre outros fatores, podemos começar o trabalho verde! E que tenhamos cada vez mais voluntários...

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Belo Monte - A terceira maior hidrelétrica do mundo

Por muitas décadas se acreditou que hidrelétricas são fontes de energia limpa, mas hoje se sabe que tanto o impacto ambiental gerado a partir da inundação que liquida espécies e interfere diretamente no ecossistema, quanto o gás metano gerado a partir da decomposição da vegetação que fica submersa, fazem com que as hidrelétricas não sejam tão viáveis para a sustentabilidade do planeta.

Ainda assim, o governo atual, conseguiu tirar do papel um projeto que vem desde os primórdios da ditadura e pretende construir a terceira maior hidrelétrica do mundo na região do oeste do Pará, próximo a cidade de Altamira, no rio Xingu.

 Para que as obras se iniciam, o governo só precisa da licença ambiental emitida pelo Ibama. E o que se sabe até agora é que os conflitos gerados a partir de uma obra desse porte fizeram com que dois técnicos pedissem a demissão alegando pressão do governo. Estruturada dessa maneira, acredita-se que a licença sairá em fevereiro deste mesmo ano. (Alguma dúvida?)

Acredita-se que o investimento inicial seja de R$ 20 bilhões, mas como sabemos o valor tende a ser bem maior. O reservatório da Usina tomará uma área que condiz com o tamanho das cidades de Recife e Fortaleza juntas. A obra será maior que a do Canal do Panamá e para ser concluida estima-se que necessite de 10 anos.

O local, como não seria diferente, inlui áreas de preservação ambiental e indíginas. Várias pessoas precisarão ser desalojadas e outras tantas migrarão para as proximidades interessadas nos tantos empregos diretos e indiretos que uma obra desse porte deve gerar, o que definitivamente pode se transformar num caos sócioambiental.

 A capacidade de geração de Belo Monte anunciada pelo governo é de 11.233 MV, o que a coloca realmente em terceiro lugar, mas a verdade é que essa geração é a máxima e isso não ocorrerá durante o ano inteiro. Em épocas de seca (ou seja, na metade do ano) a geração de energia cai para 4.700 MW. A Eletrobrás garante que a geração de energia de um semestre garantirá o abastecimento anual e que a usina pode ficar parada o restante do ano por que já terá cumprido sua missão. (Uma obra deste tamanho que funcionará exatamente como os modelos públicos brasileiro: muito dinheiro e pouco trabalho)

Segundo o governo a função da hidrelétrica é dar segurança energética ao Brasil e os próximos capítulos envolvem uma briga de gigantes no leilão que definirá a empresa responsável pela construção e operação da usina. (mais uma vez quem pagar mais, leva)

Conclusão

 O governo quer a todo custo o tal do desenvolvimento acelarado, acelerando inclusive o processo de destruição de ecossistemas variados para justificar empregos, bilhões, uma minoria levando grandes vantagens, uma maioria sem entender o que acontece e sentindo na pele as vantagens e desvantagens ocasionada pelas decisões arbitrárias do governo.


 Imagem do Rio Xingu


Outros pontos de vista:

 “A região da Volta Grande do Xingu ficará praticamente seca com a construção da usina. A exemplo do que aconteceu com a cachoeira de Sete Quedas na construção da usina de Itaipu, também Belo Monte destruirá ou modificará cem quilômetros de uma sucessão de cachoeiras, corredeiras, canais naturais, e, além do enorme, trágico, irresponsável e irreversível desastre ambiental, a população que ficará na região não terá água suficiente para suas necessidades.”, afirma Dom Erwin Kräutler, bispo do Xingu, sobre a construção da obra. “Nós nunca impedimos o desenvolvimento sustentável do homem branco, mas não aceitamos que o governo toma uma decisão de tamanha irresponsabilidade e que trará conseqüências irreversíveis para esta região e nosso povos, desrespeitando profundamente os habitantes ancestrais deste rio e o modelo de desenvolvimento que defendemos”

trecho da Carta dos povos indígenas ao presidente Lula contra a construção da Usina Hidrelétrica Belo Monte.

Mais uma frase infeliz de um ministro: “Estamos quase mendigando para o Meio Ambiente liberar a autorização para a construção da terceira maior hidrelétrica do mundo”, disse o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, na cerimônia de posse de diretores da Aneel, no último dia 23. O governo esperava ainda para 2009 a liberação da licença e chegou a marcar o leilão para o dia 21 de dezembro de 2009, antes da concessão da licença prévia.

domingo, 3 de janeiro de 2010

Praia Grande e o lixo

A Praia Grande, cidade litorânea muito conhecida do estado de São Paulo, é a mais próxima da maior metrópole da América Latina. Tornando-se assim um ponto turístico de fácil acesso e bem mais barato que as demais praias do estado. Sua orla conta com 26 km ininterruptos, repleta de quisoques, carrinhos de praia e vendedores de todos os tipos e para todos os gostos.

Durante a temporada redes de supermercados ficam abertas 24 horas por dia e comerciantes locais mudam seu ritmo de trabalho freneticamente para servir mais. O policiamento aumenta e vêm para cá policiais militares e civis de outras cidades, além das viaturas da Rota.
A Praia Grande abre seus braços para turistas do Brasil inteiro. Ningém vai te julgar porque você obriga o resto do bairro, onde está hospedado, a ouvir com você as músicas que coloca em seu carro no mais alto volume, nem vai questionar os vários passeios sem propósito que você vai fazer para contribuir com o congestionamento. Ninguém vai te incomodar quando a praia estiver absolutamente abarrotada e ainda assim você decidir jogar futebol. Aqui vocês são os turistas e cabe a cidade os receber muito bem!

Não posso deixar de comentar que apesar das tentativas de policiamento, que tantas vezes enquadram trabalhadores e deixam livres os assaltantes, o maior contra de sua estadia na nossa cidade deve-se ao fato da ação dos marginais. Mas acredito que isso não seja uma particularidade local, gente querendo usurpar o que é do outro existe aos montes em qualquer lugar, sejam os trombadinhas caiçaras ou os engravatados de Brasília.

 A cidade muda sua cara e seu ritmo de vida para receber melhor os, aproximadamente, 1 milhão e meio de pessoas que visitam a cidade no final do ano.

 E o que recebemos em troca? Toneladas e mais toneladas de lixo espalhados pela orla e vias públicas, um amontoado de embalagens diversas, vidros estilhaçados, bitucas de cigarros, oferendas para Iemanjá e mais, mais...mais. Eu, como não sou a dona do mundo, não posso impedir ninguém de se locomover para cá quando bem quiser, mas já que virá, que pretende se divertir, pense um pouco nos outros, no mundo.

Depois de comer guarde o resto do franguinho e da farofa. Tente não incomodar o próximo, não abandone aqui animais que você assumiu, preserve a praia, as praias, toda a natureza. Civilidade e consciência são necessárias a qualquer ser-humano. Se não as tem:adquira!

Abaixo segue um vídeo que eu mesma fiz, simples e extremamente amador, relatando uma parcela mínima do que acontece com a cidade durante a temporada.
 
Observação: Pessoas são pessoas nascendo em qualquer região. Não quis com esse texto atacar apenas os turistas, posto que para mim os próprios moradores que não cuidam e degradam sua própria praia e cidade são muito piores que farofeiros de ocasião. E como meu alvo são sempre os engravatados do poder clique aqui e saiba o que a prefeitura tem feito com o lixo e o entulho na cidade.
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