Estaleiros são locais onde se constroem, guardam e reparam embarcações e outros aparatos náuticos, para todos os fins: transporte, comércio, lazer, pesca extração de petróleo, razões militares, etc. Os estaleiros também produzem plataformas de exploração,extração e bombeio de petróleo ou gás natural.
Os empreendimentos ligados a estaleiros no Brasil estão cada vez mais em evidência e são garantia de lucro certo. Estas iniciativas andam de mãos dadas com a extração de petróleo no pré-sal. Todo mundo quer ganhar a sua parcela com essa extração insana, que é pregada pelo governo como a salvação do país.
O estaleiro de Biguaçu foi anunciado desde o ano passado, prometendo investimentos de mais de R$ 1 bilhão de reais, geração de empregos para cerca de 4 mil pessoas e uma merreca básica para calar a boca dos ambientalistas que serviria para a compensação ambiental.
Eike Batista e a prefeitura de Biguaçu ficaram animados com o projeto que previa, inclusive, a fabricação de plataformas petrolíferas e grande navios. Não seria um projetinho qualquer para fabricar lanchas, mas algo que esteja a altura do maior bilionário do país.
O problema é que tudo já começou errado: a licença ambiental que deveria ser emitida pelo IBAMA (órgão federal) ficou por conta da FATMA (Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina), órgão ambiental catarinense, ou seja uma entidade estadual. E pelo pouco que eu entendo isto está fora da lei.
No dia 15 de março o Sea Shepherd enviou ao presidente da FATMA uma carta onde explanava suas preocupações e questionamentos a respeito do licenciamento para a construção do estaleiro. A posição deles é bastante clara e pode ser elucidada nessa frase do advogado da ong “É absolutamente inaceitável que um empreendimento desta magnitude seja licenciado pelo órgão estadual, sabidamente inapto para avaliar e licenciar este tipo de impacto ambiental. Faz-se necessário um amplo estudo que contemple toda a magnitude de danos, presentes, futuros, reversíveis e irreversíveis, sem referir a rota migratória natural – estabelecida há séculos – por cetáceos como baleias francas e golfinhos, abundantes na região”, comenta Cristiano Pacheco, diretor executivo do Instituto Jutiça Ambiental -IJA e advogado voluntário da Sea Shepherd Brasil.
Para endossar esse coro de vozes que estão a clamar por justiça, dignidade e progresso, sim, mas não as custas da degradação ambiental, o Ministério Público Federal pediu informações a FATMA sobre as providências que o orgão público vai tomar diante do parecer da ICMbio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) contra a implantação do estaleiro.
Segundo a ICMbio os danos causados com a instalação e funcionamento do estaleiro são irreversíveis e permanentes e nenhuma medida migratória ou de compensação ambiental pode minimizar os prejuízos ambientais, o que definitivamente inviabiliza o projeto.
Os impactos ambientais afetariam a Estação Ecológica de Carijós, a Área de Proteção Ambiental do Anhatomirim, além de oferecer perigo a fauna silvestre já ameaçada de extinção. Muitos são os outros danos citados pela ICMbio:
- a erosão costeira provocada pela mudança na altura das ondas, acarretaria a alteração de ecossitemas como estuários e manguezais.
- ações de dragagem e deposição de sedimentos em obras alterariam a qualidade da água marinha, interfirindo assim nas áreas de maricultura e nas populações de mamíferos aquáticos, podendo afugentá-las ou chegar a causar suas mortes.
- também há risco de contaminação da água, ocasionado por derramamento de óleo, que pode chegar inclusive, as praias.
Por essas e outras o procurador da República Eduardo Barragan estipulou o prazo de 5 dias (a partir do dia 05/04/2010) para que a FATMA encaminhe as informações requisitadas pelo Ministério.
Para saber mais sobre o estaleiro, os licenciamentos e tudo o que acompanha esse prejeto e outros mais visite o site da Associação Montanha Viva, são eles que estão nessa luta, com dedicação e afinco, buscando justiça e transparência. Apenas isso.
Para visitar a página da FATMA e ter acesso ao RIMA do estaleiro da OSX clique aqui.
Não somos contra o progresso! Somos apenas a favor da natureza. E se um empreendimento não consegue unir resultados financeiros e conservação ambiental eu não acho que deva ser considerado: um progresso!
As imagens são da Estação Ecológica de Carijós, da Área de Proteção Ambiental do Anhatomirim e das espécies que habitam o local.
Leia mais:
O vendedor de ilusões - Correio Braziliense
Entrevista da Associação Montanha Viva no site Portogente
Clique aqui e veja o infograma que ilustra quais os impactos que obra causaria.
As imagens são da Estação Ecológica de Carijós, da Área de Proteção Ambiental do Anhatomirim e das espécies que habitam o local.
Leia mais:
O vendedor de ilusões - Correio Braziliense
Entrevista da Associação Montanha Viva no site Portogente
Clique aqui e veja o infograma que ilustra quais os impactos que obra causaria.
6 comentários:
Parabéns pelo trabalho, espero que vc consiga apoio para esse verdadeiro "combate" que está acontecendo, quem sabe a mídia possa vir a ficar a favor da causa!!
vamos torcer...depois de até o ministério público se manisfestar...acho que ainda há esperanças e podemos crer num futuro que não inclua crimes ambientais. Agradeço o elogio, seja sempre bem-vindo!
É por isso que a grande florianópolis não vai para frente! Acabei de voltar do exterior e existem vários estaleiros sustentáveis... Geram riquezas desenvolvimento e milhares de trabalhos mudando a vida das pessoas para MELHOR!!!!
Oi,sei que aqui não é o melhor post para dizer isso,mas,como não achei outra maneira de falar contigo,vai ser por aqui mesmo...sigo o blog Sem Firulas,gosto muito de lá,sempre leio,mas nunca comento...ontem comentei em seu post sobre o twitter,adorei,gostei muito mesmo..e resolvi ver a autora,estou seguindo seu blog,pois também gostei muito daqui e gostaria de te seguir no twitter,mas não achei ele...poderia me passar?parabéns por tudo que tem feito...bjkixxxx da sua mais nova seguidora http://tatto-patinhas.blogspot.com/ ou http://twitter.com/ka_mylla
Anônimo - Sempre bom saber que em algum lugar do planeta progresso signifique também sustentabilidade e gerar renda esteja aliada com o respeito que devemos ter com as demais espécies desse planeta. Obrigada por acrescentar essas informações a minha postagem!
Kamylla - O sem firulas não é meu, mas sim da Thata que permitiu que eu tivesse uma coluna por lá, onde não tratao apenas de assuntos ambientais. Fico muito feliz que tenha vindo me seguir aqui também! Meu twitter é o @mar_iana_mt, se quiser me passe o seu e eu te acho por lá. beijos e seja bem-vinda!
Oi Mariana,entendi...mas mesmo assim parabéns pelo Sem Firulas...muito legal suas iniciativas aqui do blog...já estou te seguindo no twitter...obrigada...bjkixxxxx e até mais
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