"Vivo da floresta, protejo ela de todo o jeito, por isso vivo com a bala na cabeça a qualquer hora, porque vou para cima, eu denuncio. Quando vejo uma árvore em cima do caminhão indo para uma serraria me dá uma dor. É como o cortejo fúnebre levando o ente mais querido que você tem, porque isso é vida para mim que vivo na floresta e para vocês também que vivem nos centros urbanos."

Zé Claudio, assassinado em maio de 2011.



sábado, 9 de abril de 2011

Manifestação ANTI VIVISSECÇÃO em São Paulo


Para eles resta a dor...
Para os humanos a ilusão de que ciência e governo torturam animais para salvar você...



Lembrando que as leis brasileiras não obrigam fabricantes de cosméticos a realizarem testes em animais.
Ainda assim muitas empresas carregam nos produtos fúteis que  oferecem dor e sangue de inúmeras vítimas não humanas em cada embalagem. 

Se a opção delas é torturar...a sua pode ser de boicotar.

Inúmeros fabricantes de cosméticos não realizam experimentos em animais, ainda assim oferecem produtos de qualidade, muitas vezes superior as marcas assassinas.

A escolha é sua! 


quinta-feira, 7 de abril de 2011

Alterações do Código Florestal? NÃO!

Este blog já dedicou inúmeras postagens ao tema "alterações do código florestal", qualquer busca rápida por ele, revelará tudo o que desejam ruralistas graduadíssimos e milionários com as mudanças desse código, que apesar de legítimo não é cumprido.

Como Aldo e sua patotinha rural insistem em defender que as alterações favorecerão principalmente o pequeno agricultor, movimentos socioambientais de todo o Brasil se reuniram para mostrar que além de não compactuarem com as idéias sórdidas dos deputados, também exigem medidas que garantam florestas em pé.


POR UMA LEI FLORESTAL JUSTA E EFETIVA: NÃO À APROVAÇÃO DO
RELATÓRIO DE ALDO REBELO

Está para ser votado na Câmara dos Deputados um dos maiores crimes contra o nosso país e sua imensa biodiversidade:  a destruição do Código Florestal.  A nossa lei  que protege as margens de rios e as encostas da erosão e dos deslizamentos, que mantém parte de nossas florestas, cerrados e caatingas preservados, e que estimula o manejo sustentável de nossas riquezas naturais está na mira da bancada ruralista!

Alegando  que  a  lei  atrapalha  o  agronegócio  brasileiro,  os  ruralistas  encomendaram ao deputado Aldo Rebelo (PC do B/SP) uma proposta de alteração que está prestes a ser votada e que, dentre outras coisas, pretende:

a)  anistiar os desmatamentos ilegais realizados em APPs até 2008:  não será mais necessário recuperar os desmatamentos ilegais realizados em encostas, beiras de rio e áreas úmidas, beneficiando quem desrespeitou a lei, mas prejudicando a sociedade, que terá que conviver para sempre com rios assoreados, deslizamentos de encostas, águas envenenadas, casas e plantações levadas por enchentes, dentre outros.

b)  diminuir  a  proteção  aos  rios  e  topos  de  morro: prevê  que  os  rios  menores, justamente os mais abundantes e frágeis, terão uma proteção menor, que pode chegar a ¼ da atual. Da mesma forma, retira toda e qualquer proteção aos topos de morro, áreas frágeis e sujeitas a deslizamentos e erosão em caso de uso inadequado. Somada à anistia, significará uma perda muito significativa de proteção  a essas áreas.

c) diminuir a reserva legal em todo o país: isenta os imóveis de até 4 módulos fiscais de recuperar a reserva legal, e para todos os demais diminui a base de cálculo, o que significa diminuir ainda mais uma área que já é considerada por todos como pequena para proteger a biodiversidade. Isso sem contar a possibilidade de fraude, com fazendas maiores se dividindo artificialmente para não ter que recuperar as áreas desmatadas.

d) permitir a compensação da reserva legal em áreas remotas, sem nenhum critério ambiental, levando em consideração apenas o valor da terra, e não a importância ambiental ou a necessidade de recuperação ambiental da região onde ela deveria estar, muitas vezes já.  Essa  proposta  terá  repercussões  na  estrutura  agrária  em todo  o  país,  expulsando agricultores familiares e camponeses, povos indígineas e quilombolas 

e) possibilitar que municípios possam autorizar desmatamento , o que significa criar o total descontrole na gestão florestal no país, já que são muitos os casos de prefeitos que têm interesse pessoal no assunto, configurando um inadmissível conflito de interesses. Para quem defende essa proposta o que interessa é manter  monoculturas envenenadas com agrotóxicos,  movidas a trabalho escravo e uma destruição ambiental  constante. 

Não é isso que interessa ao país. Nós,  organizações ambientalistas,  movimentos sociais do campo e sindicalistas de todo o Brasil,  defendemos valores e práticas bem diferentes.  Por  isso defendemos uma proposta diferente para o Código Florestal, que deve prever, dentre outros:

•   Tratamento diferenciado para a agricultura familiar, que tem no equilíbrio ambiental um dos pilares da sua sobrevivência na terra,  com apoio técnico público para recuperar suas áreas e gratuidade de registros;

•   Desmatamento  Zero  em todos  os  biomas  brasileiros,  com exceção  dos  casos  de interesse social  e utilidade pública,  consolidando a atual  tendência na Amazônia e bloqueando a destruição que avança a passos largos no Cerrado e na Caatinga;

• Manutenção dos atuais índices de Reserva Legal e Áreas de Preservação Permanente, mas permitindo e apoiando o uso agroflorestal dessas áreas pelo agricultor familiar 

• Obrigação  da  recuperação  de  todo  o  passivo  ambiental  presente  nas  Áreas  de Preservação Permanente e Reserva Legal, não aceitando a anistia aos desmatadores, mas apoiando economicamente aqueles que adquiriram áreas com passivos para que recuperem essas áreas;

A criação de políticas públicas consistentes que garantam a recuperação produtiva das áreas  protegidas  pelo  Código  Florestal,  com  a  garantia  de  assistência  técnica qualificada, fomento e crédito para implantação de sistemas agroflorestais, garantia de preços para produtos florestais e pagamentos de serviços ambientais A sociedade brasileira exige do Congresso Nacional e da Presidenta eleita que este relatório nefasto não seja aprovado, e que em seu lugar seja colocado um texto que interesse a todos os brasileiros,  ou seja,  que não diminua a proteção de áreas ambientalmente importantes, mas que crie condições para que elas sejam efetivamente protegidas.  Por isso milhares de pessoas estão organizadas hoje para gritar: 

NÃO AO RELATÓRIO DA BANCADA RURALISTA!
POR UM CÓDIGO FLORESTAL QUE DE FATO GARANTA PRODUÇÃO E PROTEJA AS
FLORESTAS!



Associação Brasileira dos Estudantes de Engenharia Florestal – ABEEF
Associação de Preservação do Meio Ambiente e da Vida – APREMAVI
Associação dos Servidores da Reforma Agrária em Brasília - ASSERA
Associação dos Servidores da Carreira de Especialista em Meio Ambiente e do Ibama - ASIBAMA
Comissão Pastoral da Terra – CPT
Confederação Nacional dos Servidores do Incra - CNASI
Conselho Indigenista Missionário – CIMI
Conselho Pastoral de Pescadores
Conservação Internacional – Brasil
Crescente Fértil
Federação dos Estudantes de Engenharia Agronômica do Brasil – FEAB
Federação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar – FETRAF
Fundação SOS Mata Atlântica
Greenpeace
Grupo Ambientalista da Bahia – GAMBA
Grupo de Trabalho Amazônico – GT
Instituto Centro de Vida - ICV

Instituto de Estudos Socioeconomicos - INESC
Instituto Socioambiental – ISA
Mira Serra
Movimento das Mulheres Camponesas – MMC
Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB
Movimento dos Pequenos Agricultores – MPA
Movimento dos Pescadores e Pescadoras Artesanais – MPP
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – MST
Pastoral da Juventude Rural – PJR
Sindicato Nacional dos Trabalhadores de Pesquisa e Desenvolvimento Agropecuário - SINPAF
Sociedade Chauá

Via Campesina
Vitae Civili







sexta-feira, 1 de abril de 2011

Jirau e o outro lado da moeda...

Não é novidade para ninguém os rumos que as construções do PAC estão tomando, principalmente em Jirau. O governo, associado tantas vezes as grandes mídias, quer nos forçar a acreditar que patifarias como estas são casos isolados e que empresas como a Odebrech e Camargo Corrêa são idôneas e sérias. 

Mas a realidade é sempre outra. Jirau está ai como uma prévia do que será Belo Monte. Mega obras, teoricamente benéficas para toda a grande nação brasileira, escondem sempre interesses privados e políticos, negócios de quem não quer largar o osso, independente do que precise fazer para sustentar ações criminosas. Eles podem mais. Têm mais dinheiro, influência, conhecimento, estão amparados por leis que não são cumpridas e que no papel não condenam ninguém. Amigos no congresso, ministérios, IBAMA e judiciário, amigos de causa, de valores turvos e sanguinários. Este é o futuro do país.

As mega obras incutem o sonho do crescimento e progresso vendido aos pobres e excluídos, que compram essa idéia, pois estão cegos e sem esperança. Desavisados, alienados, conformados e cúmplices abraçam o roteiro dos mega empresários e acreditam que construções megalomaníacas, mesmo que dizimem natureza e pessoas são a representação máxima de nossa evolução.

Todos querem TV de plasma, I-pods e celulares indescritíveis. Todos querem conforto e pertencer verdadeiramente ao capitalismo. Todos querem a mesma ilusão que governo e empresários vendem. E para isso que morra a natureza, que destruam o planeta. Doa a quem doer...

Obras como estaleiro da OSX, Fosfateira em Anitápolis, Belo Monte, todo o PAC, prometem crescimento. Mas com elas chegam somente mais escravidão social. E louvemos a democracia e a liberdade. Todos nós ainda somos reféns do capitalismo que favorece apenas alguns.

Operários em regimes sub-humanos de trabalho, natureza aniquilada, entorno devastado, miséria, mentiras...

Quando o progresso é demais...o santo desconfia. 

Subemprego não é progresso, destruir a natureza também não. Concentrar nossas riquezas nas mãos dos mesmos, não leva o país para frente, apenas propaga e perpetua as diferenças gigantescamente sociais.

Foto (de Leo Caldas) de barragem destruída no Nordeste 



"Eles herdarão os escombros da Babilônia..."
e nós também!
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