A segunda participação especial do mês de julho chega com alguns dias de atraso, por culpa minha, que estive sem tempo nestes dias. O texto é de Maurício Gomide Martins, do blog Planeta Fala , que além de indicar, foi de onde eu extrai o texto, com a devida autorização do autor.
Os navios pesqueiros têm que aumentar sua capacidade de captura de espécies marítimas, dizimando-as, para suprir os mercados de alimentos e nutrir (produzindo lixo) o excesso populacional.
A indústria do vestuário tem que fabricar quantidades imensas de roupas, bolsas, sapatos (que se transformam em lixo) para atender ao consumo do excesso populacional.
As lojas têm que ampliar seus espaços para comportar os estoques de mercadorias (futuro lixo) para atender às ânsias de consumo do excesso populacional.
Os prefeitos têm de aprovar loteamentos residenciais para que suas cidades tenham condições de crescer (e produzir mais lixo), acolhendo novas moradias – que consomem mais materiais de construção –, para abrigar o excesso populacional.
Os veículos de carga têm que ser aumentados para distribuir a tempo os produtos básicos e os de sedução (lixo futuro) a cada vez mais gente consumista, para atender ao excesso populacional.
As matas e animais selvagens devem ser destruídos para que haja mais espaço físico (espaço estéril) para abrigar o excesso populacional.
As indústrias com processo de interferência química devem aumentar a produção de bens (que se transformam em lixo) para satisfazer às crescentes exigências das futilidades, oriundas do excesso populacional.
A produção geral de barulho, proveniente da produção maior de aparelhos sonoros potentes (lixo material e ambiental) são requeridos para atender às necessidades de consumo fabricadas pelo mercado, por conseqüência do excesso populacional.
Novas pesquisas em todas as áreas são necessárias para a produção de artigos supérfluos (lixo adicional), por imposição do sistema capitalista em cultivar o modismo, fator importante para o consumo do excesso populacional.
Interferência médica na morfologia estética dos humanos, por necessidade de rebeldia à Natureza (produzindo lixo mental), estimulada pela cumplicidade da mídia e favorecida pelo aumento do excesso populacional.
Destruição contínua e crescente do hábitat dos nossos irmãos da fauna e flora para construção do hábitat virtual humano, completamente estéril e vazio de alma (sendo lixo, portanto) para atender a construções faraônicas que acalentam caprichos irracionais de poderosos provindos do excesso populacional.
Necessário abrir novas chagas no corpo planetário a fim de buscar seu sangue negro que, virado combustível, transporta para longe e para perto, artigos e pessoas cada vez mais adiposas e materialistas (que são ou serão lixo), para atender aos confortos do excesso populacional.
Aprofundamento das conquistas tecnológicas com invasão da privacidade da Natureza em atividades nucleares e petrolíferas, com o conseqüente aumento de riscos trágicos de infestação eterna (lixo permanente) das condições ambientais, para satisfazer a ânsia de poder e riqueza do excesso populacional.
Áreas enormes devem ser sufocadas para a morte por receberem diariamente os lixões das cidades, cada vez maiores, que abrigam o incontido excesso populacional.
Lixos especiais, provenientes da ânsia de produção de mais energias petrolífera e nuclear que, por acidentes crescentes e irreparáveis, vêm envenenando oceanos, terras e atmosfera, são conseqüência das necessidades de conforto do excesso populacional.
Pelo crescimento contínuo da população, sem qualquer restrição, devemos acolher na sociedade cada vez mais pessoas violentas, desequilibradas e débeis mentais, provenientes do excesso populacional.
Esquecemo-nos de que tudo no mundo tem sua capacidade de suporte – até o próprio mundo – menos a infinita irracionalidade do excesso populacional.
Temos que conquistar a Lua, Marte e Venus para extrairmos dali seus recursos naturais, necessários à adoração incondicional do deus Lucro, advindo do consumo inconsciente de bens desnecessários (lixo) pelo cada vez maior excesso populacional.
No final, em futuro próximo, teremos no mundo uma só megalópole de pedra e cimento, diversidade imensa de tecnologias, paisagismos de plástico, corpos humanos acéfalos e sem alma. E não restará uma glebinha de terra onde possam ser consumidos pelas bactérias necrófagas os cadáveres remanescentes de uma população que pereceu pelos excessos de seus excessos.
Excelente reflexão, não é?
Esse texto sintetiza minha forma de enxergar esse planeta. Tanta tecnologia disponível para futilidades de todos os graus e tão pouco empenho para mudar nossos retrocessos ambientais, nosso egoísta especismo, nossa soberania que massacra...tanto os animais, quanto os próprios seres-humanos. O excesso populacional poderia não ser um problema se conseguissemos, todos nós, possuir uma qualidade, genuína de nossa espécie: humanidade! Mas não possuímos! Não a maioria de nós!
3 comentários:
Gostei muito do blog.
Boa semana!
=D
Tudo muito bom o difícil é enfiar isso na cabeça da maioria das pessoas... rsrrs!
bjs
cintia
~preservblog~
Juliana - que bom que gostou! Seja bem-vinda!
Cintia - o difícil é viver entre humanos...rs
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