A triste realidade dos botos na Amazônia

Os botos, são conhecidos por serem os golfinhos de água doce. Os únicos mamíferos completamente aquáticos da Amazônia, podem atingir 2,5 m e pesar 160 kg na fase adulta. Normalmente são solitários e lentos. Sua alimentação é bastante variada, inclue peixes e carangueijos e também moluscos e crustáceos.  São mais ativos ao amanhecer e entardecer.

São encontrados no Rio Amazonas, Negro, Mamore e Orinoco. Rios do Peru, Equador, Brasil, Bolívia, Venezuela, e Columbia.

Redes de pesca, caça, a poluição, a destruição do hábitat natural, são algumas das razões que ameaçam a espécie. Além da antiga ignorância acerca dos olhos e genitália desses animais, utilizados para feitiços.

No dia 8 de junho o Globo Amazônia denunciou os matadores de botos na Amazônia, notícia replicada também no Bom Dia Brasil e O Globo. A reportagem relata que os animais são mortos e vendidos para Colômbia e Estados Unidos, onde servem de isca para a pesca de piracatinga, assim como seus órgãos  que servem de aperitivo em restaurantes, nos  países acima mencionados.

Um crime bárbaro que acontece há várias décadas e ninguém faz absolutamente nada para alterar essa realidade.

Um desses assassinos, da Amazônia, que ainda teve seu momento de fama e cedeu uma entrevista para a Globo, relata com calma e naturalidade: “Matamos cerca de 100 ou 200 botos por mês. A matança é muita. Puxamos o animal para dentro da canoa e matamos com facão, cassetete, essas coisas”, diz ele.

A reportagem também ressalta que o assassinato desses botos é crime ambiental, cuja detenção pode chegar a dois anos.

Vamos aos fatos:

O país do maior derramamento de óleo da história, mais um país subdesenvolvidinho, patrocinando esses assassinos brasileiros que dizimam cruelmente uma espécie, que como qualquer outra tem seu valioso papel no ecossitema regional, apenas para ganhar dinheiro com a futilidade alheia.

E mais uma vez lá vem aquela conversa para boi dormir da pobreza, de se precisar viver e por isso querer justificar o precisar matar. Não suporto essa linha de raciocínio que garante que crimes ambientais sejam vistos com menor peso porque populações padecem na pobreza.

Se você tem o provilégio de nascer na Amzônia e só consegue ver perspectiva de vida assassinando animais, seu lugar é definitivamente na cadeia. Porque se a sociedade perdoa esses tipos de homens que pautados por sua miséria social e ignorância moral, trabalham para madereiros ilegais, assassinam espécies de todos os tipos, aprisionam aves e mamíferos, pescam sem responsabilidade e conhecimento, ignoram leis e a palavra humanidade...devemos perdoar também todos os ladrões, assassinos e traficantes urbanos. Porque eles também estão nesse caminho porque são vítimas de um sistema que os excluiu.

Todos absolvidos: agricultores com seus agrotóxicos venenosos, pecuaristas que queimam a vida para vender a morte, assassinos de botos, traficantes de animais, madereiros e toda essa escória da humanidade, seja de qualquer classe social, credo e cor. Sejam nossos semelhantes, sejam humanos: são podres, vermes nesse planeta.

E agora com as alterações do Código, que vão suavizar profundamente, o árduo trabalho do Ibama, já que serão os órgãos estaduais os responsáveis pelas determinações de terras, espero que os funcionários do IBAMA, tenham mais tempo para se dedicar a combater esses crimes bárbaros, tão distantes do nosso olhar  urbano, e nem por isso,  menos hediondos e cruéis!

DEIXEM TAMBÉM OS BOTOS EM PAZ!!!

Fui injusta quando escrevi que ninguém faz nada para alterar essa realidade. Tem muita gente séria, empenhada e preocupada com essa e outras causas. Um exemplo disso, mais uma vez, é o trabalho que o Instituto Sea Shepherd Brasil está fazendo no norte do país a favor desses animais. Clique aqui para saber mais.