"Vivo da floresta, protejo ela de todo o jeito, por isso vivo com a bala na cabeça a qualquer hora, porque vou para cima, eu denuncio. Quando vejo uma árvore em cima do caminhão indo para uma serraria me dá uma dor. É como o cortejo fúnebre levando o ente mais querido que você tem, porque isso é vida para mim que vivo na floresta e para vocês também que vivem nos centros urbanos."

Zé Claudio, assassinado em maio de 2011.



segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Entre tropas, elites, bois e a eleição.

Texto de Daniel Fonseca de Andrade, disponível no blog Reflexões Ambientais. A eleição acabou, mas o tesxto é certamente atemporal!

"Quando dois elefantes brigam, quem paga é a grama".
Me aproprio dessa idéia de Zygmunt Bauman para escrever o texto abaixo.

De que desviam os dois candidatos à presidência quando jogam no lixo todo o tempo existente para esclarecer o povo sobre seus projetos (se é que existem) políticos e insistem em uma lastimável demonstração de pobreza de recursos de todo tipo (educacional, respeito, dignidade etc)? É isso aí que vai governar o país amanhã? É com o tipo de "visão estratégica" do palavrão, do dinheiro da cueca, da compra de votos para reeleição, do mensalão, que o Brasil vai se "desenvolver"? Essas são as duas grandes "visionárias lideranças" que nos levarão rumo à utopia?

O teatro está aí para quem quer assistir (e aqueles que não o fizerem, não perdem nada). Enquanto isso, seguidores bovinos com enormes tapa-olhos botam lenha na fogueira. O que ganham com isso? 15 minutos de fama? Um carguinho de terceiro escalão? Uma bolsa alguma coisa? Uma concessão?

Debaixo disso tudo, meus amigos, nós.

Esta pseudo-confusão só tenta desesperadamente esconder as duas mediocridades (e não falo aqui apenas dos candidatos, mas de seus partidos também) entre as quais temos que escolher.Não duvidaria se essa confusão fosse, de fato, combinada entre eles. Fico imaginando a conversa bem humorada entre eles em um churras: "ha, ha, ha, você viu a ovada? Aposto que vai ficar horas na mídia".

No final, vão ficar se justificando que não tiveram tempo para nada, que "infelizmente" não conseguiram discutir suas honrosas e dignas propostas por conta da selvageria "do outro". E dá-lhe aplausos bovinos, sorrisos, camisetas, bonés, bonequinhos e cores para o céu.

O filme "Tropa de elite 2" mostra muito didaticamente como que as pequenas corrupções diárias, de todos, se articulam com os interesses daqueles que buscam posições poderosas para satisfazerem seus interesses.

São impressionantes as tentativas de se promover a própria santidade sem nem conseguir esconder o sangue nas mãos. "Não sei de nada. Não sei de quem é o sangue aqui nas minhas mãos e escorrendo pelos meus dentes. Não sei, não vi, mas se souber, vou tomar as devidas medidas".

Lastimável, simplesmente lastimável.

Múúúúúúúúúúú!!!!!
 

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