Adoniran Barbosa certamenete dispensa explicações. Tenho motivos de sobra para o admirar: letrista que tornou meu bairro de origem, o Jaçanã, nacionalmente conhecido, boêmio, corinthiano, que cantou São Paulo como poucos fizeram, ator, humorista...e para abrilhantar ainda mais esta lista, Adoniran Barbosa, numa época em que reciclagem e sustentabilidade nem na moda estavam, já fazia sua parte.
O artista está na mídia novamente e vários programas fizeram lindas homenagens a sua história e obra e um detalhe específico fez com que Adoniran Barbosa viesse parar neste post.
Além de fazer música, ele recolhia sucata da rua para se dedicar a um hobby, onde utilizava todo este "lixo" fabricando lindos brinquedinhos, entre outros objetos.
Talvez Adoniran nem soubesse da importância do que já fazia naquela época. O que hoje denominam de upcycle é uma herança clara dos mais velhos, numa época em que consumir não era algo tão banal e fútil como é hoje e portanto tudo ainda tinha valor e as pessoas não costumavam desperdiçar tanto, como fazemos nós, em pleno século XXI.
Todas as práticas de sustentabilidade certamente remetem ao estilo de vida das pessoas de outros tempos. Onde facilidades não existiam e por isso a vida tinha mais valor. Meu avô mesmo conta, que seu pai reaproveitava tudo em sua casa, de latas de leite a caixotes de feira...
Tudo tão diferente. Hoje abrimos embalagens, descartamos no lixo e tantas vezes grande parte deste alimento vira lixo. Não mata a fome de ninguém. Porque hoje tudo é fácil e não damos valor a nada!
Obrigada Adoniram pelo patrimônio que nos deixou, que inclui o bom-senso de reaproveitar mais e desperdiçar menos.
2 comentários:
Já admira Adoniran, agora mais ainda!
O que você escreveu sobre seu avô, me fez lembrar também da minha vó que até hoje - com 85 anos - reutiliza quase tudo: embalagens de isopor, potes de margarinas, etc.
Sou seguidora do blog Sem Firulas e vi seu perfil como colaboradora e quando li que tinha 10 cachorros, não pude deixar de vir aqui também!
Érika: Muito obrigada pela visita. Infelizmente perdi duas das minhas cachorras neste ano...agora estou com oito, apenas. Felizmente ainda temos os mais velhos para nos passar essas lições de vida.
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