"Vivo da floresta, protejo ela de todo o jeito, por isso vivo com a bala na cabeça a qualquer hora, porque vou para cima, eu denuncio. Quando vejo uma árvore em cima do caminhão indo para uma serraria me dá uma dor. É como o cortejo fúnebre levando o ente mais querido que você tem, porque isso é vida para mim que vivo na floresta e para vocês também que vivem nos centros urbanos."

Zé Claudio, assassinado em maio de 2011.



quarta-feira, 14 de julho de 2010

Kátia Abreu e a "Carne Legal"

O Ministério Público Federal, recentemente, instituiu a campanha "Carne Legal" que tem por objetivo conscientizar as pessoas sobre a origem do bife que chega em vossos pratos. No portal da campanha inúmeras informações estão a disposição dos interessados em consumir uma carne que não tenha suas origens ligadas ao desmatamento, trabalho escravo, lavagem de dinheiro, entre outras irregularidades. Também estão listados frigoríficos e empresas que assinaram o Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com Ministério Público Federal (MPF).

Gostou da iniciativa? Eu gostei...! Aliás gostaria de ver a campanha estendida para "Soja Legal", "Água Engarrafada legal", "Tudo o que consumimos legal". Será que é tão difícil? Será que não temos esse direito? Enfim...eu gostei, você gostou, eles gostaram...mas quem detestou? Kátia Abreu...como não!

Ela detestou tanto que ajuizou, hoje, na  Justiça Federal de Brasília, ação popular contra quatro membros do Ministério Público Federal, responsáveis pela campanha institucional Carne Legal: Eugênio José Guilherme de Aragão, Daniel César Azeredo Avelino, Alan Rogério Mansur Silva e Carlos Frederico Santos. Ela deseja que além de condenados, eles devolvam aos cofres públicos os recursos empregados na produção da campanha.

(Gostaria de ajuizar uma ação popular para que o governo também devolva aos cofres públicos os gastos com a campanha hedionda que visa convencer as pessoas que a vivicecção é uma prática viável e justa que não tortura os animais. Eu posso? Vou ser ouvida? Ou preciso primeiro entrar para política, desmatar e grilar terras?)

Kátia Abreu diz ser impossível certificar a origem da carne que consumimos...Então o que é possível nesse país? Para mim o impossível é certificar para onde vai o dinheiro dos impostos, que pagamos um a um, sem o devido retorno...Agora se é impossível sabermos a procedência de nosso próprio alimento....definitivamente eu jogo a toalha e vou-me embora para Pasárgada (coisa que já deveria ter feito  há muito tempo, se não fosse tão idealista!)

Enfim...a água bate-lhes a bunda e eles correm com suas ações judiciais. Quem não deve não teme! Não desmatou, não utiliza mão de obra escrava?...Tá limpo! Pode continuar assassinando animais que haverá quem compre seu "produto" em nome da bendita proteína e dos churrasco de domingo...Mas se não consegue nem estar legal com o Ministério Público criando e matando gado...então enfia a violinha dentro do saco e vá ser camelô em qualquer esquina...

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Um pouquinho mais de Kátia Abreu

"A norma usada pelo governo para definir trabalho escravo é uma punição à existência da propriedade privada no campo"
Kátia Abreu, em entrevista a Revista veja

2 comentários:

JAFA disse...

"carne legal" - por estar em consonância com o princípio da legalidade, pode até ser se há lei que regule a matéria. Mas será que é possível a "carne moral"? O que me pergunto com maior greqüência é o que faz com que alguém coma um ser e entenda aquilo como normal! Só encontro duas respostas: ou a ética é muito pequena, ou a ignorância é muito grande! bjn...

Mariana MT disse...

Carne moral apenas para os carnívoros selvagens, que não têm outra opção, que precisam caçar para comer e que dependem dela para sobreviver, diferentemente de nós.

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